Semana de 16 a 22 de outubro de 2022 XXIX Domingo Comum – Ano C
Este hábito da oração alimenta a relação com Deus, faz-nos amigos íntimos de Jesus, melhora o conhecimento da nossa vida e ajuda-nos na tomada de decisões. Para que seja de qualidade e tenhamos sucesso, preparamos o espaço de forma adequada, abdicamos de todas as futilidades, abrimos a Bíblia em Lc 18, 1-8 e acendemos a vela para darmos início à oração.
Crentes no amor do Pai e com a nossa humilde fé, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Louvemos Deus, nosso abrigo e lugar de paz e amor.
Quero encontrar um lugar seguro Quero sair deste mundo escuro E procurar um lugar de paz e amor Atravessei tempestades fortes No deserto andei, procurando abrigo Foi quando vi meu refúgio mesmo ali
O meu refúgio está no Senhor! O meu abrigo forte está no Senhor! E se a vida me trouxe aqui É porque Deus tem um plano pra mim O meu refúgio está no Senhor!
Minha missão encontrei agora Vou procurar os que estão lá fora Na provação, sem esperança pra viver Vou-lhes contar que na minha vida Também andei sem ver a saída E como Deus transformou o meu viver
Com vontade de permanecer na oração e manter com Deus uma relação estreita, uma comunhão íntima e um diálogo insistente, entreguemos os nossos corações nas Suas mãos e deixemo-nos transformar e alegrar com o Seu amor. Mostremos-lhe, em voz alta, a nossa gratidão, por tanto que nos dá.
Sendo a Palavra, o modo que o Deus Pai usa para indicar aos homens o caminho da vida plena, deixemos que assuma um lugar preponderante na nossa experiência cristã e escutemos o texto de Lc 18, 1-8 que um de nós vai ler
Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar: «Em certa cidade vivia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens. Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário’. Durante muito tempo ele não quis atendê-la. Mas depois disse consigo: ‘É certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens; mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça, para que não venha incomodar-me indefinidamente’». E o Senhor acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo!… E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre esta terra?»
Em espírito de oração, aprofundemos o texto que acabámos de escutar.
A oração perseverante não desiste Jesus contou a parábola do juiz iníquo para mostrar a “necessidade de orar sempre sem desanimar.” Para Jesus, orar é vital para oxigenar a vida espiritual e manter a chama da fé acesa, por isso a oração não é opcional mas é uma obrigação, um dever, uma necessidade, como comer e respirar. Jesus qualifica quando orar. Ele disse: “sempre.” A oração constante só conhece um tempo, isto é, sempre. Não importa se os dias são bons ou maus, se há fartura ou miséria, se há saúde ou doença, é necessário orar em todas as circunstâncias, independentemente das múltiplas adversidades e das diversas situações. Para realçar a importância e necessidade de orar, Jesus apresenta uma viúva e um juiz que não a queria atender nem fazer justiça. O pedido da viúva é o protótipo daquilo que devemos fazer, um retrato daquele que jamais desiste. A viúva sabe que não tem competência nem condições para resolver o seu problema e por isso implora o favor daquele que tem poder de julgar a sua causa e de lhe fazer justiça. A viúva representa a fragilidade e vulnerabilidade humana que por si só não tem força nem influência social mas ao mesmo tempo reconhece que existe alguém com capacidade para mudar a sua sorte. Ela não desiste, vai e volta constantemente ao juiz iníquo até ser atendida. O verdadeiro inimigo da oração não é a falta de tempo mas o cansaço, o desânimo, a exaustão, a falta de vontade. A perseverança da viúva é um incentivo para orarmos e um exemplo a não desanimar no meio das dificuldades que possam surgir.
A oração perseverante tem ouvinte Durante muito tempo, o juiz não quis atender a viúva. Parece a sensação que todos sentimos na oração: em vez de sermos escutados, sentimo-nos ignorados; em vez de nos sentirmos acolhidos, muitas vezes sentimo-nos rejeitados; em vez de recebermos justiça, recebemos indiferença. A ansiedade da viúva era grande para ver a sua situação resolvida e precisou de vários encontros com o juiz para que ele a atendesse. A nossa ansiedade e imediatismo podem destruir a nossa persistência e a nossa fé, pensado que Deus não nos ouve. A demora não apagou o fogo de persistência no coração da viúva, ela continuou mesmo sem ter a certeza da sua causa ser atendida. O tempo deve levar a que as raízes da fé se aprofundem mais e mais no nosso coração até o sonho se transformar em realidade. O juiz iníquo resolveu fazer justiça e julgar a causa da viúva não pela sua bondade e justiça mas só para ela parar de o importunar e aborrecer. Se um homem com uma índole tão perversa foi capaz de atender o pedido duma mulher perseverante, quanto mais Deus, que é misericórdia, amor, bondade e benevolência, acudirá aos seus filhos. Ao contrário do juiz injusto, Deus importa-se com as pessoas, faz justiça, ouve as orações e salva não no tempo e imediatismo que nós queremos mas quando Ele quer, daí a pergunta final “quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre esta terra?” Para Jesus, a oração perseverante é uma demonstração de fé e a sua ausência é sinal de falta de fé. A confiança exercitada pela oração persistente é uma comprovação da fé. O cristão que não gosta de orar, possivelmente está com a fé adormecida. Devemos insistir na oração mesmo quando a resposta parece demorada e não somos atendidos, tendo a viúva do Evangelho como exemplo.
Através da oração, caminho seguro para encontrarmos Deus, percebemos o Seu amor e a Sua misericórdia e descobrimos a Sua bondade e a Sua justiça…Procuremos transformar as nossas atitudes e gestos num verdadeiro encontro com Deus e com os próximos, refletindo
Serei “chato” com Deus? Insisto e persisto nas minhas preces?
Consigo perceber quando Deus me diz para mudar de estratégia ou de caminho e aceito?
Vejo a oração como uma obrigação ou como uma necessidade? Porquê?
Qual foi a situação em que me senti mais perto de Jesus?
Para vencer as duras batalhas que a vida nos apresenta, é preciso ter a ajuda e a força de Deus… Invoquemos a Sua presença e ação, com perseverança e insistência, dirigindo-Lhe confiadamente e em voz alta, as nossas súplicas.
Num diálogo atento e caloroso com Deus, rezemos-Lhe e deixemos que transforme os nossos corações.
Deus justo e misericordioso, lento na ira, veloz no perdão, em intimidade conTigo e esvaziados de nós mesmos, entregamos-Te o nosso coração e deixamos que a Tua Palavra cale o nosso falar, acalme as nossas inquietações e ausculte o nosso íntimo atingido por tantos ruídos e rumores, palpites e reclamações!
Tutelados e abençoados por Deus, que permanece atento à oração dos Seus filhos, benzemo-nos