Semana de 28 de agosto a 3 de setembro de 2022 XXII Domingo Comum – Ano C
Precisamos dum espaço calmo e confortável. Televisão, telemóveis e todas as distrações devem ser ignoradas. Preparamos a Bíblia em Lc 14, 1.7-11 acendemos uma vela quando estivermos preparados para dar início.
Com vontade de colocar os nossos dons ao serviço de todos, com simplicidade e com amor, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Ao amor humilde, fiel e paciente, que é a essência de Deus, dediquemos este cântico de louvor
O mundo há de passar e toda profecia Os dons, as línguas e tudo mais que existir Porém como aquele que foi Hoje é e pra sempre há de ser O amor é a essência de Deus E pra sempre também vai viver
Bondoso e sem rancor, fiel e paciente Humilde e sofredor, espera tão somente Justo e verdadeiro, tudo suporta e tudo crê Tão puro e perfeito é o amor Não busca interesse ou favor Mistério, expressão, vida e luz do Senhor
Se eu pudesse saber destinos ou futuros Fazer mover as montanhas com minha fé Se eu pudesse falar qualquer língua Em qualquer lugar E desse os meus bens ao mais pobre Ou morresse em favor de alguém
Se não tivesse amor, de nada valeria Se não tivesse amor, proveito algum teria Fria e sem razão a vida, então, passaria Vazio seria o falar Um sino que insiste a tocar Se dentro de mim não valesse o amor
Reconheçamos, com humildade, que tudo o que temos e somos é um dom de Deus.
Com a alegria que brota do nosso encontro com o amor do Pai e despidos de orgulho ou de superioridade, manifestemos em voz alta, tudo quanto queremos agradecer a Deus.
Escutemos devotamente, na voz de um de nós, as palavras que Jesus nos dirige em Lc 14, 1.7-11
Naquele tempo, Jesus entrou, a um sábado, em casa de um dos principais fariseus para tomar uma refeição. Todos O observavam. Ao notar como os convidados escolhiam os primeiros lugares, Jesus disse-lhes esta parábola: «Quando fores convidado para um banquete nupcial, não tomes o primeiro lugar. Pode acontecer que tenha sido convidado alguém mais importante que tu; então, aquele que vos convidou a ambos, terá que te dizer: ‘Dá o lugar a este’; e ficarás depois envergonhado, se tiveres de ocupar o último lugar. Por isso, quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar; e quando vier aquele que te convidou, dirá: ‘Amigo, sobe mais para cima’; ficarás então honrado aos olhos dos outros convidados. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
Tentemos apreender a mensagem da “Boa Nova” que Jesus nos transmite neste texto que escutámos
Jesus vai comer a casa dum fariseu “um dos principais” e lá vai transmitir a sua mensagem que nos convida a viver a virtude da humildade. Jesus começa por observar que muitos procuram os primeiros lugares na festa. Estes lugares eram especiais, destinados às pessoas que o anfitrião queria honrar. A busca dos primeiros lugares demonstra a necessidade de ser honrado pelos homens e tudo começa por aqui, porque, se não houvesse essa necessidade, nenhum convidado procuraria tão ansiosamente aquela posição. O centro da questão é este: “Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado” (Lc 14, 11) ou como diz o livro do Ben-Sirá: “Filho, em todas as tuas obras procede com humildade e serás mais estimado do que o homem generoso” (Sir 3, 19). Numa época de exaltação do sujeito, da excessiva valorização da imagem, da categoria ou carreira, da corrida aos lugares de honra, onde nos são impostos modelos caraterizados pela arrogância, violência e prepotência, alguém referir e preferir a “humildade”, no apagamento sereno e generoso de si mesmo em favor do próximo, parece algo humilhante e irrealista.
A humildade não é apenas uma grande virtude humana mas representa o modo de ser e agir do próprio Deus. A humildade foi o caminho escolhido por Deus, que se fez carne, que se fez um de nós, que se fez pequenino. Deus humilha-se e coloca-se ao nosso serviço. Jesus foi humilde servidor de todos e deu um grande exemplo na Última Ceia, quando se colocou de joelhos a lavar os pés aos seus discípulos. Daí S. Paulo afirmar: “aparecendo como homem, humilhou-se a si mesmo, obedecendo até à morte e morte de cruz” (Fl 2, 7-8).
A humildade é saber situar-se ante Deus, os outros e nós mesmos. A humildade não é prudência, não é medo de se expor nem tacanhice. Há pessoas que, em nome da humildade, enterram os seus talentos e renunciam a lutar pelos seus direitos. Quem é humilde não tem medo de ser generoso, pois é capaz de receber, gosta de repartir porque sabe receber e de receber para poder repartir. O humilde compreende melhor a vontade divina e tem um coração aberto ao que Deus lhe vai pedindo a cada momento. O humilde respeita os outros, as suas opiniões, as suas coisas, não quer ser mais que os outros, vivendo numa atitude de serviço. O humilde dá graças a Deus pelas coisas boas que tem, oferece a Deus as suas imperfeições e pede a Deus que o cure e restaure o que está mal na sua vida, apoiando-se na bondade e omnipotência divina.
A soberba é o contrário da humildade e é um dos maiores motivos que leva à separação de Deus e dos outros. A soberba ou orgulho leva-nos a ter um conceito exagerado acerca de nós mesmos. Este conceito é prejudicial porque forma uma imagem distorcida que não corresponde à realidade daquilo que realmente somos. A soberba impede de exercitar o perdão das ofensas, leva à destruição das relações sociais e familiares, faz a pessoa acreditar que não precisa de mudanças na sua vida, que todos os atos e pensamentos são dignos, fecha o coração a Deus, aos outros e até a si mesmo impedindo de crescer em todos os sentidos e até no espiritual.
Peçamos ao Senhor que nos conceda viver em verdadeiro espírito de humildade para que assim nos saibamos situar perante Deus, os outros e nós mesmos de forma sincera e verdadeira.
Incentivados à redescoberta da nossa fé e a despirmo-nos de qualquer atitude de arrogância, de prepotência, de ambição, para nos colocarmos numa atitude de humildade, de simplicidade, de serviço, com gratuidade e amor desinteressado, reflitamos:
Por que preferimos as honras dos Homens no lugar das honras de Deus?
De que forma posso agir do modo humilde?
A humildade é um valor que prezo também em mim, ou apenas nos outros?
Qual o meu lugar na grande mesa de Deus?
A humildade necessita de ações concretas? Que bem já pratiquei por ser humilde? E que mal já fiz por não o ser?
Por vezes quando aparecem as dificuldades e os desafios, sentimo-nos vencidos, incapazes, fracos ou olhados com comiseração. Convidados a sentarmo-nos à mesa com Jesus, banqueteemo-nos com a Sua humildade, compaixão e generosidade, dirigindo-Lhe em voz alta, os nossos pedidos.
Rezemos juntos, com fervor
Deus de bondade e de amor, Tu que és Pai e nos convocas para a comunhão contigo e com os irmãos, alimenta o nosso coração para que seja fonte de irmandade, de fraternidade, de partilha e de serviço, fazendo-nos pequenos, simples e humildes.
Impregnados pelo amor gratuito e gracioso de Deus, benzemo-nos