Semana de 12 a 18 de junho de 2022 Solenidade da Santíssima Trindade – Ano C
Propiciemos um momento na nossa agenda semanal para estarmos em intimidade com Deus e com a nossa família. Devemos escolher um lugar tranquilo, sem distrações; ter uma vela junto de nós e procurar na Bíblia, os textos de Jo 16, 12-15 e Rom 5, 1-5. Ajudemo-nos mutuamente a ficarmos concentrados e atentos. Podemos iniciar acendendo a vela.
Atraídos pela grandeza do Deus Trino de Amor, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Louvemos a relação de Amor que une o Pai, o Filho e o Espírito Santo
Pai Santo eu Te adoro, Te ofereço a minha vida. Como eu Te amo.
Jesus Cristo eu Te adoro…
Espírito Santo eu Te adoro…
Trindade Santa eu Te adoro…
Contemplemos o que Deus Pai, cheio de bondade, misericórdia e de amor, criou e providenciou para nós… Façamos descoberta da beleza e da harmonia das Suas obras, e sejamos capazes de Lhe agradecer, em voz alta, o tanto que reconhecemos como Suas dádivas.
Escutemos na voz de um ou dois de nós, os textos do Evangelho, a força que congrega e que salva, em Jo 16, 12-15 e Rom 5, 1-5
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender agora. Quando vier o Espírito da verdade, Ele vos guiará para a verdade plena; porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que está para vir. Ele Me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso vos disse que Ele receberá do que é meu e vo-lo anunciará».
Irmãos: Tendo sido justificados pela fé, estamos em paz com Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual temos acesso, na fé, a esta graça em que permanecemos e nos gloriamos, apoiados na esperança da glória de Deus. Mais ainda, gloriamo-nos nas nossas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz a constância, a constância a virtude sólida, a virtude sólida a esperança. Ora a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
Inspirados pelo Espírito Santo esforcemo-nos para compreender a verdade das palavras que escutámos
Como desejamos o bem, todos nós queremos a unidade, todos a desejamos do fundo do coração. Sendo assim, por que é tão difícil de fazer e conseguir a unidade? Por que mais facilmente chegamos à divisão e à discórdia? Queremos que se construa a unidade mas à volta de nosso ponto de vista e ficamos admirados e surpresos como os outros não percebem e insistem nos seus pontos de vista. Projetamos o caminho para que os outros cheguem onde nós chegamos e o outro faz exatamente o mesmo comigo e, desta forma, nenhuma unidade será alcançada mas só o caminho da discórdia e da divisão. Com a Santíssima Trindade aprendemos dois aspetos para vivermos o verdadeiro caminho da unidade.
Primeiro: Viver em comunhão de amor Desde o início, a Igreja experimentou Deus na sua vida concreta e O experimentou de forma Trinitária, como Pai, como Filho e como Espírito Santo. Esta experiência resulta da própria revelação de Deus. Ao Pai, atribui-se de modo especial a obra da criação; ao Filho, é atribuída a redenção da humanidade; e ao Espírito Santo, a renovação da vida, a santificação. As três pessoas divinas estão presentes em tudo e em todas as ações litúrgicas. Para a comunhão trinitária, em cada pessoa divina estão presentes as outras duas. A Trindade é como um triângulo musical que de qualquer lado que se toque vibra tudo e dá o mesmo som. A doutrina da Trindade está contida, em síntese, na revelação de Deus como amor. Dizer: “Deus é amor” (1 Jo 4, 8) é dizer: Deus é Trindade. É consolador saber que Deus não é egoísta nem solitário. É um Deus comunidade de amor, é família, são três pessoas unidas no amor. As três pessoas estão unidas sem se confundirem; cada pessoa “identifica-se” na outra, dá-se à outra e faz ser a outra. Daí a frase de Jesus: “eu estou no Pai e o Pai está em mim”. São Paulo ajuda-nos a entender o que significa, na prática, viver entre nós esta comunidade de amor, como caminho de unidade, ao dizer: “se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; e se um membro é honrado, todos os membros se alegram com ele” (1 Cor 12, 26) e indica o fundamento quando diz que “somos membros uns dos outros” (Rm 12, 5). Só vivendo em comunhão de amor uns pelos outros podemos chegar à unidade sem desmembrar o corpo.
Segundo: Glorificar o outro As três pessoas divinas estão sempre comprometidas em glorificar umas às outras. O Pai glorifica o Filho e o Filho glorifica o Pai (Jo 17, 4); o Espírito Santo glorificará o Filho (Jo 16, 14). Cada pessoa dá-se a conhecer e torna a outra conhecida. O Filho ensina a chamar pelo Pai; o Espírito Santo ensina a clamar. “Jesus é o Senhor”. Cada pessoa ensina-nos a pronunciar o nome da outra. Só há um “lugar” onde o mandamento de “amar o próximo como a si mesmo” é colocado em prática no seu sentido absoluto: é a Trindade. Cada pessoa divina ama a outra como a si mesma e quer glorificá-la. Pensemos numa família, comunidade ou grupo, onde cada um defendesse, exaltasse e glorificasse o outro. São Paulo diz-nos que devemos “rivalizar na estima mútua” (Rm 12, 10).
A Trindade ensina-nos a colocar o bem da comunidade e da família acima da nossa afirmação pessoal. Podemos estar divididos na mente, no que cada um pensa sobre questões doutrinais, litúrgicas ou pastorais mas nunca deveríamos estar divididos no coração. Isto significa imitar a unidade da Trindade: unidade na diversidade e diversidade que procura o bem do outro e não a discórdia.
Guiados pelo ”Espírito da verdade” que nos comunica a vida e o amor de Jesus, em comunhão e unidade com o Pai, façamos da Sua Palavra uma referência na nossa caminhada e saibamos aplicá-la a cada circunstância nova que a vida nos apresentar. Reflitamos:
Já alguma vez contribuí para um clima de divisão e discórdia na minha família e na minha paróquia?
A minha afirmação pessoal já me levou a criar momentos de discórdia?
Como tenho contribuído para comunhão e unidade dentro da Igreja, corpo de Cristo?
Tenho por norma glorificar e elogiar o que os outros são e fazem ou olho mais para os seus defeitos?
Em que aspetos da minha vida senti ou sinto que o Deus que eu amo é um Deus de amor?
Rezemos juntos esta oração à Santíssima Trindade. A Oração do Anjo foi ensinada pelo Anjo aos Pastorinhos, na Loca do Cabeço.
Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amén.
Sentindo-nos capazes de acolher nos nossos corações a força da Divina Trindade, que nos ajuda a superar as dificuldades e a dureza da caminhada, peçamos com humildade, fé e confiança, o que necessitamos para nós e para os outros.
Confiadamente entregues à Santíssima Trindade, rezemos de mãos dadas
Deus fiel, Pai revelado pelo Teu Filho no Teu Espírito, gratificados pela Tua justiça, pela Tua paz, e, sobretudo, pelo Teu amor que derramaste nos nossos corações, nós Te damos graças porque nos incluis na comunhão da Tua glória e na verdade do Teu amor.
Em comunhão com Deus de amor infinito que é Pai, Filho e Espírito, benzemo-nos