Semana de 21 a 27 de maio de 2023 ASCENSÃO DO SENHOR – Ano A
Quer estejamos em momentos de tristeza, ou em momentos de alegria, a oração é sempre o caminho amoroso que nos conduz à intimidade com o Pai. Preparemo-nos para dar este passo em família, em comunhão e, com o nosso coração receptivo a receber Jesus, abramos a Bíblia em Mt 28, 16-20. Quando estivermos prontos, em silêncio, acendemos uma vela.
Reunidos em comunhão com Jesus ressuscitado, aceitemos a missão de sermos Suas testemunhas e benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Sejamos “desbravadores” do Senhor: sigamos o Seu trilho, sempre prontos para O servir e louvar
Animados e fortalecidos pelo Espírito, experimentamos Jesus escondido e presente, elevado à glória do Pai, que Se nos revela nas mais pequenas coisas… Basta estarmos atentos, vigilantes e de coração aberto à Palavra e ao amor de Deus… Sentindo o aconchego da amizade e fidelidade do Pai, apresentemos-Lhe, em voz alta, as nossas palavras de gratidão pelas dádivas que Lhe reconhecemos.
Escutemos na voz de um de nós, o texto de Mt 28, 16-20 que nos convida a testemunhar Cristo e a torná-l’O presente no mundo.
Naquele tempo, os onze discípulos partiram para a Galileia, em direção ao monte que Jesus lhes indicara. Quando O viram, adoraram n’O; mas alguns ainda duvidaram. Jesus aproximou Se e disse- lhes: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra. Ide e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos».
Enternecidos com a promessa de Jesus “Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos”, tentemos perceber melhor o que Ele nos quer revelar neste texto que escutámos
Jesus confia a sua missão a todos, mesmo aos que “ainda duvidaram”. Perante tal responsabilidade, aparecem as dúvidas e os medos, fica-se com um certo jeito de “olhar para o céu”, à espera dum milagre mas isso é próprio de quem ousa dar passos novos e arrisca confiar em quem confiou primeiro. É grande a fé de Jesus nos seus discípulos, é grande o amor que lhes tem e por isso arrisca tudo neles, na sua coragem para levar o Evangelho. Neste dia da confiança, Jesus deixa aos seus discípulos uma espécie de caderno de encargos que se resume a isto: fazer discípulos.
Jesus não nos mandou fazer fãs, porque ele não é um artista; não nos mandou fazer admiradores, porque Ele não é um ator ou jogador; não nos mandou recrutar e encher a igreja de pessoas, porque Ele quer discípulos maduros e convertidos. É preciso fazer discípulos e em dois tempos: ensinando e batizando. Parece-me que temos mais preocupação em aumentar o número de batizados do que em fazer discípulos. Parece-me que há mais diligência em batizar (sacramentar) do que em ensinar. Há mais diligência em querer sacramentos do que crescer na amizade com o Senhor.
Quando Jesus fala em ensinar não se está a referir a um exercício académico destinado a fazer do cristão um bom aluno que sabe a lição. Trata-se, neste ensino, duma iniciação lenta, progressiva na amizade e no seguimento de Jesus. O objetivo do ensino é criar relação de amizade com o Mestre e assim poder ser testemunha, realizando a missão que Jesus pediu. É triste ver cristãos que sentem que já aprenderam tudo sobre Jesus, que não querem crescer na sua intimidade com o Senhor porque já “fizeram a escola toda”. Procura-se o batismo mas muitas vezes ele não é um “mergulho” que inicia a comunhão pessoal e vital com Deus. Um batismo (ou outro sacramento) que não nos aproxima do Senhor nem nos faz caminhar na amizade com Deus é muito pouco.
“Ide e ensinai”, disse Jesus. Aqui está o cerne da questão: só posso ir e ensinar se, primeiramente, eu tiver feito o caminho de ligação ao Mestre e crescer na amizade com Ele. Não foi isto que Jesus fez? Ao andar três anos a instruir os seus discípulos, Jesus preocupou-se em criar uma forte relação pessoal e de amizade com os discípulos para que eles se tornassem verdadeiras testemunhas. Foi a relação forte com Jesus que fez com que os discípulos fossem capazes de pregar o Evangelho e dar a vida.
Jesus continua a confiar em cada um dos seus discípulos de hoje, mas parece-me que muitos cristãos abdicaram da missão que o Senhor nos deixou. Quantos cristãos com missão educadora (qualquer um que tenha a missão de educar) não encaminham para o Senhor. Percebe-se que o crescimento na amizade com o Senhor está a ficar frouxo e sendo assim como poderá haver testemunhas e/ou evangelizadores. Há um corte na cadeia de transmissão que urge ser reparado por cada um de nós, celebrando melhor os sacramentos como ponto alto da relação com o Senhor e crescendo no conhecimento de Jesus para melhor o podermos amar porque ninguém ama o que não conhece.
Este é o dia da surpreendente confiança do Senhor nos seus discípulos. Ele confia-nos a difícil missão de sermos Suas testemunhas. Peguemos no testemunho como se duma estafeta se tratasse e cresçamos na amizade com o Senhor porque só conhecendo a Sua pessoa poderemos ser verdadeiramente testemunhas do seu amor por cada um de nós.
Jesus “o mestre” e “Deus-connosco”, ensina-nos e acompanha-nos na missão de sermos Seus discípulos. É na Sua amizade, confiança e proximidade que encontramos força e coragem para prosseguir, anunciando o Evangelho e sendo verdadeiramente testemunhas do Seu amor divino. Prontos para servir ao Pai, a exemplo de Jesus, reflitamos:
Será que já senti verdadeiramente esta confiança que o Senhor deposita em mim?
Sinto a responsabilidade de levar por diante a missão de ser testemunhas de Jesus?
O que faço para crescer na minha relação com o Senhor Jesus?
Como vejo a importância da oração, catequese, sacramentos na minha vida?
Onde falhei na minha missão de transmissão da fé aos que me estão confiados?
É um tremendo desafio testemunhar, hoje, no mundo, os valores do “Reino”. Por vezes, há momentos de deceção, desilusão, sofrimento ou frustração no caminho de cada um de nós e é fácil sentirmo-nos fraquejar ou duvidar que conseguimos ser discípulos de Jesus…É nestes momentos que, recordando as Suas palavras: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos” encontramos o impulso certo para prosseguir. Com fé e em voz alta, dirijamos as nossas preces ao Pai protetor.
Com o coração atento e obediente à Palavra do Pai, rezemos
Senhor, Tu conheces o nosso coração e sabes quando temos dúvidas… Com o Teu infinito amor, abre os nossos corações à Tua luz e dá-nos um espírito de sabedoria para Te conhecer e Te descobrir verdadeiramente. Favorece a nossa intimidade, confiança e comunhão conTigo, para darmos verdadeiro testemunho e para que o mundo veja Cristo em nós.
Que abençoados pelo Deus Trino, sejamos testemunho vivo da glória, poder e presença de Deus no mundo.