Semana de 1 a 7 de maio de 2022 III Domingo da Páscoa – Ano C
Escolhamos um local adequado à oração. Um espaço onde estejamos confortáveis, em silêncio e sem distrações. Vamos estar todos juntos com Ele, portanto, preparemos a Bíblia em Jo 21, 15-19 e uma vela que acenderemos quando estivermos prontos para começar.
Vivificados com a presença de Jesus, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Apascentados pelo amor de Deus que caminha ao nosso lado, louvemo-Lo
Me chamaste para caminhar na vida contigo Decidi para sempre seguir-te e não voltar atrás Me puseste uma brasa no peito e uma flecha na alma É difícil agora viver sem lembrar-me de ti
Te amarei, Senhor, te amarei, Senhor Eu só encontro a paz e a alegria Bem perto de ti
Eu pensei muitas vezes parar e não dar nem resposta Eu pensei na fuga esconder-me, ir longe de ti Mas tua força venceu e ao final eu fiquei seduzido É difícil agora viver sem lembrar-me de ti
Ó Jesus, não me deixes jamais caminhar solitário Pois conheces a minha fraqueza e o meu coração Vem, ensina-me a viver a vida na tua presença No amor dos irmãos, na alegria, na paz, na união
Gratos e conscientes da presença constante, amorosa e vivificadora de Cristo ao nosso lado, aquele que dá o alimento que nos fortalece, na Eucaristia, digamos em voz alta o tanto que reconhecemos como Sua dádiva.
Hoje, se conseguirmos, podemos fazer uma leitura dialogada do trecho do Evangelho, Jo 21, 15-19. Precisamos de três pessoas: narrador, Jesus e Pedro, o discípulo que Jesus amava. Atentemos à mensagem que Jesus tem para nós.
[Narrador] Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: [Jesus] «Simão, filho de João, tu amas-Me mais do que estes?» [Narrador] Ele respondeu-Lhe: [Pedro] «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo». [Narrador] Disse-lhe Jesus: [Jesus] «Apascenta os meus cordeiros». [Narrador] Voltou a perguntar-lhe segunda vez: [Jesus] «Simão, filho de João, tu amas-Me?» [Narrador] Ele respondeu-Lhe: [Pedro] «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo». [Narrador] Disse-lhe Jesus: [Jesus] «Apascenta as minhas ovelhas». [Narrador] Perguntou-lhe pela terceira vez: [Jesus] «Simão, filho de João, tu amas-Me?» [Narrador] Pedro entristeceu-se por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez se O amava e respondeu-Lhe: [Pedro] «Senhor, Tu sabes tudo, bem sabes que Te amo». [Narrador] Disse-lhe Jesus: [Jesus] «Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo: Quando eras mais novo, tu mesmo te cingias e andavas por onde querias; mas quando fores mais velho, estenderás a mão e outro te cingirá e te levará para onde não queres». [Narrador] Jesus disse isto para indicar o género de morte com que Pedro havia de dar glória a Deus. Dito isto, acrescentou: [Jesus] «Segue-Me».
Meditemos e façamos a descoberta do significado das palavras que escutámos.
Neste encontro entre Jesus e os seus discípulos, por três vezes Jesus faz a mesma pergunta a Pedro: “tu amas-Me?” Ao examinarmos as perguntas de Jesus a Pedro, verificamos que, nas duas primeiras, Ele utiliza o verbo “agapao”. O amor “ágape” é aquele tipo de amor que não busca o seu próprio interesse, é puro, genuíno, incondicional, sacrifical, não tem reservas, é constante, permanece forte até às últimas consequências, um amor que leva a entregarmo-nos completamente. Ao responder “Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo”, Pedro utiliza sempre o verbo “fileo”. O amor “filós” é entendido como um sentimento de simpatia natural, uma amizade profunda e carinho que alguém dispensa aos amigos e familiares. O amor “filós” é menos exigente, tem menor nível de compromisso que o amor “ágape”. Ao usar o termo “ágape”, Jesus está a dizer a Pedro que ele deve entender a importância de ter o seu coração cheio desse amor incondicional que não mede sacrifício para servir o Reino de Deus.
Na terceira vez que Jesus pergunta a Pedro “Tu amas-Me?” algo surpreendente acontece. Nesta pergunta, Jesus utiliza o verbo “fileo”, dando a entender que Jesus aceita o amor de Pedro por Ele, mesmo sendo limitado pela fragilidade humana. É um amor imperfeito que Pedro tinha para oferecer a Jesus, esperando que fosse transformado pela graça de Deus. Como Pedro, há muitos cristãos que apenas são amigos de Jesus mas ainda não estão preparados para se entregar totalmente, assumir compromisso real com o Senhor. Pedro tinha consciência que a sua vida não correspondia a essa expetativa de Jesus e por isso responde: “Senhor, Tu sabes tudo, bem sabes que Te amo.” Depois da traição, que motivos tinha Jesus para acreditar que Pedro O ama? Assim, Pedro não tem argumentos, nem explicações, nem mesmo se oferece para padecer como prova eterna do seu amor. A esperança de Pedro quanto a provar a Jesus que ele O amava era o próprio Jesus. Jesus sabe que às vezes se ama apesar de: Jesus sabe que Pedro O ama apesar do seu egoísmo, apesar da sua vacilação, dos seus ímpetos inconsequentes, das suas coragens pouco resistentes, dos seus vícios de fuga, das suas fragilidades, dos seus pecados.
Será que Jesus tem algum motivo para crer que tu O amas? Como é fácil amar com palavras. Dizer “eu te amo” tornou-se vulgar, vazio e sem significado. O que tens renunciado por amor a Jesus? Amor significa renúncia, lágrimas, negar-se a muitas coisas. Jesus só parou de perguntar porque Pedro ficou triste, porque Pedro entendeu que o Mestre não tinha nenhum motivo para acreditar que ele O amava mas mesmo assim Jesus vai entregar a Pedro os seus bens mais preciosos.
A resposta de Jesus é de confiança. O que é maravilhoso é que Jesus aceita este amor imperfeito que Pedro e todos nós temos para com Ele. Mais do que isso: Jesus convida-nos a sermos seus colaboradores em servir a humanidade. Por isso Ele diz a Pedro: “Apascenta as minhas ovelhas”, “ vem e segue-Me”. Obviamente, o Senhor quer que todos tenhamos um amor ágape no nosso coração mas a vida cristã é uma vida de aprendizagem contínua. É a graça de Deus, através do Espírito Santo, que vai fazer uma transformação no nosso coração, até atingirmos o ideal que Deus quer para a nossa vida.
Nem sempre amamos Jesus com a profundidade que Ele exige mas, mesmo amando com amor imperfeito, o Senhor continua a confiar em nós na esperança que transformemos o nosso gostar de Jesus num amor incondicional, como aconteceu com Pedro.
Reflitamos e percebamos como seremos capazes de percorrer o caminho do amor total e da doação da vida ao serviço de Deus e do outro.
De que modo posso demonstrar que amo Jesus?
Qual o meu grau de amor a Jesus: amor verdadeiro e incondicional ou mera simpatia?
Jesus tem motivos para acreditar que O amo?
O que tenho renunciado por amor a Jesus?
Fortalecidos e revigorados na fé em Deus, que aceita o nosso amor imperfeito, renovamos a confiança e esperança da Sua intervenção nas nossas vidas, dizendo-Lhe em voz alta as preces e pedidos que queremos fazer.
Celebramos o dia da mãe… O nosso reconhecimento especial é para Maria, mãe das mães, nossa inspiração: “Minha alma glorifica ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva”. Com fé escutemos…
Permitindo que o amor de Cristo reine no nosso coração, rezemos com fé
Mestre, queremos declarar que «vamos contigo»! Mantém-nos firmes na nossa fé e fiéis a seguir-Te, nos caminhos onde Tu nos precedeste.
Profundamente revestidos pelo amor “ágape” do Mestre, benzemo-nos
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Cristo ressuscitou. Aleluia, aleluia!
Com o reconhecimento do Papa Francisco, aplaudamos também no final: