Semana de 2 a 8 de abril de 2023 DOMINGO DE RAMOS – Ano A
Estamos na reta final antes da Páscoa do Senhor, é tempo de nos fazermos servos, de nos colocarmos ao serviço dos outros, de colocar os outros em primeiro lugar e de confiar sobretudo em Deus, nosso Senhor e nosso Pai. Tenhamos a Bíblia aberta em Mt 26, 36-44, o ramo que benzemos na Eucaristia (se tivermos) e uma vela para se acender ao se iniciar a oração.
Podemos começar com este vídeo:
Dispostos a contemplar a paixão e morte de Jesus, que entregou a Sua vida por amor, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Louvemos Jesus, que reza entregando-Se ao Pai, para a maior das provações…
No Getsêmani foi que meu Jesus orou Se entregando ao Pai mais uma vez Logo vieram pessoas para o levar Para a maior das provações Ele tanto amou, tudo suportou Ele carregou a nossa cruz
Ver os cravos nas mãos, seu corpo a sofrer Naqueles momentos de dor Ver o mestre a chorar e foi por ti Que ele mostrou tanto amor
Os soldados cuspiam no seu rosto nu Posso ouvir o clamor da multidão E Jesus a olhar aquele céu azul Pede ao Pai que lhes dê o seu perdão Ele tanto amou, tudo suportou Ele carregou a nossa cruz
Ele tanto, tanto me amou Ele tudo por mim suportou Carregou minha cruz
Cristo, servo sofredor e humilde, fez da Sua vida um dom a todos para nos ensinar a suprema lição do serviço, do amor radical e da entrega total da vida. Arrebatados e rendidos a esse amor incondicional que gera esperança e Vida Nova e sentindo-nos gratos pela Sua presença em nós, digamos-Lhe, em voz alta. tantas das coisas que Lhe queremos agradecer.
Numa atitude de escuta atenta, ouçamos na voz de um de nós, a Palavra e a mensagem que Deus nos confia em Mt 26, 36-44
Então, Jesus chegou com eles a uma propriedade, chamada Getsémani e disse aos discípulos: «Ficai aqui, enquanto Eu vou além orar». E, tomando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-Se e a angustiar-Se. Disse-lhes então: «A minha alma está numa tristeza de morte. Ficai aqui e vigiai comigo». E adiantando-Se um pouco mais, caiu com o rosto por terra, enquanto orava e dizia: «Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice. Todavia, não se faça como Eu quero, mas como Tu queres». Depois, foi ter com os discípulos, encontrou-os a dormir e disse a Pedro: «Nem sequer pudestes vigiar uma hora comigo! Vigiai e orai, para não cairdes em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca». De novo Se afastou, pela Segunda vez, e orou, dizendo: «Meu Pai, se este cálice não pode passar sem que Eu o beba, faça-se a tua vontade». Voltou novamente e encontrou-os a dormir, pois os seus olhos estavam pesados de sono. Deixou-os e foi de novo orar, pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras.
Querendo ser inteiramente modelados por Deus, tentemos perceber melhor a Palavra Viva que escutámos
O Getsémani, que significa “prensa de azeite”, era um lugar muito conhecido onde Jesus costumava ir com os discípulos para orar, como diz o evangelista Lucas (22, 39). Jesus estava a viver os últimos momentos da sua vida aqui na terra e por isso este lugar de oração assumia agora um significado mais profundo. Ao deslocarem-se para este lugar retirado, os discípulos acharam que iam para descansar e dormiram, no entanto, para Jesus, o Getsémani foi um lugar de preparação para a cruz, vivido com extrema aflição, angústia e tristeza, como Ele próprio diz: “a minha alma está numa tristeza de morte.” Noutras ocasiões, o Getsémani pode ter sido um bom lugar mas agora era palco dum sofrimento angustiante por parte de Jesus. Ao preparar-se para a cruz e enfrentar as aflições e angústias da vida Jesus toma duas atitudes:
Jesus não quer enfrentar o sofrimento sozinho, por isso tomou “consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-Se e a angustiar-Se”. E disse-lhe: “Ficai aqui e vigiai comigo” Ao retirar-Se para orar, Jesus levou consigo os seus discípulos mais chegados, partilhou com eles os seus sentimentos mais profundos, pediu-lhe companhia e ajuda. Jesus cercou-se de pessoas para o apoiarem no seu sofrimento mas não devemos colocar a nossa esperança e confiança somente e completamente em pessoas, pois, assim como aconteceu com os discípulos de Jesus que adormeceram e não O acompanharam, elas também podem falhar connosco.
Jesus recorre ao auxílio divino e por isso ora a Deus Pai. Nesta oração, realço três aspetos:
A postura “E adiantando-Se um pouco mais, caiu com o rosto por terra.” Nesta oração, Jesus prostrou-se diante do Pai. Jesus não grita a injustiça, não reclama de ser traído, de amar incondicionalmente e ser negado por quem dizia amá-l’O também. Desamparado e só perante o poder das trevas Jesus resiste à prova com oração. A prostração é um sinal de profunda humildade.
A súplica Na sua oração, Jesus suplicou ao Pai, dizendo: “Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice.” Coisa rara nos evangelhos: Jesus ora em favor de si mesmo. A súplica foi o veículo que uniu Jesus ao Pai em todos os grandes momentos do seu ministério terreno mas agora a súplica ganhava um significado mais profundo. Jesus orou três vezes, focando sempre o mesmo aspeto. Numa oração confiante e filial, Jesus pede com atitude humilde, não impõe: “Pai, se é possível…” A súplica leva-nos ao coração de Deus, é expressão da nossa fé. É na aflição e na angústia que na maioria das vezes nos preocupamos com as questões últimas da vida como o ser, a vida, a morte, a salvação e Deus.
A entrega “Todavia, não se faça como Eu quero, mas como Tu queres.” Na oração do Getsémani, Jesus renuncia a si mesmo, à sua vontade para que fosse feita a vontade do Pai. Este era o sentimento íntimo de Cristo: esvaziar de Si mesmo para se encher da vontade do Pai. O seu amor, a sua obediência, a sua missão suplantavam qualquer dor humana que se possa imaginar. Apesar da vontade do Pai e da sua vontade humana não coincidirem, Jesus submeteu-se, não se negou a sofrer, a ser vítima. Apesar do pedido, em momento algum Jesus se recusou a beber aquele cálice. O Getsémani ensina-nos a abrir mão, a renunciar, a ser o último, o menor, o servo de todos, a escolher a vontade de Deus, porque a vontade de Deus é sempre maior que a nossa.
Nem sempre estamos dispostos a arriscar, a desinstalarmo-nos ou a aceitar a conversão proposta por Jesus por isso, também nós, seus discípulos, O prendemos, O julgamos, O condenamos e pregamos numa cruz.
Verdadeiramente intentos em seguir o Seu caminho de entrega e proximidade com Deus na oração, reflitamos
Sinto-me só e abandonado? Por Deus?
Oro mais por mim ou pelos outros? Porquê?
Normalmente, coloco-me a mim ou aos outros em primeiro lugar?
Percebo qual é a vontade de Deus para a minha vida?
Aceito a vontade de Deus?
Abismados, contemplemos a Jesus que ao aceitar a vontade do Pai, assumiu os nossos limites e fragilidades e estendido no chão, esmagado contra a terra, atraiçoado, abandonado e incompreendido, continuou a amar-nos! Jamais nos abandona, perdoa-nos e escuta as nossas preces. Dirijamos-Lhe, em voz alta, os nossos pedidos.
Numa atitude de entrega, esvaziemo-nos de nós e enchamos o coração com a oração que Jesus nos ensinou
Vamos tentar fazer uma oração conjunta em que cada pessoa pode contribuir com o seu pensamento pessoal, não esquecendo que os outros estão sempre em primeiro lugar e a confiança em Deus, nosso Senhor e nosso Pai.
Com a certeza que nunca estamos sós e que a vontade de Deus é sempre maior que a nossa, benzemo-nos
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
A participação das celebrações do Tríduo Pascal é o renovar da fé, são as celebrações mais importantes do ano e que nos mudam (ou podem mudar) se as vivermos com intensidade e profundidade. Ficam os horários e o convite:
Aguim:
quinta-feira – 21h30m
sexta-feira – 21h30m
sábado – 21h00m
Arcos:
quinta-feira – 20h00m
sexta-feira – 20h00m
sábado – 21h00m
Tamengos:
quinta-feira – 21h00m
sexta-feira – 20h30m
sábado – 21h00m
Se ainda houver mais um minutinho, fica a sugestão: