Semana de 23 a 29 de outubro de 2022 XXX Domingo Comum – Ano C
A oração começa e termina com humildade. Podemos e devemos preparar o melhor possível o espaço, providenciar o melhor conforto, restringir as distrações, contudo, o mais importante é prepararmos o nosso espírito para acolher Jesus no seio familiar. Humildemente, abrimos a Bíblia em Lc 18, 9-14 e acendemos a vela para darmos início a este momento em família com Ele no meio de nós.
Disponíveis para acolher Deus, o “juiz justo”, com despojamento e humildade, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Louvemos e entreguemo-nos a Deus, andemos nos Seus caminhos e segurando a Sua mão, recebamos o Seu perdão
Nos teus caminhos quero andar E segurar a Tua mão, e receber o Teu perdão E vou cantar que não há distância Que te possa afastar
Desde quando eu era criança ouvi falar de um Deus Que abriu o Mar Vermelho, lutava pelos seus Contra feras e gigantes, reinos e nações E eu me encantava cantando Suas canções Mas o tempo foi passando e eu não quis ouvir Preferi seguir meus rumos, tentei de Deus fugir Mas no final do meu caminho não conseguia mais andar Eu senti a Sua presença convidando-me a voltar
Senhor, quero me entregar Nos Teus caminhos quero andar E segurar a Tua mão, e receber o Teu perdão E quero ser a voz que ouvia em minha infância E vou cantar que não há distância que Te possa afastar
E pra quem estiver cansado, sofrer de solidão Pra tua vida fracassada meu Deus é solução Pois deixou as Suas ovelhas para vir te procurar E se sentes Sua presença porque hoje não cantar?
Senhor, quero me entregar Nos teus caminhos quero andar E segurar a Tua mão, e receber o Teu perdão E quero ser a voz que ouvia em minha infância E vou cantar que não há distância Que te possa afastar
Senhor, quero me entregar Nos Teus caminhos quero andar E segurar a Tua mão e receber o teu perdão E quero ser a voz que ouvia em minha infância Que não importa a distância Que me possa afastar
Desde quando eu era criança Ouvi falar de um Deus.
Seduzidos por Deus, apresentemo-nos diante d´Ele de mãos vazias, conscientes da nossa finitude e do nosso pecado… Crentes no Seu amor pelos humildes, manifestemos o nosso entusiasmo por sermos chamados Seus filhos e a nossa gratidão, por tantos dons e benefícios que nos concede e que podemos enumerar em voz alta.
Iluminados pelo amor incondicional, fiel, generoso e gratuito do Pai, escutemos atentamente, na voz de um de nós, a mensagem que Jesus, Seu filho e nosso irmão, nos transmite em Lc 18, 9-14
Naquele tempo, Jesus disse a seguinte parábola para alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros: «Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro publicano. O fariseu, de pé, orava assim: ‘Meu Deus, dou-Vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de todos os meus rendimentos’. O publicano ficou à distância e nem sequer se atrevia a erguer os olhos ao Céu; Mas batia no peito e dizia: ‘Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador’. Eu vos digo que este desceu justificado para sua casa e o outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
Empenhemo-nos para compreender melhor as palavras de Jesus
Jesus contou a parábola do fariseu e do publicano porque “alguns se consideravam justos e desprezavam os outros.” A parábola não se refere à oração, mas à vida e ao nosso comportamento. Jesus contou a parábola, chamando-nos a olhar para o nosso interior para aí descobrirmos o fariseu que pode habitar em nós. Partindo da figura do fariseu podemos refletir sobre alguns perigos duma justiça própria e suas consequências.
Primeiro: A justiça própria centra-nos em nós mesmos O fariseu “orava para si mesmo.” O fariseu ou “justo” vive centrado em si mesmo. Aparentemente, ele orava para Deus mas Jesus é claro ao dizer que ele dirigia uma oração “a si mesmo”, usando cinco vezes o pronome pessoal “eu”. O fariseu estava a falar consigo mesmo e os seus elogios eram dirigidos ao seu próprio ego. Ao falar para “si mesmo” o fariseu não sentiu a presença de Deus, não louvou o Senhor e não intercedeu pelos outros.
Segundo: A justiça própria tem aparência de santidade Ao chegar ao templo, o fariseu permaneceu de pé e sozinho, justamente, para não se misturar com as outras pessoas que não são dignas da sua presença. Também procurou estar numa posição que lhe conferisse destaque e exaltou-se por uma pertença santidade. Na sua oração, em momento algum, ele confessou os seus pecados e mostrou arrependimento. Em vez disso, o fariseu parecia tentar mostrar para Deus o quanto ele era bom e como Deus era privilegiado por ter alguém daquela qualidade. O foco do fariseu não era a sua imperfeição diante da perfeição divina mas evidenciar o quanto era mais perfeito que a maioria dos outros. Na sua forma de ver, ele orgulhava-se de ter poucos pecados, sendo assim mais santo do que os outros.
Terceiro: A justiça própria leva ao desprezo dos outros “Não sou como os outros… nem como este publicano.” O fariseu compara-se com os outros, mas não o faz no sentido positivo, ele não se compara com Deus nem com quem é melhor do que ele como Moisés, Elias ou Jeremias. Ele compara-se com os outros no sentido negativo, ele afirmava não ser um ladrão, injusto, adúltero e quando viu o publicano também o incluiu na sua lista de desprezados. A auto glorificação era à custa da miséria alheia. Do alto da sua própria justiça, o fariseu não contempla a Deus na oração porque olha por cima dos outros. Se ele tivesse consciência da majestade de Deus, ele ver-se-ia ao mesmo nível do publicano, um humilde pecador, necessitado de misericórdia e não desprezaria o seu colega de oração.
Quarto: A justiça própria produz a glorificação do eu Após se comparar com os outros, o fariseu começou a exibir os seus grandes feitos como cumpridor da Lei, glorificando o seu próprio eu. Na verdade, como bom fariseu, ele esforçou-se por enfatizar que ele fazia ainda mais do que a Lei mandava. Com esta postura inflamada e excessivamente autoconfiante, ele procurava adorar um deus chamado “orgulho próprio”. Numa oração pequena, o fariseu auto promoveu-se sete vezes. Assim não há espaço para o Deus amoroso, apenas para a promoção das suas próprias “supostas” qualidades. É importante destacar que, quando nos inflamamos de auto confiança, desrespeitamos Deus e desprezamos os outros. Uma oração tão cheia de orgulho jamais alcançaria os ouvidos de Deus.
O nosso Deus, juiz justo, que não faz acepção de pessoas, que não aceita ser cúmplice dos “auto-glorificados”, que não Se deixa subornar e não desiste de fazer justiça aos pobres, não se cansa de nos mostrar o Seu rosto misericordioso e bondoso…
Desafiados, comprometidos e inspirados a reconhecer que somos humildes e pecadores, reflitamos.
Será que quando rezo, rezo verdadeiramente a Deus?
Sinto a presença de Deus na minha oração?
Com que frequência procuro confessar os meus pecados?
Sou humilde na oração?
Comparo-me com os outros para me exaltar, ou para melhorar?
Animados pela certeza que o Senhor misericordioso e justo está ao nosso lado, nos dá força, nos anima, escuta a nossa oração e nos livra de todo o mal, olhemos para o nosso interior, reconheçamos as nossas falhas e supliquemos, em voz alta, pelas bênçãos e dádivas que queremos receber, para nós e para os nossos irmãos.
De pé, com as mãos vazias, estendidas e entregues a Deus, rezemos juntos…
Deus da bondade, do amor e da misericórdia, dispostos a aceitar dignamente a Tua oferta de salvação, ajuda-nos a adoptar uma atitude de reconhecimento humilde dos nossos próprios limites, uma confiança absoluta na Tua misericórdia e uma entrega confiada nas Tuas mãos.
Conscientes da soberania de Deus justo e misericordioso, humildemente, aceitemos as Suas bênçãos