Semana de 7 a 13 de agosto de 2022 XIX Domingo Comum – Ano C
“Aprendamos a parar, a ficar em silêncio, a contemplar a natureza, a rezar, para não passarmos da correria do trabalho para a correria das férias.” Inspirados e motivados pelas palavras do Papa Francisco, quer estejamos a trabalhar ou de férias, preparemos um espaço no nosso lar ou ao ar livre, que seja recatado e favoreça a nossa concentração. Abramos a Bíblia em Lc 12, 32-48 e tenhamos connosco uma vela, que será acesa no momento em que estivermos prontos a começar.
Atentos e disponíveis para acolher o Senhor e escutar os Seus apelos, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Estou aqui, respondi Ao Teu chamado pra servir Usa-me, eu sou Teu Pra fazer o Teu querer Muito tempo me escondi Tentei correr e fugir Mas agora eu sou Teu Pra fazer o Teu querer
Eu quero ser um servo Teu Cheio do Teu poder Usa-me Senhor em Teu louvor Como um vaso em Tuas mãos
Numa atitude de espera serena, contudo atentos e vigilantes para responder aos apelos do Senhor, celebremos este momento de encontro com Ele, dirigindo-lhe em voz alta, um a um, as nossas palavras de agradecimento pelos dons e benefícios que nos concede.
Concentremo-nos para ouvir, na voz alta de um de nós, a Palavra de Deus em Lc 12, 32-48, que vivifica a alma e nutre o nosso espírito
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não temas, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o reino. Vendei o que possuís e dai-o em esmola. Fazei bolsas que não envelheçam, um tesouro inesgotável nos Céus, onde o ladrão não chega nem a traça rói. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. Tende os rins cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que esperam o seu senhor voltar do casamento, para lhe abrirem logo a porta, quando chegar e bater. Felizes esses servos, que o senhor, ao chegar, encontrar vigilantes. Em verdade vos digo: cingir-se-á e mandará que se sentem à mesa e, passando diante deles, os servirá. Se vier à meia-noite ou de madrugada, felizes serão se assim os encontrar. Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não o deixaria arrombar a sua casa. Estai vós também preparados, porque na hora em que não pensais virá o Filho do homem.»
Não basta escutar… Precisamos de compreender a Palavra para a podermos viver, partilhar e anunciar! Façamo-lo!
Pensando nos perigos da avareza e a tolice de depositar toda a confiança nas coisas passageiras deste mundo, Jesus pronunciou estas parábolas para nos explicar a importância e significado da vigilância de forma a não desviarmos o foco da verdadeira vida tida como um tesouro no céu. Este Evangelho desafia-nos à vigilância e apresenta algumas consequências para a vida daquele servo que quer estar vigilante.
A vigilância exige preparação Quem espera algo deve-se preparar para tal. É fácil perceber quem está à espera de alguma coisa, basta saber se essa pessoa se está a preparar ou está preparada para algo. Naquele tempo, as pessoas usavam longas túnicas que dificultavam os seus movimentos e, para que houvesse mobilidade e liberdade para o trabalho, era necessário o uso dum cinto. A pessoa com os rins cingidos estava apta para andar rápido e/ou trabalhar com mais afinco, uma vez que as roupas largas e livres dificultariam os seus movimentos. Aplicando esta metáfora à vida espiritual, o servo vigilante é aquele que está sempre preparado para receber o Senhor e aguarda de forma diligente a sua volta. Seria muito desagradável o Senhor voltar e encontrar os seus servos despreparados com roupas soltas e com as lâmpadas apagadas.
A vigilância exige sacrifício Para levar por diante a ordem de estar preparado para a chegada do seu Senhor, os servos tiveram de ter a certeza de que as suas lâmpadas estavam cheias com óleo e os pavios bem aparados. Isto envolveu uma despesa de energia e uma despesa de dinheiro. Esperar por algo é estar de olhos abertos, é não dormir na parada. A espera exige sacrifício pessoal, como o sono, e sacrifício de alguns recursos. Esperar o Senhor sempre nos custará algo e sem sacrifício não há verdadeiro serviço nem verdadeira espera.
A vigilância exige pressa Quem espera por algo espera com ansiedade. Devemos viver na expetativa de que podemos ser tirados deste mundo dum momento para o outro. Temos uma viagem para fazer e precisamos de estar preparados o mais rápido possível. Como aconteceu na saída do Egipto. O povo de Deus, sabendo do dia e hora da fuga do Egipto, preparou-se como nos diz o livro do Êxodo: “Comê-la-eis desta maneira: os rins cingidos, as sandálias nos pés, e o cajado na mão. Comê-la-eis à pressa. É a Páscoa em honra do Senhor” (Ex 12, 11). Nós não sabemos o dia e a hora e por isso o dia do Senhor é apresentado como um ladrão que vem a qualquer momento e não avisa, como qualquer ladrão, não envia carta a dizer quando vai assaltar seja o que for porque o serviço do ladrão depende do elemento surpresa. Jesus escolheu a figura do ladrão de noite para ensinar a importância de estarmos sempre preparados para o encontro com o Senhor, não tirarmos o foco da vida eterna e não alongarmos essa preparação no tempo descuidando-nos de forma excessiva com as coisas do mundo, mas ter pressa em estar vigilantes e preparados. Enquanto o rico insensato, movido pela avareza, estava com o seu coração na terra e nos valores terrenos, o servo vigilante está com o coração no céu, nos valores eternos e deposita a sua esperança no Senhor. O servo vigilante é aquele que está sempre à espera do seu Senhor.
A Palavra de Deus que hoje nos é proposta contém uma interpelação especial e convida-nos a assumir as nossas responsabilidades e a desempenhar, com atenção e empenho, as funções que nos foram confiadas, como protagonistas na construção do “Reino” de Deus. “Servos” e disponíveis para Deus Pai, reflitamos:
O que significa para mim estar vigilante para receber o Senhor?
O Senhor pode vir a qualquer momento, como um ladrão. Levo a sério esta advertência? Que implicações tem na minha vida?
Que sacrifícios faço que demonstram a minha espera vigilante?
Tenho pressa e sinto urgência em estar preparado para a vinda do Senhor ou nem penso nisso porque acho que ainda não chegou a minha hora?
O que corrigiria e mudaria na minha vida se soubesse que só tinha uma semana de vida?
Com humildade, simplicidade e comprometidos a tempo inteiro para viver em pleno a vida que Deus nos confiou, permitamo-nos abrir o nosso coração e pedir ao Pai, em voz alta, o que precisamos para nós e para os outros.
Com entusiasmo, de olhos fechados e atentos a cada palavra, rezemos confiadamente
Deus fiel, que Te fizeste próximo e presente, fica connosco na nossa vigília e suscita em nós uma atitude de despojamento para nos tornarmos disponíveis, acolhedores e completamente dedicados ao Vosso serviço.
Vigilantes e prontos a servir, assistidos pelo Espírito Santo, aceitemos as bençãos de Deus Pai