Semana de 22 a 28 de maio de 2022 VI Domingo da Páscoa – Ano C
Preparamos carinhosamente, com entusiasmo e verdadeiro compromisso, um lugar confortável, sem distrações, onde nos possamos reunir com a nossa família, em oração.Tenhamos a Bíblia aberta em Jo 14, 23-29 e uma vela .Fechamos os olhos, respiramos fundo e esvaziamos o pensamento de quaisquer preocupações. Quando estivermos todos prontos, iniciamos acendendo a vela.
Assistidos pela presença do Espírito Santo e pelo amor do Pai que habita em nós, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Revestidos de fé, alegria e esperança, louvemos a Deus Pai
Deus está aqui, Tão certo como o ar que respiro, Tão certo como a manhã que se levanta, Tão certo como este canto que podes ouvir.
Tu O podes sentir movendo-se por entre os ramos. Tu O podes ouvir cantando connosco aqui. Tu O podes levar quando por essa porta saias. Tu O podes guardar para sempre no teu coração.
Sabemos que Deus permanece connosco de forma discreta, respeitando a nossa liberdade e jamais nos abandona. Sejamos capazes de Lhe mostrar a nossa gratidão dizendo em voz alta o tanto que d`Ele recebemos.
Escutemos, atentamente, na voz de um de nós, as palavras de Jesus, narradas no texto de Jo 14, 23-29. Nelas encontraremos a manifestação da presença e do amor Divino.do Pai.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada. Quem não Me ama não guarda a minha palavra. Ora a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que Me enviou. Disse-vos estas coisas, estando ainda convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse. Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como a dá o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. Ouvistes o que Eu vos disse: Vou partir, mas voltarei para junto de vós. Se Me amásseis, ficaríeis contentes por Eu ir para o Pai, porque o Pai é maior do que Eu. Disse-vo-lo agora, antes de acontecer, para que, quando acontecer, acrediteis».
Com a força do Espírito, sintamo-nos capacitados para compreender a verdade de Deus ensinadas por Jesus, neste texto.
Desde sempre Deus desejou habitar no meio do seu povo. O povo de Israel adorava um Deus próximo, um Deus que fazia questão de estar com o Seu povo. A Arca da Aliança com as tábuas da Lei, a tenda reunião no deserto, onde Deus descia na nuvem, o Tabernáculo e o Templo manifestam este desejo de Deus morar connosco, estar no meio de nós. Jesus Cristo é a morada de Deus connosco, Ele é o Emanuel. Na pessoa de Jesus, o nosso Deus habita, mora, Ele próprio entre nós e não uma representação Sua, como disse Jesus: “Eu e o Pai somos um só”. Jesus subiu ao céu e, antes de o fazer, insiste com os seus discípulos para que permaneçam ligados a Ele. Jesus quer permanecer em nós para que assim possamos dar muito fruto. Na realidade, estar, ficar, permanecer é a chave para se ser discípulo. O Senhor quer morar em cada um de nós e por isso diz: “Faremos nele a nossa morada”. Faremos são vários, isto é, a Santíssima Trindade. Algumas implicações de ser morada do Senhor:
Uma morada constrói-se com tempo Fazer morada é construir uma casa e isto leva tempo. Não se faz uma casa dum momento para o outro. Nós não ocupamos o lugar no coração do outro num “estalar de dedos”, precisamos de tempo, de ir construindo morada no seu coração. Deus quer construir morada no nosso coração e quer fazê-lo no decorrer de toda a nossa vida. Como uma casa se vai construindo, edificando, levantando e dividindo, assim o Senhor, aos poucos, vai construindo morada no nosso coração se o deixarmos. O Senhor vai construindo morada em nós sempre que guardamos a Sua palavra, sempre que cumprimos os seus mandamentos, sempre que somos fiéis aos seus ensinamentos.
Uma morada exige cuidado Há necessidade de cuidar bem da casa, desta morada divina que é cada um de nós. Cuidar da nossa vida espiritual e não só, não é motivo de orgulho mas é um dever como cuidamos da nossa casa. Ninguém gosta de viver numa casa cheia de bagunça, suja e por arrumar. Na verdade, cuidamos da nossa casa e morada física para ser acolhedora e bonita. Se Deus quer fazer morada em nós, devemos cuidar da nossa casa/morada, celebrando os sacramentos, fazendo oração, meditando a Palavra de Deus. Tudo isto são formas de dar atenção ao Senhor que quer morar em nós.
A morada exige respeito pelo hóspede A nossa atitude deve ser de respeito para com Este hóspede como temos toda a atenção e respeito por quem vem a nossa casa. Manifestamos o nosso respeito por este hóspede na pessoa dos nossos irmãos. Se somos Templos de Deus não esqueçamos que Deus habita em nós e Ele sente-se à vontade onde existe amor, um amor fraterno e efetivo quer para com Ele quer pelos outros. Se não amas, não perdoas, não te reconcilias com quem te ofende ou ofendeste, se não usas de misericórdia, acabas por expulsar e obrigar Deus a viver longe de ti.
Deus está sempre à espreita para ver se lhe abrimos a porta e o convidamos a entrar e a permanecer connosco, fazendo em nós morada. Saibamos cuidar bem da morada que é cada um de nós e dar espaço para que o Senhor possa habitar no nosso coração e guiar-nos pela força do Seu Espírito que Ele prometeu àqueles que se deixam habitar por Ele.
Sensíveis à presença de Deus em nós, sintamo-nos motivados e comprometidos na construção de um mundo de justiça, de amor e de paz. Tenhamos disposição para superar os desafios e para nos deixarmos questionar, de modo a refazermos as nossas vidas, refletindo.
Que implicações tem na minha vida Deus querer morar no meu coração?
Tenho dispensado a devida atenção a Este hóspede?
Vejo o outro como morada onde Deus habita?
Quais os cuidados que tenho na minha vida espiritual e religiosa para acolher bem o Senhor?
Apesar dos nossos pecados, das nossas limitações e finitude, temos esperança e confiança no Pai que habita em nós. Empenhados em responder aos Seus apelos, dirijamos-Lhe, em voz alta, os nossos pedidos.
Em intimidade e comunhão com Deus, rezemos juntos
Pai de Jesus e nosso Pai, queremos convidar-Te para morares no nosso coração.
Proclamamos graças pelo Teu Espírito que nos orienta, guia, sustenta e encoraja a mantermo-nos fiéis à Tua Palavra e dá-nos a paz: a Tua paz.
Humildes moradas de Deus, alcancemos as bênçãos que Ele nos concede, benzendo-nos
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Cristo ressuscitou. Aleluia, aleluia!