Semana de 31 de julho a 6 de agosto de 2022 XVIII Domingo Comum – Ano C
Preparemos um local que crie condições para abrirmos o nosso coração a Deus e uns aos outros! Coloquemos no meio de nós uma Bíblia aberta em Lc 12, 13-21 e uma vela para acendermos quando todos estivermos prontos.
Para darmos início a esta oração, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Reconhecemos que não somos perfeitos, mas temos uma vontade enorme de sermos melhores…
Naquele tempo, alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: «Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo». Jesus respondeu-lhe: «Amigo, quem Me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?» Depois disse aos presentes: «Vede bem, guardai-vos de toda a avareza: a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens». E disse-lhes esta parábola: «O campo dum homem rico tinha produzido excelente colheita. Ele pensou consigo: ‘Que hei-de fazer, pois não tenho onde guardar a minha colheita? Vou fazer assim: Deitarei abaixo os meus celeiros para construir outros maiores, onde guardarei todo o meu trigo e os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: Minha alma, tens muitos bens em depósito para longos anos. Descansa, come, bebe, regala-te’. Mas Deus respondeu-lhe: ‘Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste, para quem será?’ Assim acontece a quem acumula para si, em vez de se tornar rico aos olhos de Deus».
Escutemos e acompanhemos a reflexão sobre o passagem bíblica que acabámos de ler.
Na presente parábola, Jesus alerta-nos para alguns erros, provocados pela avareza, que o rico insensato cometeu e dos quais nos devemos acautelar e guardar.
Primeiro: a ambição desmedida Esta reflete-se no amor ao dinheiro e às coisas materiais. A ambição está presente tanto na pessoa que abordou Jesus como no rico da parábola. Uma dose de ambição é saudável: sem ela podemos terminar num estado de letargia. É a ambição que nos leva a um maior esforço para conseguir e mais longe e nos aperfeiçoarmos mais. No entanto, devemos ter consciência que a ambição é algo que precisa de estar sob controle, tendo uma rédea curta. O erro dos protagonistas neste episódio era a ambição desmedida. Parceiro da ambição desmedida é o egoísmo. O relato da parábola está repleto de “eu”, “meu”, “comigo”, “mim”. Uma segunda pessoa ficou tão excluída desta parábola que o rico nem sequer tinha um interlocutor com quem dialogar: ele conversava dele para ele mesmo. A armadilha da ambição é que ela não tem fim, é não olhar mais que o seu umbigo. Jamais se consegue satisfazer a ambição: quem não tem nada quer um pouco; quem tem um pouco quer mais; quem tem mais quer muito; quem tem muito quer tudo. É preciso estar atento e guardar-se da ambição desmedida.
Segundo: desprezo de Deus Este homem vive como se Deus não existisse e Deus não é um “fator” na sua vida ou nas suas decisões. Ele não procura um conselho e não ora para tomar uma decisão sobre “o que fazer”. Ele fala consigo mesmo em vez de falar com Deus na oração e pedir uma direção a seguir: ele simplesmente agiu. Na sua mente, a sua terra, os seus bens, a sua vida estão todos sob o seu controle. Quanto mais uma pessoa tem sucesso tanto mais o seu foco está no agora e vê a sua segurança apenas na sua riqueza. Na via tão bem sucedida do homem rico nada dependia de Deus, nada ficava sujeito à vontade de Deus, nem mesmo a chuva necessária para uma boa colheita, nem a paz, nem a saúde. Devemo-nos acautelar e guardar do desprezar a Deus.
Terceiro: Esperança e segurança vãs Pensando que a sua riqueza lhe daria segurança, ele desenvolveu um plano inútil: construir celeiros maiores mas naquela noite não sabia que ia morrer. Ele fez provisões para a sua vida terrena e pensou que esta apropriação iria garantir o bem-estar da sua alma, como se esta se alimentasse de bens terrenos mas perante o juízo de Deus não tinha absolutamente nada. O rico da parábola descuidou o seu futuro e descuidou a sua vida espiritual porque depositou a sua esperança e segurança nas coisas deste mundo. Um homem que seria visto por outras pessoas como esperto, providente e sábio por ser um alguém tão bem sucedido nos negócios, foi chamado de “louco” por Deus. Quando priorizamos as coisas desta vida, quando a poupança acumulada se torna a única esperança, preocupação e tábua de salvação para tudo e não valorizamos as coisas e os valores eternos, demonstramos verdadeira loucura. Como nos diz S. Paulo: “afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra”. Devemo-nos acautelar e guardar de colocar as nossas esperanças e seguranças nas riquezas deste mundo porque dum momento para o outro também nós podemos ter de entregar a nossa alma. E para que serve tudo o que preparamos?
Com certeza, teremos muitos pensamentos sobre este tema e sobre a nossa postura na vida. Seguem-se algumas pistas que poderão ajudar na partilha:
Qual a grande ambição da minha vida? Estou refém dessa ambição?
As ambições pessoais já me levaram a ser egoísta e não olhar para o outro?
Procuro na oração orientação para as decisões da minha vida?
Tenho comportamentos avarentos, isto é, não partilho, tenho medo de perder o que tenho, só penso em juntar, não penso nas necessidades dos outros, só penso em ter cada vez mais?
Tenho preocupação pela salvação eterna ou coloco as minhas esperanças e seguranças nas coisas terrenas?
Sou demasiado materialista e consumista ou demasiado desapegado e leviano?
Peçamos a iluminação do Espírito Santo para que consigamos valorizar o que tem verdadeiro valor, não esquecendo de pedir por todos aqueles que não cuidam, não respeitam e não valorizam o próximo.
Atentos às palavras da oração, rezemos
Meu Deus, meu rei e meu pai, que enviaste Teu filho Jesus para nos ensinar o caminho, ajuda-nos a seguir-Te e a sermos fortes para não cairmos nas tentações do imediato!