Semana de 25 de setembro a 1 de outubro de 2022 XXVI Domingo Comum – Ano C
Ser “homem de Deus” é exigente. Olhando em particular para este momento de oração, é necessário preparar o espaço exterior e interior, sabermos o que vamos fazer, respeitarmo-nos e estarmos dispostos a partilhar e a orar em família, para além de termos uma Bíblia aberta em 1 Tim 6 e uma vela para se acender quando todos estivermos prontos.
Empenhados em edificar a nossa fé e enraizá-la no amor aos irmãos, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Louvemos o Senhor, aprendendo a dizer SIM à Sua voz, ao Seu amor e aos nossos irmãos
Sim Jesus, faz-me sempre falar como se Fosse a última coisa que eu possa dizer. Sim Jesus, faz-me sempre agir como se Fosse a última coisa que eu possa fazer.
Faz-me sofrer a cada instante como se Fosse a última flor que eu tenho p’ra Ti. Faz-me rezar a cada instante como se Fosse a última possibilidade que eu tenho Na Terra para falar conTigo.
Vivendo com alegria e entusiasmo a nossa fé e sendo diligentes no amor e no serviço para com os irmãos, apuramos a nossa capacidade de reconhecer as inúmeras bênçãos e dádivas que Deus nos concede a cada instante. Com atenção e humildade, digamos em voz alta, tudo aquilo que queremos, verdadeiramente, agradecer a Deus.
Escutemos na voz de um de nós, a verdadeira Palavra, que nos ilumina e inspira, pelo Santo amor de Deus, em 1 Tim 6, 11-16
Caríssimo: Tu, homem de Deus, pratica a justiça e a piedade, a fé e a caridade, a perseverança e a mansidão. Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e sobre a qual fizeste tão bela profissão de fé perante numerosas testemunhas. Ordeno-te na presença de Deus, que dá a vida a todas as coisas, e de Cristo Jesus, que deu testemunho da verdade diante de Pôncio Pilatos: guarda este mandamento sem mancha e acima de toda a censura, até à aparição de Nosso Senhor Jesus Cristo, a qual manifestará a seu tempo o venturoso e único soberano, Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que possui a imortalidade e habita uma luz inacessível, que nenhum homem viu nem pode ver. A Ele a honra e o poder eterno. Amen.
Motivados e felizes aprendizes dos ensinamentos do Pai, tentemos perceber a mensagem que escutámos
São Paulo dirige-se a Timóteo e chama-lhe “homem de Deus”. Este título foi usado para designar Moisés, Samuel e Elias. Foi usado para alguém que era porta-voz de Deus ou alguém que tinha uma mensagem oficial do próprio Deus. Em todas as ações da Igreja devemos estar comprometidos em formar homens e mulheres de Deus e este deve ser o nosso grande objetivo. Neste texto, São Paulo apresenta-nos algumas características do “homem de Deus”.
O “homem de Deus” pratica “Pratica a justiça e a piedade, a fé e a caridade, a perseverança e a mansidão.” Uma pessoa feliz é conhecida por aquilo que pratica. Não basta separar-se do que está errado, é preciso seguir e praticar aquilo que está correto. O “homem de Deus” abomina o mal e anseia por praticar o bem. São Paulo apresenta-nos seis virtudes que precisamos de buscar de todo o coração: o “homem de Deus” é justo, vivendo de forma integra e em harmonia com a lei de Deus, é piedoso, procurando a santidade através da oração e da palavra de Deus, tem fé, praticando a fidelidade ao Senhor, vive o amor, sacrificando-se pelos outros em vez de os explorar, é constante e resistente, permanecendo firme na sua vida pessoal e espiritual, mesmo no meio das dificuldades, vive a mansidão, isto é, não se deixa dominar pelas coisas terrenas para se deixar dominar por Deus, vivendo de forma pacífica e compassiva.
O “homem de Deus” combate “Combate o bom combate da fé.” O “homem de Deus” é um soldado, um lutador. Timóteo, como soldado de Cristo, deveria entender a vida cristã como uma luta sem tréguas e sem pausas contra o erro e na promoção da verdade. É de notar que o verbo “combater” está no presente do imperativo, indicando que o combate é um processo contínuo. Na igreja moderna parece que não estamos interessados em lutar mas em ser aceites, fazemos profissão de fé mas custa-nos sair em defesa da verdade e do evangelho. Se os meus combates e lutas diárias são única e exclusivamente por motivos mundanos, como o dinheiro, o poder, a fama e a glória, com tudo o que isso implica, então o combate pelo evangelho, a profissão de fé, não é a minha luta. O “homem de Deus” é conhecido por aquilo que luta, por isso devemos aplicar toda a nossa energia numa causa de consequências eternas.
O “homem de Deus” guarda “Guarda este mandamento sem mancha e acima de toda a censura, até à aparição de Nosso Senhor Jesus Cristo.” Naquela altura, muitos tinham-se desviado do caminho e Paulo exorta Timóteo a permanecer fiel até ao fim, não importa o quão difícil possa ser. Um “homem de Deus” deve ser fiel aos mandamentos do Senhor, deve ser fiel ao evangelho, mesmo diante de alguém que lhe pode ceifar a vida. Paulo apresenta o exemplo de Jesus que, mesmo diante de Pilatos, não negou a sua origem e deu testemunho da verdade. O “homem de Deus” é alguém que está comprometido com Cristo até às últimas consequências, mesmo que isso resulte em morte ou sofrimento, porque ele vive fiel ao Senhor. Não foi esta a forma de viver dos mártires e de todos os que deram a vida pelo Evangelho?
Que o Senhor desperte no nosso coração o desejo de ser homens e mulheres de Deus, conhecidos pela prática, combate e fidelidade ao evangelho.
Os traços do verdadeiro crente, moldados pelo perfil do “homem de Deus” orientam-nos para um caminho no qual é necessário cultivar a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança e exige que sejamos pacientes e mansos, diante das dificuldades que o serviço apostólico acarreta. Reflitamos, inspirados a trilhar este caminho.
Pela forma como vivo, posso receber o título “homem de Deus” como São Paulo aplicou a Timóteo?
Tenho praticado as virtudes que São Paulo recomenda a Timóteo?
Como soldado, tenho defendido e lutado pela minha fé em Cristo? Como? Ou essa não é a minha luta?
Estou comprometido em viver com fidelidade os mandamentos?
Para Deus, cada ser humano é olhado como único e legítimo beneficiário do Seu amor perene e equitativo. Firmados em sermos verdadeiros “homens de Deus”, na Sua fiel presença e amparo, reconheçamos as nossas dificuldades e limitações, e dirijamos-Lhe, em voz alta, as nossas preces.
Com um coração iluminado, capaz de amar e de partilhar, rezemos com fervor
Pai soberano e de amor, ilumina-nos com o teu Espírito, conduz-nos nos caminhos da justiça e guarda-nos irrepreensíveis e justos, na fé e no amor, na perseverança e na doçura.
Abençoados com o olhar compassivo e reabilitador do Pai, benzemo-nos