Semana de 29 de maio a 4 de junho de 2022 Solenidade da Ascensão do Senhor – Ano C
Cansados dos afazeres e responsabilidades do dia-a-dia, encontremos um momento para nos reunirmos com Deus e com a nossa família. Façamo-lo num lugar tranquilo, confortável e impenetrável a ruídos que distraem. Selecionemos na Bíblia os textos de Act 1, 6-9 e Lc 24, 46-49 e tenhamos uma vela. Concentremo-nos e, quando estivermos preparados, começamos, acendendo a vela.
Em comunhão com Cristo e o Espírito Santo, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Com alegria e confiança na paz que nos vem de Deus, louvemo-Lo
Tu nos queres firmes, alegres e generosos Em todos os lugares que frequentamos. Nos queres testemunhas com nossas palavras e atitudes Nossos critérios e gestos, a vida em cada dia.
Tu confias em nós, Senhor Nos fazes ser as Tuas Testemunhas Portadores da Tua mensagem Nos fazes ser construtores do teu projeto
Somos caminho por onde passas para chegar aos nossos irmãos
Somos espelhos onde Tu refletes A Tua bondade e misericórdia A Tua Verdade e a Tua luz Somos espelhos onde cada Homem Encontrará refletida A sua dignidade de filho Teu!
Revestidos pelo Espírito Santo que nos dá a força para testemunhar Jesus, digamos ao Pai, em voz alta, as coisas que Lhe queremos agradecer
Com o coração disponível, escutemos atentamente, na voz de um de nós, a mensagem que Jesus nos lega em Act 1, 6-9 e Lc 24, 46-49
Aqueles que se tinham reunido começaram a perguntar: «Senhor, é agora que vais restaurar o reino de Israel?» Ele respondeu-lhes: «Não vos compete saber os tempos ou os momentos que o Pai determinou com a sua autoridade; mas recebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria e até aos confins da terra». Dito isto, elevou-Se à vista deles e uma nuvem escondeu-O a seus olhos.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Está escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois testemunhas disso. Eu vos enviarei Aquele que foi prometido por meu Pai. Por isso, permanecei na cidade, até que sejais revestidos com a força do alto».
Acolhamos e percebamos a Palavra de Deus que escutámos e deixemo-nos orientar pelo exemplo de Jesus, modelo incontestável de obediência e docilidade no acolhimento da vontade do Pai:
Na Ascensão, depois de ter dado as últimas recomendações e orientações, Jesus afirma categoricamente o grau de responsabilidade e compromisso que esta missão exigiria daqueles que a desempenhassem, investindo os seus discípulos na qualidade de testemunhas. No original, a palavra grega usada para testemunhas é “martyres”, termo também usado para se referir a mártir. Neste contexto, ser testemunha não se restringe apenas a pregar o Evangelho, a viver em santidade e ajudar o próximo. Ser testemunha é ir muito além de atestar um facto que se presenciou ou ser representante de alguém. Ser testemunha é estar preparado para ser mártir, isto é, para morrer em prol da causa que se defende se for preciso. Assim, Jesus deixou claro para os discípulos que para serem suas testemunhas e levarem o Evangelho cumprindo a missão que ele lhes dava todos precisavam de estar dispostos a perderem as suas próprias vidas.
Só é capaz de ser testemunha de Cristo alguém que o conheceu mas, ao mesmo tempo, o testemunho vai muito além da transmissão de conhecimento de Deus, da doutrina ou instrução da fé. Quem não tem fé também pode transmitir conceitos mas só o Homem de fé pode transmitir e testemunhar a fé porque o testemunho está intimamente relacionado com a experiência e evoca um sentido mais pessoal. Ninguém tem autoridade para testemunhar com base no que outros viram mas sim naquilo que ele próprio vive. Não se trata de emitir uma opinião sobre algo mas sim do dever de falar estritamente daquilo que viste e ouviste, do que se conhece.
Conhecer, no contexto bíblico, tem o sentido de experimentar, isto é, ser íntimo, fazer-se próximo, estabelecer relação. Por isso, no terreno da fé, o conhecimento é fruto duma experiência de intimidade entre o Homem e Deus. Conhecer a Deus é fazer uma experiência com Ele. Se o conhecimento de Deus é a condição fundamental para a evangelização, a “testemunha” é todo aquele discípulo missionário que experimentou ou experimenta Deus.
Jesus não considerou os seus discípulos aptos a testemunhar pelo facto de o terem visto ressuscitado. Se assim fosse, a maioria dos cristãos jamais poderia cumprir esta missão. O que torna os discípulos de Jesus aptos para testemunhar é a experiência que se repete connosco ainda hoje. Ele disse: “recebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós”. Há uma ligação entre a força do Espírito que vem sobre a minha vida e o testemunho que terei de dar, porque é justamente a ação d’Ele na minha vida que me permitirá mostrar aos outros que Jesus vive em mim. O nosso testemunho é fruto duma “parceria” entre nós e o Espírito Santo. Não é uma tarefa unicamente nossa e nem só d’Ele.
Só por meio do testemunho podemos mudar o mundo. A humanidade precisa dum testemunho pascal, dum testemunho cristão que não se envergonhe de ser “sal da terra e luz do mundo”, precisa de homens e mulheres que, mesmo sendo poucos e pequenos, queiram deixar os rastos de Deus sobretudo fora da Igreja, nas estradas deste mundo. Ser testemunha de Cristo vai muito além de ser assíduo às celebrações da comunidade, pregar ou obedecer às tradições da Igreja, mas também estar disposto a seguir o caminho que muitos já seguiram e estão a seguir ainda hoje, dando a sua vida pelo Evangelho.
Ser testemunha e responsável pela construção de um mundo novo onde habite a justiça e a paz de Cristo, exige esforço diário, compromisso e determinação. Com a ajuda do Espírito Santo, reflitamos para nos aproximarmos da concretização da nossa missão.
De que modo posso ser testemunha de Jesus?
De que forma sinto que o Espírito Santo me inspira e dá força para ser testemunha de Jesus?
Já alguma vez senti que fui testemunha de Jesus?
Estou disposto a sacrificar-me para ser testemunha de Jesus? Até que ponto?
Reconheço que para ser testemunha de Jesus tenho de fazer uma experiência de intimidade com o Senhor?
A Cristo ressuscitado e elevado à glória do Pai, mas que continua a caminhar no meio de nós, confiemos as nossas vidas. Roguemos-Lhe que escute as nossas súplicas e atenda os pedidos que Lhe vamos fazer, em voz alta.
Convocados para sermos testemunhas de Cristo, rezemos confiadamente
Senhor Jesus, que viveste entre nós, passaste fazendo o bem, anunciaste o Reino do Céu e nos trouxeste a paz e a verdadeira liberdade, na Tua ascensão resgataste cada ser humano. Pela nossa fé, fazei de nós, Tuas testemunhas!
Testemunhas alegres e iluminadas pela fé, recebamos as bênçãos de Cristo, benzendo-nos
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Cristo ressuscitou. Aleluia, aleluia!
Este é o dia mundial das comunicações sociais. Como sugestão fica a mensagem do Papa.