Semana de 24 a 30 de abril de 2022 II Domingo da Páscoa – Ano C
Preparemo-nos para receber o nosso amigo Jesus num lugar confortável do nosso lar. Façamos silêncio, para O escutar e libertemos o coração de pressas, de modo a estarmos disponíveis para uma conversa íntima e de cumplicidade, com Ele. Podemos alegrar o ambiente com uma flor, se quisermos. Abrimos a Bíblia em Jo 20, 19-29 e quando estivermos prontos, acendemos uma vela.
Ressuscitou! Aleluia! Aleluia!
Revestidos da paz de Cristo, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Louvemos a Deus, cuja paz e amor, habita no nosso coração
Confiantes no amor de Cristo ressuscitado, sintamos a tranquilidade e o “sopro” que Ele nos transmite e digamos-Lhe, em voz alta, o tanto que Lhe queremos agradecer.
Aceitemos a proposta que Jesus Vivo nos dirige neste trecho de Jo 20, 19-29 que um de nós vai ler em voz alta.
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhe-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes serão retidos». Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa, e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!»
Façamos verdadeira experiência de fé, compreendendo e debruçando a nossa atenção sobre o que escutámos.
Tomé não estava com os restantes discípulos. Qual o motivo? Estava a trabalhar, a descansar, doente? Alguns acham que ele estava deprimido e inconformado com a morte de Jesus. Não sabemos a razão da ausência de Tomé mas ele não estava lá e perdeu a manifestação do próprio Jesus Ressuscitado. Este episódio bíblico ilustra muito claramente o que um discípulo do Senhor, em qualquer ocasião, pode perder ao se ausentar da casa do Senhor por apenas um encontro. Vejamos dois aspetos que Tomé perdeu por não estar presente neste encontro.
Tomé perdeu uma oportunidade de ver o Ressuscitado e a revelação do Seu corpo “Jesus colocou-se no meio deles…mostrou-lhes as mãos e o lado”. Jesus aparece quando a comunidade está reunida e não aparece em separado. No ritmo semanal do domingo, marcado pelo “oito dias depois”, a comunidade cristã reúne-se para fortalecer a sua fé em Cristo Ressuscitado, através da Palavra e da Eucaristia. É no encontro da comunidade, é na comunhão com os outros que Jesus se faz presente porque “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles”. Por este motivo, não podemos viver a fé isolados e afastados da comunidade. Devemos ser fiéis à eucaristia porque é aí que Jesus faz a sua aparição especial e podemos fazer a experiência do Ressuscitado. Como posso explicar que Jesus faça uma visita na minha Igreja e não me encontre? Será que aceitaria as minhas desculpas? É bom não esquecer que o Senhor sonda e conhece os nossos corações e por isso sabe as verdadeiras razões.
Ao se ausentar, Tomé perde a ocasião de ver Jesus e o que precisava ver para lhe fortalecer a fé, isto é, os sinais e marcas da crucifixão. As chagas das “mãos e do lado” lembram que Jesus se entregou por nós e nos amou até ao fim. Hoje, o Ressuscitado revela-se a todos os presentes na eucaristia no pão e no vinho, “no seu Corpo entregue e o Seu Sangue derramado”. Estes são os sinais da entrega e da paixão do Senhor, Quem se ausenta, como Tomé, não faz experiência do Ressuscitado e exige sinais para fortalecer a fé.
Tomé perdeu a possibilidade de respirar o sopro do Ressuscitado “Soprou sobre eles e disse-lhes: recebei o Espírito Santo”. Sem a força do Espírito Santo, os discípulos eram um conjunto de medrosos, sem forças para anunciar o que for e por isso as portas estavam fechadas. O Ressuscitado comunica-lhes o Seu Espírito. Assim como os discípulos, nós também temos que enfrentar sérios obstáculos na vivência da nossa fé e no anúncio do Evangelho. Por isso, precisamos de acolher o sopro do Ressuscitado, precisamos de viver deste sopro, precisamos de nos encher da sua alegria, da sua paz e da força do seu Espírito. O Ressuscitado ensina-nos que a fé sempre será uma luta, um combate e quem se ausenta não recebe o sopro de Jesus Ressuscitado e a sua força, não se deixa transformar e não se torna apóstolo e missionário.
Com tantos compromissos e afazeres a cumprir, com pressões de todos os lados, parece tão fácil faltar ao encontro da comunidade ou a uma série de encontros, pensando que o efeito não será adverso para a nossa vida espiritual, no entanto, a experiência de Tomé ensina-nos que é bem diferente. A ausência à eucaristia, ao encontro com o Senhor, não se pode repor no futuro.
Ansiosos pelo encontro com Jesus, na eucaristia, reflitamos juntos para que sejamos capazes de uma atitude construtiva e transformadora, na Sua presença e nos possamos renovar em comunidade (com gestos de amor, de encontro e fraternidade):
Vivo a minha fé sozinho ou procuro Jesus com e nos outros?
Procuro desculpas para não participar na Eucaristia?
O encontro com Jesus na eucaristia de domingo é uma prioridade na minha vida?
Quando não vou à eucaristia, sinto que perdi um encontro importante ou é indiferente?
Sinto que a eucaristia é um encontro com Jesus Ressuscitado no qual fortaleço a minha fé?
É nos gestos de amor, partilha, serviço, encontro e fraternidade que encontramos Jesus vivo a transformar e a renovar o mundo. Peçamos a ajuda do Senhor para sermos misericordiosos como Ele:
Sentindo-nos capazes de enfrentar as adversidades com a força da vida, do amor, da paz e do Espírito Santo que recebemos de Deus, dirijamos-Lhe os nossos pedidos, em voz alta.
Encontremos a paz de Cristo ressuscitado, no meio de nós, rezando de mãos dadas.
Senhor, reconfortados com a Tua paz e fortificados com o Teu “sopro”, sejamos testemunhas, com palavras e actos, de que habitas no meio de nós.
Que a paz de Cristo ressuscitado esteja connosco. Benzemo-nos
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Cristo ressuscitou. Aleluia, aleluia!