Semana de 22 a 28 de janeiro de 2023 III DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano A
Procurar a mudança e mudar é desafiante e compensador. Tentemos fazer este momento de oração de forma diferente. Pode ser noutro espaço, doutra maneira… Tenhamos a Bíblia aberta em Mt 4, 12-22 e uma vela acesa no meio de nós.
Acolhendo no nosso coração, a luz e a salvação d’«Aquele que vem de Deus», benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Louvemos o “Bom Jesus”, nosso amigo mais fiel e salvador
Bom Jesus, Salvador, amigo mais fiel Conheces o meu ser, pois és meu criador Minha alma sorri ao ver a Tua graça e ao sentir o Teu amor Bom Jesus, Salvador, amigo mais fiel
Bom Jesus, refúgio, amigo mais fiel A rocha p’ra onde vou, ao fugir do mundo aqui Não preciso temer pois eu sei que em Ti Está a minha salvação Bom Jesus, refúgio, amigo mais fiel
Bom Jesus, bom pastor, amigo mais fiel Me envolves, me guias, contigo andarei E na bela manhã quando voltares enfim Correrei para Ti… Bom Jesus, bom pastor, amigo mais fiel Bom Jesus, Salvador, amigo mais fiel
Mantendo o nosso olhar e o nosso coração fixos no Seu amor, com fé e alegria intensa, dirijamos a Jesus, em voz alta, a nossa oração individual de gratidão pelo que d´Ele recebemos gratuitamente.
Vamos ao encontro de Cristo e, escutando na voz de um de nós o texto de São Mateus conheçamos e aceitemos a Sua proposta de vida
Quando Jesus ouviu dizer que João Baptista fora preso, retirou-Se para a Galileia. Deixou Nazaré e foi habitar em Cafarnaum, terra à beira-mar, no território de Zabulão e Neftali. Assim se cumpria o que o profeta Isaías anunciara, ao dizer: «Terra de Zabulão e terra de Neftali, estrada do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios: o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam na sombria região da morte, uma luz se levantou». Desde então, Jesus começou a pregar: «Arrependei-vos, porque o reino de Deus está próximo». Caminhando ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram-n’O. Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco, na companhia de seu pai Zebedeu, a consertar as redes. Jesus chamou-os e eles, deixando o barco e o pai, seguiram-n’O.
Exortados a redescobrir Cristo como a essência da nossa fé e do nosso compromisso batismal, tentemos perceber as palavras que escutámos.
Jesus muda-se As mudanças são a essência e o sabor da vida. O ser humano é um ser em mudança. A mudança é o elemento que traz energia, variedade, surpresa, cor e vida à vida. As pessoas mudam, migram de um lado para o outro à procura de melhoria de vida, por terem casado e precisam de acompanhar o cônjuge, por razões de trabalho, estudo dos filhos, oportunidade… qualquer que seja a razão, mudar de residência, cidade ou país é uma decisão que exige reflexão e preparação para que dê certo. O próprio Jesus vive um processo de mudança radical: mudou-se de Nazaré para Cafarnaum. Nesta mudança, Jesus rompe com a sua família, deixando em Nazaré a sua mãe e parentes mais próximos, rompe com o seu ambiente deixando por lá a sua história de quase trinta anos de convivência, conhecimento e trabalho. Em Nazaré, Jesus deixa os seus dias de criança, a sua participação na escola da sinagoga, a aprendizagem na carpintaria do pai e a sua profissão. Toda a mudança implica desinstalação, sair de nós mesmos, do nosso mundo, das nossas práticas rotineiras, daquilo que nos protege e nos torna estéreis para que possamos avançar em direção a novos horizontes. Ser seguidor de Jesus é acompanhar o Mestre e, como Ele, ter disponibilidade de coração para a mudança, para acolher o caminho que o Espírito nos sugerir.
Jesus muda-se para Cafarnaum Chama a atenção o facto de Jesus não começar a sua missão em Jerusalém, no templo, no “centro”, no coração do judaísmo mas numa região periférica, desprezada, tida até mesmo como um “lugar de trevas”, gente meio pagã, idólatra. Trata-se do território que, após o ingresso na Terra Prometida, receberam em herança as tribos de Zabulão e Neftali, respetivamente, décimo e sexto filhos de Jacob. Estas regiões, que fazem fronteira com o sul do Líbano e de Síria, eram contaminadas pela idolatria dos povos vizinhos e, no tempo de Jesus, constituíam a “Galileia dos gentios”. Jesus muda-se para uma região e um povo desligados e separado de presença de Deus, que vive longe do templo e do culto, longe de Lei de Moisés.
Jesus muda-se para iluminar Após a conquista da Samaria e desta região pelos assírios, Isaías tinhas anunciado que a luz do Senhor brilharia novamente nos antigos territórios de Zabulão e Neftali, recentemente incorporados no império assírio. Devido à escravidão e opressão, densas trevas cobriam, desde então esta zona, uma vez que, à queda do Reino do Norte, seguiram a deportação das tribos de Israel ali radicadas e a implantação de povos pagãos na região. Mateus vê, assim realizada, a profecia de Isaías, que falava da luz que resplandece para aqueles que viviam nas trevas e “na sombria região da morte”. É Jesus a luz de Deus que resplandece e ilumina os homens esquecidos e até desprezados, fazendo-os reviver e ter esperança, mostrando que não foram esquecidos por Deus, que lhes enviou o seu Filho.
Jesus muda-se para ir ao encontro das pessoas Jesus vai às aldeias e povoados ao encontro das pessoas, levando o anúncio do Evangelho. É no meio da nossa realidade quotidiana, como pescar, que somos encontrados pelo Mestre, que nos procura e que sai ao nosso encontro, para fortalecer-nos, animar-nos, ensinar-nos a viver e convidar-nos à conversão e mudança de vida. Jesus muda-se para começar algo de novo, muda-se para ir ao encontro das pessoas no seu quotidiano, iluminá-las, convidá-las à mudança e a segui-l’O.
Abismados ao contemplar o incrível amor de Jesus que toca e enche de júbilo o nosso coração, queremos converter-nos e ter a coragem de aceitar o Seu chamamento. Para isso, é importante, por vezes, parar… e refletir:
Procuro a mudança, a melhoria do meu ser ou faço o mesmo de sempre à espera de resultados diferentes?
Já senti que vivia nas trevas e fui iluminado, voltando à esperança, à alegria, à felicidade?
Sinto a necessidade de evangelizar, de anunciar a Boa Nova, de partilhar Jesus Cristo com os outros?
Qual é a maior dificuldade de reconhecer Jesus como o Salvador, como aquele que me ajuda a mudar?
Por Jesus Cristo, Deus vem reinar sobre o seu Povo; um reinado marcado pela justiça, pela misericórdia, pela preocupação em relação aos pobres e marginalizados, pela abundância e fecundidade, pela paz sem fim. Certos do Seu amor incondicional, digamos-Lhe, em voz alta, as nossas preces.
Com as mãos estendidas, acolhamos a luz de Deus e rezemos-Lhe
Nosso Pai, que manifestas a Tua presença no meio de nós, converte os nossos corações, faz-nos “pescadores de homens” e fortalece a nossa fé em Ti, para que ela seja irradiadora de luz.
Reconhecendo a luz da Cruz como fonte de Unidade, benzemo-nos