Semana de 27 de março a 2 de abril de 2022 IV Domingo Quaresma – Ano C
Num lugar harmonioso da nossa casa, preparamo-nos para a nossa oração. Precisamos de silêncio para escutar a voz de Deus e esvaziar-nos de preocupações, para a podermos entender. Tenhamos connosco uma cruz, a Bíblia aberta em Lc 15, 11-24 e uma vela. Quando sentirmos que estamos todos preparados acendemos a vela.
Cientes que o Senhor está connosco, deixemo-nos guiar pelo Seu amor, benzendo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Com autenticidade, elevemos o nosso louvor ao amor constrangedor, libertador, transformador e imutável, de Jesus
Só o Amor (excelso poder de Deus) gratuito, desinteressado, sincero e fraterno, dá verdadeiro sentido à vida e a toda a experiência cristã. Conversemos com Deus Pai e amigo, dizendo em voz alta, o tanto que Lhe queremos agradecer.
Deixemo-nos seduzir pela Palavra de Deus e com clareza dos ensinamentos de Jesus, em Lc 15, 11-24, que um de nós vai ler em voz alta
Jesus disse-lhes então a seguinte parábola: «Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai repartiu os bens pelos filhos. Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía, numa vida dissoluta. Tendo gasto tudo, houve uma grande fome naquela região e ele começou a passar privações. Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores’. Pôs-se a caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: encheu-se de compaixão e correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. Disse-lhe o filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’. E começou a festa.
Iluminados pelo Espírito Santo, procuremos entender as palavras que escutámos, para que nos instruam a viver de acordo com a vontade de Deus
Qual o momento decisivo desta parábola? O que determina a vida e o destino do filho mais novo? É o “cair em si” quando guardava porcos? Não. Ele poderia ter feito o melhor plano de arrependimento do mundo e ainda assim ter sido rejeitado pelo seu pai. O momento chave é o abraço do pai. A mudança real do filho mais novo, tanto a sua mudança de condição quanto de coração, acontece nos braços do pai. É ali que o arrependimento ocorre. Nesta parábola, o principal foco de Jesus é o pai, ele é o protagonista. Alguns aspetos do nosso Deus que Jesus nos ensina.
Um Deus que deixa escolher o próprio caminho Ele sabia que aquela decisão do filho mais novo lhe traria consequências drásticas mas mesmo assim não o impediu de viver aquela experiência. O pai, mesmo sabendo que não era a melhor decisão, deixou o filho ir. Ele poderia ter proibido se quisesse mas não o fez. Deus permite-nos escolher o nosso próprio caminho nem que esse caminho seja longe da casa do pai, no meio do chiqueiro dos porcos.
Um Deus que ama de forma incondicional Este amor incondicional é demonstrado pelas atitudes do pai nesta parábola.
Pelo seu perdão: mesmo tendo sido desprezado pelo seu filho que pediu a sua parte na herança antes da morte do pai, mesmo sabendo que o seu filho tinha gasto tudo em farras, o pai perdoou. Mesmo quando “desprezamos” o nosso Pai celeste, Ele está disposto a perdoar-nos e perdoa-nos.
Pela sua espera: “quando o pai o viu”. O texto dá a entender que o pai estava continuamente à espera do filho. Todos os dias o pai olhava no horizonte daquela estrada com a esperança de ver o seu filho voltar. O Pai celeste está continuamente à nossa espera.
Pela compaixão: “encheu-se de compaixão”. Quando o Pai celeste nos vê a viver as consequências ruins das nossas escolhas, Ele não nos olha com olhar de condenação, de ódio ou ira, Ele olha-nos com compaixão, como aquele pai.
Pela sua iniciativa: “ainda ele estava longe”. O pai tem a iniciativa de ir ao encontro daqueles que dão um sinal de arrependimento, arrependimento genuíno, ainda que estejamos longe, o Pai celeste corre ao nosso encontro mas é necessário um sinal de arrependimento.
Pela sua afeição: “e correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos”. Naquela época, um ancião não podia correr, era indigno, mas o pai não se importou com a humilhação, o que importava era o filho que ele procurava no caminho. Não olhando para as condições em que o seu filho estava, mesmo cheirando a chiqueiro de porco, o pai abraçou e beijo o filho. Este é o nosso Pai celeste.
Um Deus que restaura por completo os seus filhos Contrapondo todos os planos que o filho pensara, desde pedir perdão a pedir para trabalhar como empregado, o pai surpreende mais uma vez. O pai atira fora aqueles trapos e veste o seu filho com dignidade, restaura a autoridade de filho quando coloca um anel nos dedos e coloca sandálias nos pés para demonstrar que o recebia como filho porque os escravos andavam descalços. Este pai demonstrou ao seu filho que, apesar dos diversos insultos e desprezos, ele o aceitava de volta na mesma condição que havia deixado para trás. Deus vai ao ponto de restaurar todos os seus filhos.
Este é o nosso Deus. Um Deus que anseia pelo pecador arrependido. Um Deus que não nos impede de fazer as nossas próprias escolhas, embora esteja sempre pronto a dizer-nos qual o caminho a seguir. Mesmo que estejas a tomar uma decisão errada e hoje te encontres longe da presença do Pai, ele continua no mesmo lugar, à porta, a olhar e a esperar ansiosamente pela tua volta porque Ele te ama.
Reconhecemos que Deus é o nosso pai amoroso que espera, perdoa, vai ao encontro e recebe os filhos que estavam perdidos. Felizes como Seu amor universal e incondicional, reflitamos
Sinto que, apesar das minhas fraquezas, Deus me ama de forma incondicional e me perdoa?
O que me leva ou pode levar a viver longe de Deus? O que me afasta do Seu amor?
O que significa arrependimento para mim?
Sinto que o arrependimento é o primeiro passo para a minha mudança?
Diante do Senhor já senti vergonha dos meus pecados?
Estarrecidos com o Amor Divino de Deus Pai, proclamemos juntos, em voz alta e absorvamos o significado deste Hino ao Amor de S.Paulo (S. Paulo 1 Cor 13, 4-8). Cada um escolhe uma frase e partilha-a com a família.
O amor é paciente, o amor é benigno; não é invejoso, não é altivo nem orgulhoso; não é inconveniente, não procura o próprio interesse; não se irrita, não guarda ressentimento; não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O Amor não acaba nunca.
Prostrados diante da cruz e dispostos a que a nossa vida seja vivida no amor de Cristo e no serviço dos irmãos, elevemos as nossas preces ao Senhor, pedindo: Senhor Jesus, escutai as nossas súplicas…
Restabelecidos e reanimados pela bondade e misericórdia de Deus, aclamemos…
Deus Pai que amparas, cuidas e estás sempre pronto a perdoar quem se arrepende, guarda-nos em segurança e na Tua companhia leal.
Inflamados pelo amor de Deus, elevemos o nosso coração, benzendo-nos