Semana de 10 a 16 de abril de 2022 Domingo de Ramos na Paixão do Senhor – Ano C
Preparamos um espaço aconchegante onde, sem pressas, pressões ou ruídos, encontremos paz interior para nos encontrarmos com Deus. Tenhamos junto de nós o ramo que benzemos na Eucaristia (se tivermos), uma cruz ou um crucifixo, a Bíblia aberta em Lc 19, 28-38 e uma vela. Quando estivermos preparados para iniciar este momento de intimidade com Deus, acendemos a vela.
Aceitando o convite de Deus a levarmos uma vida feita serviço e dom, caminhando com Jesus, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
É entre louvores da multidão em festa que Jesus entra na cidade santa de Jerusalém. Recordemos a Sua entrada triunfal, erguendo o nosso ramo e louvando-O.
No Getsêmani foi que meu Jesus orou Se entregando ao Pai mais uma vez Logo vieram pessoas para o levar Para a maior das provações
Ele tanto amou, tudo suportou Ele carregou a nossa cruz
Ver os cravos nas mãos, seu corpo a sofrer Naqueles momentos de dor Ver o mestre a chorar e foi por ti Que ele mostrou tanto amor
Os soldados cuspiam no seu rosto nu Posso ouvir o clamor da multidão E Jesus a olhar aquele céu azul Pede ao Pai que lhes dê o seu perdão Ele tanto amou, tudo suportou Ele carregou a nossa cruz
Ele tanto, tanto me amou Ele tudo por mim suportou Carregou minha cruz
Ver os cravos nas mãos, seu corpo a sofrer Naqueles momentos de dor Ver o mestre a chorar e foi por ti Que ele mostrou tanto amor
Senhor, nesta oração vamos agradecer-Te o que fazes por nós. Cada um de nós vai mencionar uma ocasião em que sentiu ou sente ferramenta nas Tuas mãos. Vamos também indicar uma ocasião em que fomos capazes de nos controlar e não dissemos ou não fizemos uma estupidez. Por fim, partilhamos uma situação em que, com a Tua inspiração, demos algo ou ajudámos alguém.
Deixemos que a palavra de Deus presente no texto de Lc 19, 28-38, que um de nós vai ler em voz alta, nos interpele e guie
Naquele tempo, Jesus seguia à frente dos seus discípulos, subindo para Jerusalém. Quando Se aproximou de Betfagé e de Betânia, perto do monte das Oliveiras, enviou dois discípulos e disse-lhes: «Ide à povoação que está em frente e, ao entrardes nela, encontrareis um jumentinho preso, que ainda ninguém montou. Soltai-o e trazei-o. Se alguém perguntar porque o soltais, respondereis: ‘O Senhor precisa dele’». Os enviados partiram e encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito. Quando estavam a soltar o jumentinho, os donos perguntaram: «Porque soltais o jumentinho?». Eles responderam: «O Senhor precisa dele». Então levaram-no a Jesus e, lançando as capas sobre o jumentinho, fizeram montar Jesus. Enquanto Jesus caminhava, o povo estendia as suas capas no caminho. Estando já próximo da descida do monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos começou a louvar alegremente a Deus em alta voz por todos os milagres que tinham visto, dizendo: «Bendito o Rei que vem em nome do Senhor. Paz no Céu e glória nas alturas!».
Procuremos estar atentos e perceber o caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe, neste texto que escutámos
Em domingo de Ramos, celebramos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Sem comissão de preparação da festa, ficou tudo a cargo da improvisação e espontaneidade do povo simples e, como tal, nada de grande solenidade e aparato espetacular. Para Jesus bastava-lhe um jumentinho para que assim desse cumprimento à promessa de Zacarias 9, 9, onde está escrito que o Messias entraria em Jerusalém montado num jumentinho. Partindo da figura do jumentinho, podemos refletir.
Primeiro: “Encontrareis um jumentinho preso… soltai-o e trazei-o” Jesus faz uma escolha humilde para a sua glória e escolheu um jumentinho, como símbolo de um messianismo de paz, simplicidade e humildade. Ele rompe com a imagem de um triunfador e despoja-se de todo o indício de poder. O jumentinho não é um animal para a guerra nem para alimentar a vaidade daqueles que querem demonstrar o seu poder diante dos outros. Jesus serve-se dum jumentinho para dizer que não se quer impor pelas armas e pela força. Sem armas de guerra, sem um possante cavalo, sem poderes nem ambições terrenas mas montado num jumentinho, Jesus apresenta-se como rei mas não como o rei político que o povo esperava.
Segundo: “O Senhor precisa” Jesus fez-se precisar dum jumentinho. Jesus não tinha um jumentinho e por isso enviou os discípulos buscar um e estes, de forma obediente, seguindo as instruções do Mestre, foram buscar o tal jumentinho. O dono não hesitou em emprestar o seu animal e aqui uma frase salta aos olhos: “o Senhor precisa dele”. Esta foi a resposta que os discípulos deram ao dono do jumentinho, quando este, com todo o direito, os questionou porque estavam a levar o seu animal. Se o dono do jumentinho tivesse negado o empréstimo, alegando, por exemplo, que iria precisar dele naquele momento, o que seria? Quantas vezes o Mestre já enviou os seus discípulos que, das mais diversas formas, pediram algo meu para o Seu uso e sem perceber a gravidade eu disse: não, não posso emprestar! “O Senhor precisa”. Deus precisa de alguma coisa? Deus é dono de tudo mas precisou dum jumento para fazer a sua entrada triunfal em Jerusalém do mesmo modo que escolheu precisar de nós. Deus podia fazer tudo por decreto divino mas escolheu homens e mulheres aqui na terra para pregar o Evangelho e alcançar o mundo inteiro com a Sua Palavra. Esta missão não foi dada aos anjos nem aos animais mas a nós como parte do corpo de Cristo. Como o dono do jumentinho, devemos estar dispostos a abrir mão do que o Senhor quiser em nossas vidas porque “Ele precisa”.
Terceiro: “Lançando as capas sobre o jumentinho, fizeram montar Jesus” Interessante: para ficar ao serviço de Jesus, o jumentinho foi quase todo coberto de mantas, escondido, quase não se via o jumentinho, porque quem merece receber toda a atenção e toda a glória é o Senhor Jesus. O jumentinho foi usado para glória de Deus e é isso que devemos fazer hoje em dia: fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que Deus seja glorificado pela nossa vida. Não podemos fazer nada na nossa vida sem “carregar” Jesus, sem ele ir connosco. “Carregar” Jesus é estar conscientes de que os aplausos são para Ele e não para nós, é estar conscientes de que Ele não precisa de nós mas quer precisar para nos dar dignidade e grandeza, fruto da missão que Ele nos dá.
Na semana Santa, celebramos a entrega de Jesus que começa por abdicar dum cavalo e escolher um jumentinho, dando-nos assim uma lição de humildade que O levará à sua paixão, morte e Ressurreição. Com verdadeira vontade de aprendermos deste amor e desta entrega humilde, reflitamos:
Como Jesus, estou disposto a viver um caminho de humildade?
Sinto que o Senhor já precisou de algo meu e eu recusei?
Estou disposto a abrir mão daquilo que tenho e sou para servir o Senhor?
Já fiz coisas na minha vida em que não “carrego” Jesus?
Como o jumentinho, sinto que a minha vida deve estar ao serviço da glória de Deus?
Em voz alta e com o coração reabilitado, cada um de nós pode dirigir a sua prece a Deus, sem esquecer todos aqueles que não Lhe pedem, não Lhe agradecem e não O louvam.
De mãos dadas e acreditando que somos dignos de tão grande amor, rezemos com Jesus
Senhor Jesus, obediente ao Pai e servidor dos homens, aceitaste uma morte infamante – a morte de cruz – para nos ensinares a suprema lição do serviço, do amor radical e da entrega total da vida. Fica connosco, com toda a Tua glória, para sermos capazes de trilhar o difícil caminho da humildade, do serviço e do amor, a Teu exemplo.
Com a benção de Jesus, que remiu o mundo pela Sua Santa Cruz, benzemo-nos
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
Esta semana, podemos colocar uma cruz numa janela, numa porta ou no jardim de nossa casa. Podemos ainda colocar-lhe um tecido roxo que será mudado para branco no dia de Páscoa. Estamos na semana Santa! Devemos consultar os horários para participar nas celebrações do Tríduo Pascal: Quinta-feira Santa, Sexta-feira Santa e vigília de Sábado de Aleluia.