Semana de 30 de outubro a 5 de novembro de 2022 XXXI Domingo Comum – Ano C
A oração pode ser realizada em qualquer espaço: no sofá, no chão, à mesa da refeição, etc.. O importante é o local estar livre de distrações e que nos sintamos confortáveis e disponíveis para a fazer. Se for possível, hoje, fiquemos em posições diferentes do que é habitual. Tenhamos uma Bíblia, aberta em Lc 19, 1-10 e uma vela que acendemos para dar início ao momento.
Confortados pelo amor transformador e vivificador de Deus, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Louvemos a Jesus, que nos cura, liberta e com a graça de Seu amor, faz brotar a esperança.
À entrada da cidade, sozinho, abandonado À beira do caminho, triste, desamparado De repente a esperança recomeça a brotar Ao chegar aos meus ouvidos, é Jesus que vai passar
E no abandono da fé Grito com amor sem fim Filho de Davi Tem piedade de mim
Num olhar de compaixão que a minha alma abraça Põe sua a questão: o que queres que eu te faça? Jesus, cura-me, liberta-me, dá-me a graça do Teu amor Jesus, cura-me, liberta-me, quero ver-Te face a face, Senhor
Convidados a acolher Jesus “na nossa casa”, aceitemos transformar-nos pelo amor de Deus omnipotente, que tudo criou… Contemplativos, deixemo-nos comover pela Sua generosidade e agradeçamos, em voz alta, as inúmeras dádivas que nos concede.
Com desejo intenso e vontade firme de conhecer a salvação que Deus nos oferece, escutemos o texto de Lc 19, 1-10, que um de nós pode ler
Naquele tempo, Jesus entrou em Jericó e começou a atravessar a cidade. Vivia ali um homem rico chamado Zaqueu, que era chefe de publicanos. Procurava ver quem era Jesus, mas, devido à multidão, não podia vê-l’O, porque era de pequena estatura. Então correu mais à frente e subiu a um sicómoro, para ver Jesus, que havia de passar por ali. Quando Jesus chegou ao local, olhou para cima e disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa». Ele desceu rapidamente e recebeu Jesus com alegria. Ao verem isto, todos murmuravam, dizendo: «Foi hospedar-Se em cada dum pecador». Entretanto, Zaqueu apresentou-se ao Senhor, dizendo: «Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus bens e, se causei qualquer prejuízo a alguém, restituirei quatro vezes mais». Disse-lhe Jesus: «Hoje entrou a salvação nesta casa, porque Zaqueu também é filho de Abraão. Com efeito, o Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido».
Agraciados por estas palavras de luz e verdade, tentemos compreendê-las melhor
O texto bíblico mostra que Zaqueu desejava conhecer Jesus. Ao ouvir falar dos milagres e feitos de Jesus, da atenção e acolhimento que dava às pessoas desprezadas e marginalizadas e sabendo que Jesus iria passar em Jericó, um grande desejo de ver Jesus cresceu no coração de Zaqueu. Zaqueu sentiu-se atraído pelo amor de Jesus, o seu desejo era tão grande que ele foi capaz de superar o obstáculo que representava a sua baixa estatura no meio da multidão e subiu a uma árvore. Zaqueu não podia deixar passar aquela oportunidade de conhecer Jesus e por isso toma a decisão ridícula de subir a uma árvore.
A árvore não resolveria o problema de Zaqueu. Ele veria Jesus apenas ao longe, não O poderia tocar, seguir nem conversar com Ele. De cima da árvore, Zaqueu iria ver Jesus mas nada mais lhe restava a não ser observá-l’O a afastar-Se até desaparecer. Entretanto, Jesus caminhava entre a multidão e, de repente, olhou para cima, viu aquele homem e chamou-o pelo nome. Jesus está à procura do ser humano mais do que nós o possamos procurar. O Mestre importa-se e toma a iniciativa, mostrou-se interessado em comunicar com Zaqueu. Ninguém tinha feito a apresentação. Nenhuma pessoa do povo disse a Jesus o nome do homem que estava em cima da árvore. Jesus não ficou surpreso ao ver aquele homem ali. Na verdade, Jesus conhecia Zaqueu embora este não conhecesse Jesus.
Jesus superou todas as expetativas daquele homem ao dirigir-se a ele, dizendo: “Zaqueu, desce depressa…” Muitas pessoas sentem a atração do amor de Jesus mas contentam-se em ficar a observar o Mestre de longe em vez de se aproximarem logo e estabelecerem uma comunhão de verdade com Jesus. Zaqueu não pensou duas vezes e desceu rapidamente da árvore. Ele tinha de descer daquela árvore e encarar a realidade. Se ficarmos no lugar em que nos encontramos, no nosso pedestal, na nossa vidinha, na “nossa árvore”, podemos até ver Jesus mas à distância e apenas com os olhos e não com o coração.
O facto de Jesus se hospedar em casa de Zaqueu mostra isto: Jesus chama-nos e quer estabelecer connosco uma verdadeira comunhão, um relacionamento profundo. Ele não quer que fiquemos apenas a observar o que Ele faz, quer fazer-nos participantes da sua Vida e do seu Reino. Infelizmente, ouvimos a voz de Jesus a chamar o nosso nome mas ainda somos relutantes em descer da árvore. Uns ensaiam uma descida mas logo tornam a subir. A dúvida que se instala da mente é: descer ou não descer. Não fiques à espera que o galho quebre pois aí descerás mas não será uma descida muito agradável pois o tombo pode ser doloroso. Devemos manter aceso em nós o desejo de querer ver Jesus, de O encontrar, de O seguir, de O levar para nossa casa, de O trazermos para a nossa vida. A conversão de Zaqueu só aconteceu porque ele desceu da árvore e se encontrou com o Senhor Jesus que tinha ido ao seu encontro.
Só a humildade nos coloca no caminho de Jesus, de contrário Ele passa e nós ficamos em cima da árvore ou comodamente a murmurar pelos outros que avançam no caminho com Ele. O chamamento para descer da árvore é para mim, é para ti. A salvação chegou a casa de Zaqueu e tudo começou com o convite de Jesus a que ele descesse da árvore. Não ignores o convite do Senhor, desce rapidamente da árvore e vai alegremente ao encontro de Jesus porque assim a salvação e mudança podem começar na tua vida.
Jesus começa por provocar o encontro; depois, sugere que entremos em comunhão e estabeleçamos laços de familiaridade com Ele…Humildemente, percebemos que não basta a nossa boa vontade e os nossos bons propósitos; é preciso “descer da árvore” e deixar que Deus acompanhe os nossos esforços, nos anime e dê força ao longo da caminhada. Reflitamos juntos:
Sinto no meu coração a necessidade de ver Jesus?
Que obstáculos estou disposto a superar para ver Jesus? Há algum obstáculo que me impeça?
Como posso ver Jesus com o coração?
De que forma é que Jesus me chama?
Nesta semana dos seminários, rezemos juntos a oração pelos nossos seminários e seminaristas:
Senhor Jesus, que um dia chamaste os primeiros discípulos e fizeste deles pescadores de homens: continua hoje a fazer ressoar nas comunidades, nas famílias e no coração dos jovens o teu sublime convite: “Vem e segue-Me!” Faz com que sejam muitos aqueles que, com prontidão, respondem ao Teu chamamento à vida sacerdotal e nunca se envergonhem de dar testemunho de Ti.
Senhor Jesus, rogamos-Te pelos nossos seminários e pelos seminaristas, que ali amadurecem a sua vocação: dá-lhes um coração generoso e forte e concede-lhes o ardente desejo de se entregarem ao serviço de Deus e dos homens. Ampara-os nos momentos de prova e cansaço e nunca se envergonhem de dar testemunho de Ti!
Senhor Jesus, guia os formadores dos nossos seminários com os dons do Teu Espírito de sabedoria e de santidade, para que com a sua presença amiga sejam bons companheiros de viagem, mestres segundo o Teu Evangelho e nunca se envergonhem de dar testemunho de Ti!
Virgem Maria, rainha dos apóstolos e mãe dos sacerdotes, acompanha maternalmente os nossos seminaristas, para que correspondam, sem medo, à vocação que lhes foi doada por Jesus. Faz com que também eles possam pronunciar com alegria e confiança o seu “Eis-me aqui!”, imitando o Teu luminoso exemplo e apoiados na Tua materna intercessão. Recompensa com a tua solicitude os nossos benfeitores e acolhe no teu colo os que já adormeceram em Cristo.
Ámen
Chamados ao arrependimento e à conversão, por Deus, nosso Pai benevolente e tolerante, cheio de bondade e misericórdia, que nos ama e depôs em nós o “sopro de vida”, reconheçamos que, ao confessar os nossos pecados, Deus está disposto a perdoar e a escutar as nossas preces. Digamos-Lhe, de forma conscienciosa e em voz alta, os pedidos que queremos para nós e para os outros.
Em comunhão e intimidade com Deus, rezemos
Senhor, coloca o Teu olhar bondoso e compassivo sobre nós, humildes servos e pecadores.
Vem à nossa casa, Senta-Te à nossa mesa, fica hospedado nos nossos corações e converte-nos! Queremos reconciliar-nos conTigo apesar das dificuldades, das nossas ocupações e de tudo que nos atrapalha e nos tenta impedir de o fazer…
Hospedeiros de Cristo, banqueteados com os dons de Deus e convertidos pelo Seu amor, benzemo-nos