Semana de 17 a 23 de abril de 2022 Páscoa da Ressurreição do Senhor – Ano C
Escolhemos um lugar tranquilo, onde nos sintamos bem e onde possamos usufruir de silêncio. Tenhamos connosco a bíblia aberta em Jo 20, 1-9, uma cruz e uma vela. Podemos então entregar-nos à oração como se tivéssemos todo o tempo do mundo e, quando preparados, acendemos a vela.
Porque o Senhor ressuscitou, Ele vive, Ele está aqui…
Com a alegria de Cristo ressuscitado, caminhando ao nosso lado, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Louvemos a Cristo Vivo e presente, como testemunhas da Sua ressurreição.
O Senhor ressuscitou, vencendo a morte na Cruz, Nossa esperança está n’Ele, Ele é o nosso salvador.
Atrás ficou o temor, a dúvida e a pouca fé Tornemos realidade um novo reino de amor.
Somos testemunhas da Ressurreição, Ele está aqui, está presente, É Vida e é Verdade. Somos testemunhas da Ressurreição Ele está aqui, Seu Espírito Envia-nos a amar.
Tu nos reúnes, Senhor, em torno do vinho e do pão E nos convidas a ser a luz do mundo e o sal.
Onde houver ódio e dor faremos surgir Tua paz. Em cada gesto de amor, Senhor connosco estarás.
Inundados pela alegria pascal, proclamemos em voz alta, as obras, as palavras e as coisas que tanto queremos agradecer a Cristo, que vive eternamente
Com a certeza de sermos amados por um Amor que Vive, escutemos de coração desperto, na voz de um de nós, o texto bíblico de Jo 20, 1-9
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo amado de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram». Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou. Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.
Sentindo verdadeira alegria espiritual, debrucemo-nos sobre o texto que escutámos e tentemos compreendê-lo
O ser humano movimenta-se e corre atrás daquilo que corresponde aos desejos mais profundos do seu coração. Na realidade, nós corremos para aquilo que amamos. É o amor que nos tira da inércia e nos desperta a procurar o que amamos. É isto que fazem as personagens do Evangelho. Maria Madalena rompeu o comodismo e, movida por amor, não teme procurar, como que às apalpadelas, o seu amado. Apesar de toda a tristeza e sofrimento, caminhando entre o temor e a esperança, Maria Madalena vai ao sepulcro, demonstrando o desejo intenso de estar perto de Jesus o mais rápido possível. Pedro e o discípulo amado também correm. Correr, neste caso, não é uma competição mas é um desejo de encontro. Da mesma forma que Pedro e o discípulo amado, corremos em velocidades diferentes porque as nossas forças não são iguais. Este é o nosso objetivo: correr e buscar a presença do Senhor. O evangelista parece insinuar uma relação entre os verbos “correr” e “amar”. Se a corrida por amor é importante, a profundidade como se vê faz toda a diferença. O Evangelho fala-nos de duas formas de ver com três graus de profundidade, expressos nestes três verbos diferentes.
A primeira forma de ver é ao longe Maria Madalena foi ao sepulcro e olhou de longe. Aqui “ver” é “blépou” que significa ver ou olhar sem qualquer profundidade. Algo que desperta a atenção. Ela viu apenas uma pedra removida e pensou que os discípulos vieram de noite e levaram o Senhor Jesus. Ver o sepulcro vazio não foi para Maria Madalena motivo de fé e de esperança mas de sofrimento e desolação. Ver os acontecimentos e as coisas de longe, de forma superficial e sem fé pode levar a boatos que geram incertezas, medo e tristeza.
A segunda forma de ver é ao perto É preciso chegar mais perto. Assim, a corrida por amor leva Pedro e o discípulo amado, diante do túmulo vazio. De fora, veem que o corpo de Jesus não está ali, onde pensavam encontrá-lo. Será que estavam a ver bem? Foram verificar mais perto e entraram no túmulo. Mesmo ao perto, há duas formas de ver: a de Pedro e a de João, o discípulo amado. Pedro tem a visão mais completa ainda que puramente externa e material. Ele concentra o seu olhar sobre as coisas que testemunhavam: o desaparecimento do corpo. O ver de Pedro aqui é “teoreo”, que tem o sentido de olhar intensamente, ficar a considerar, refletir. Pedro tem uma visão mais profunda do que a de Maria Madalena mas a fé de Pedro precisa de mais tempo para perceber a realidade daquilo que vê e que o leva a refletir. Ele só chegará à maturidade da fé na ressurreição quando fizer uma experiência com o Senhor. Com Pedro aprendemos a olhar de forma refletida os acontecimentos da nossa vida e a ver nela a presença do Ressuscitado. O discípulo amado, inicialmente, limitou-se a ver da porta os panos que ainda lá estavam. Ver aqui é “blépou” mas ele não se ficou por uma visão superficial. Mesmo com a escassez de indícios, o discípulo amado viu como as coisas realmente tinham acontecido, ou seja, que o corpo não foi roubado mas Jesus saiu vivo, no seu corpo ressuscitado, dos lençóis que o envolviam, e por isso eles ficaram intactos no mesmo lugar. Por isso, ele “viu e acreditou”. Viu aqui é “orau” que quer dizer discernir claramente, esquadrinhar, um olhar que produz compreensão e entendimento. Com o discípulo amado aprendemos a ver os acontecimentos da vida com profundidade e à luz da fé.
Que a celebração da Páscoa desperte o nosso amor por Jesus Cristo, nos desafie a correr ao Seu encontro, superando tudo aquilo que nos impede de alcança-l’O, olhando para Ele não de forma superficial e ao longe mas ao perto e com profundidade, como fez o discípulo amado.
Muitas vezes procuramos Cristo onde Ele não está, ou não entendemos muito bem as Suas manifestações na nossa vida… Reflitamos juntos, para nos identificarmos com a pressa e o desejo de encontro do Discípulo Amado, de forma a conseguirmos uma autêntica e profunda experiência de amor com Cristo ressuscitado.
Quais são as direções para as que costumo correr? Corro na direção de Jesus?
O que me leva a correr em direção a Jesus?
Qual o grau de profundidade com que me aproximo de Jesus?
Identifico-me com qual dos três personagens? Porquê?
Sinto que para crescer na fé preciso de aprofundar o meu relacionamento com Jesus?
Neste dia em que Jesus ressuscitou dos mortos, peçamos ao Pai clemente que acolha com bondade as preces que Lhe dirigimos, em voz alta, para nós e para aqueles que ainda não crêem na ressurreição de Jesus.
Com o coração iluminado, aquecido e purificado pela Luz de Cristo Vivo, rezemos com fé
Senhor Jesus Ressuscitado, dá-nos o discernimento para correr na Tua direção e, diante da Tua presença, olhar-te com profundidade e ver que Tu és o verdadeiro Deus que veio ao mundo.
Exultantes de alegria pascal e deslumbrados com o amor de Deus, benzemo-nos
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Cristo ressuscitou. Aleluia, aleluia!