Semana de 12 a 18 de março de 2023 III DOMINGO QUARESMA – Ano A
Queremos mesmo fazer este momento? Preparemos o espaço exterior e interior de forma adequada, uma Bíblia em Ex 17, 3-7 e acendamos uma vela.
Com coração generoso e disponível, aceitemos os desafios de Deus, e deixemos que Ele aja em nós, benzendo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Louvemos o Senhor com esta música muito interessante
Senhor, sois o meu Deus, Desde a aurora Vos busco, Em minh’alma suspiro por Vós Minh’alma tem sede de Vós Como terra sem água.
Eu quero contemplar Vosso amor, Vossa glória Visitar Vosso templo e cantar Minh’alma tem sede de Vós Como terra sem…
Água, A Vossa graça vale mais do que a vida. Água, A vida inteira não chega para Vos bendizer, A vida inteira não chega para amar.
Assim Vos bendirei Por toda a minha vida, E em louvor abrirei minhas mãos. Minh’alma tem sede de Vós Como terra sem água.
Senhor quando ao deitar Por um momento Vos sinto, Passo a noite a pensar em Vós. Minh’alma tem sede de Vós Como terra sem…
Certos da presença viva, activa, dinâmica e contínua de Deus na nossa vida, sintamo-nos interpelados por Ele para sermos Seus instrumentos… Assim, com o nosso coração verdadeiramente em Deus, sedentos por edificar uma comunhão íntima com Ele, digamos-Lhe, em voz alta, o quanto percebemos e Lhe estamos gratos pelas imensas dádivas, bênçãos e dons que nos oferta.
Escutemos na voz de um de nós a passagem bíblica, a Palavra de Deus
Naqueles dias, o povo israelita, atormentado pela sede, começou a altercar com Moisés, dizendo: «Porque nos tiraste do Egipto? Para nos deixares morrer à sede, a nós, aos nossos filhos e aos nossos rebanhos?» Então Moisés clamou ao Senhor, dizendo: «Que hei de fazer a este povo? Pouco falta para me apedrejarem». O Senhor respondeu a Moisés: «Passa para a frente do povo e leva contigo alguns anciãos de Israel. Toma na mão a vara com que fustigaste o rio e põe te a caminho. Eu estarei diante de ti, sobre o rochedo, no monte Horeb. Baterás no rochedo e dele sairá água; então o povo poderá beber». Moisés assim fez à vista dos anciãos de Israel. E chamou àquele lugar Massa e Meriba, por causa da altercação dos filhos de Israel e por terem tentado o Senhor, ao dizerem: «O Senhor está ou não no meio de nós?»
Percebemos a profundidade desta passagem bíblica? Talvez seja necessário pensarmos um pouco. E este texto para ajudar:
A natureza humana está numa condição de sede Este texto bíblico fala-nos da sede dos israelitas no deserto. O povo de Deus saiu do Egipto, passou o Mar Vermelho e começou a travessia do deserto. As dificuldades começam: calor sufocante, cansaço, serpentes, fome e sede. A procura de água tornou-se uma obsessão e, ao chegarem a Refidim, a situação complica-se porque não há água nenhuma. As pessoas estavam sedentes de água, não é a sede de um dia mas a sede que rasga o corpo, que provoca uma tortura intolerável porque possui todo o ser. É para esta situação de sede extrema que os israelitas são levados. Como os israelitas, todos nós podemos ser arrastados na vida para situações limites e dolorosas que nos levam a ter “sede”. A sede é aqui apresentada como símbolo duma necessidade mais vital e profunda quer espiritual ou psicológica. Podemos falar de sede de infinito, de felicidade, de amor, de perdão, compreensão, salvação, santidade, paz, harmonia, sede de saúde, sede de presença que combata a solidão, sede de ter coisas. Há alturas em que estamos sedentos de não sei o quê. Sentimos que o nosso coração nos pede mais, que a nossa vida não está preenchida nem é plena.
A revolta Nesta situação limite, quando os israelitas perceberam que não há água nenhuma, perante uma sede aguda, no seu sofrimento, sentindo que a natureza nada podia fazer por eles, têm medo de morrer e revoltam-se contra Deus e contra Moisés. A revolta tem vários aspetos:
Duvidar da bondade de Deus O comportamento do povo mostrou o quão pouco eles tinham aprendido com as experiências passadas em que a bondade de Deus os tinha salvo do Egipto e, no deserto, lhes tinha dado o maná e codornizes. Duvidam da fidelidade de Deus e das suas promessas, pensam que a libertação do Egipto foi uma falsa promessa de Deus para os conduzir à morte no deserto. Perante este acontecimento, um povo que tem sede de liberdade quer a escravidão, sede de felicidade quer voltar à opressão, sede de amor que voltar a ser odiado. Como é fácil esquecer as obras da bondade de Deus e tornar-se ingrato e incrédulo.
Tentar a Deus Tentar a Deus está ligado com a ideia de propor provas a Deus, colocá-lo de alguma forma à prova, de prescrever-lhe condições de ação para firmar a nossa confiança e obediência. É o espírito que desafia Deus, que exige provas da sua fidelidade e amor, além daquele que Deus tem prazer em nos dar e que nem sempre vimos. É um espírito que desconfia de Deus e se torna presunçoso e rebelde. Os israelitas fecharam o seu coração e esqueceram tudo o que Deus tinha feito por eles, exigindo assim provas para acreditar. A tentação vem da falta de fé.
Falta de humildade Começam por exigir um milagre. Eles pediram a Moisés o impossível. Eles disseram: “Dá-nos água para beber” (Ex 17, 2). Aqui está a irracionalidade. Eles sabiam muito bem que Moisés não poderia dar-lhes água porque não havia ninguém para a dar. Provavelmente, queriam dizer que ele deveria suprir as suas necessidades com um milagre e por isso o pedido é totalmente impróprio. Por isso, o pedido de água deveria ter sido dirigido a Deus e não a Moisés mas não o fizeram; não pediram água mas exigiram-na de forma violenta, provocando e ameaçando Moisés com apedrejamento; o pedido foi feito com desdém e descrença, ao dizerem “o Senhor está ou não no meio de nós?”, eles não acreditavam que a água lhes pudesse ser fornecida.
Há momentos em que nos sentimos sedentos espiritual ou psicologicamente e percebemos que a nossa vida não está preenchida nem é plena… Reflitamos:
Qual é a minha maior sede?
O que faço para a saciar e que passos dou atrás?
Já disse alguma coisa do género a Deus “Se Tu existes…”?
Como peço (ou exijo) a Deus?
Faço promessas/chantagens nos meus pedidos a Deus?
Consigo escutar os conselhos de Deus mesmo quando é para mudar as minhas ideias?
Deus sabe da nossa fragilidade, conhece os nossos pecados, mas nunca deixa de ter confiança em nós… Diante de tantas situações que nos atingem como seres humanos, Ele não fica de braços cruzados… Voltados para Aquele que pode dar verdadeiro sentido à nossa vida, abramos-Lhe o nosso coração e digamos em voz alta, os pedidos que Lhe queremos dirigir.
Comprometidos em amar Deus, fonte de vida, rezemos com fé
Pai fiel, paciente e misericordioso, que nos advertes sem cessar e nos chamas a voltarmo-nos para Ti, deixa que o Teu Espírito guie os nossos pensamentos, as nossas palavras e os nossos atos para que se transformem em gestos de amor e de partilha com os nossos irmãos;
Ilumina-nos com o Teu Espírito e faz brotar nos nossos corações, a fonte de água viva.
Sedentos e saciados pelo amor infinito e paciente do Pai, aceitemos as Suas bençãos.