Semana de 13 a 19 de março de 2022 II Domingo Quaresma – Ano C
Na pressa do dia a dia, encontremos um momento e um recanto confortável do nosso lar para permitirmos que o Senhor tome conta de nós e dos nossos pensamentos. Tenhamos connosco uma cruz, a Bíblia aberta em Lc 9, 28b-36 e uma vela. Com os olhos fechados, sem distrações ou ruídos, respiramos fundo, devagar… Quando estivermos preparados interiormente, acendemos a vela e iniciamos a nossa oração.
Determinados a seguir o caminho de Jesus, que conduz à nossa “transfiguração” em Homens Novos, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Louvemos o Senhor, sabedores que é aos Seus pés, em oração, que sentimos paz e nos encontramos com a verdadeira fonte do amor
No mundo ainda existem belezas Que alegram a vida e nos fazem sonhar Recantos felizes da natureza Onde qualquer ser humano, gostaria de estar Mas de todos os lugares o mais bonito e inspirador É onde fico, em oração, junto aos pés do salvador
O melhor lugar do mundo, é aos pés do salvador É ali aonde a esperança trás alívio ao sofredor É ali onde eu me encontro, com a fonte do amor O melhor lugar do mundo, é aos pés do salvador!
Sonhamos com casas que tenham conforto Talvez numa encosta com vista pro mar Mas as maravilhas não fazem sentido Se Cristo não está em primeiro lugar (Ao sentir) ao sentir a paz de Deus seu poder e amor profundo Eu posso estar onde for (onde for, estou) Estou feliz, por me encontrar no melhor lugar do mundo
O melhor lugar do mundo é aos pés do salvador É ali aonde a esperança trás alívio ao sofredor É ali onde eu me encontro com a fonte do amor O melhor lugar do mundo é aos pés do salvador
É ali onde eu me encontro com a fonte do amor O melhor lugar do mundo, é aos pés, do salvador
O Senhor ilumina com amor e ternura, o nosso caminho e a nossa vida… Que brote dos nossos corações uma sincera gratidão pelas maravilhas que nos concede e digamo-las em voz alta.
Deixemos que Deus nos toque pela Sua bondade e pelas Suas palavras no trecho de Lc 9, 28b-36, que um de nós pode ler em voz alta
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e subiu ao monte, para orar. Enquanto orava, alterou-se o aspeto do seu rosto e as suas vestes ficaram de uma brancura refulgente. Dois homens falavam com Ele: eram Moisés e Elias, que, tendo aparecido em glória, falavam da morte de Jesus, que ia consumar-se em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam a cair de sono; mas, despertando, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele. Quando estes se iam afastando, Pedro disse a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias». Não sabia o que estava a dizer. Enquanto assim falava, veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; e eles ficaram cheios de medo, ao entrarem na nuvem. Da nuvem saiu uma voz, que dizia: «Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O». Quando a voz se fez ouvir, Jesus ficou sozinho. Os discípulos guardaram silêncio e, naqueles dias, a ninguém contaram nada do que tinham visto.
Com o coração vigilante aos ensinamentos de Deus e capazes de uma escuta ativa e orante, tentemos entender as palavras que ouvimos
A chamada transfiguração de Jesus ocorre no contexto da sua oração, no mistério do seu encontro pessoalíssimo com o Pai. Diz-nos o evangelho: “Enquanto (Jesus) orava, alterou-se o aspeto do seu rosto e as suas vestes ficaram de uma brancura refulgente.” Para Jesus, a oração é estar e acolher radicalmente a presença de Deus na Sua vida de tal forma que esta presença O modifica. É num destes momentos espiritualmente intensos que Jesus compreende e assume o projeto do Pai. É nesta oração que Jesus encontra a confirmação do Seu caminho, orientado para a paixão, morte e ressurreição. É por isso que Moisés e Elias “falavam da morte de Jesus, que ia consumar-se em Jerusalém”. Lucas não fala de transfiguração, como os outros evangelistas, mas de alteração de aspeto. Este é o sinal da glória que envolve quem está unido a Deus. Também o rosto de Moisés se tornava brilhante quando entrava em contato com o Senhor (Ex 34, 29-35). Todo o encontro com Deus deixa marcas e traços visíveis no rosto das pessoas.
A oração que modifica e transfigura requer condições externas Jesus subiu ao monte para orar. Ele não orou no meio do barulho, do rebuliço e das confusões da planície ou no meio da multidão. Jesus criou as condições para que a Sua oração fosse um encontro com o Pai e, com esforço e perseverança, subiu ao monte. Sem esforço para tirar do coração tudo aquilo que atrapalha não há “transfiguração”. Jesus convida-nos a subir a montanha para orar, isto é, a nos afastarmos do barulho e das distrações e assim, no silêncio e no recolhimento, rezaremos com maior fervor.
A oração que modifica e transfigura necessita de escuta A oração deve ser sempre escuta da voz de Deus. Escutar no silêncio para que a vontade de Deus seja descoberta e eu a possa cumprir, daí o imperativo: “escutai-O”. Para que haja “transfiguração”, precisamos de saber escutar, nós, que tantas vezes falamos demais e, como Pedro, nem sabemos o que dizemos. Precisamos de fazer silêncio para abrirmos o nosso coração e os nossos ouvidos para escutar a Palavra de Deus. Foi na escuta da Palavra de Deus, simbolizada na presença de Moisés e de Elias, que Jesus assume o projeto do Pai. A primeira condição para se ser discípulo é a escuta. Sem escuta não se pode seguir o Mestre, não acolhemos a Palavra de Deus e a nossa oração não nos modifica.
A oração que modifica e transfigura requer obediência e desprendimento de si mesmo Não é por acaso que, pouco depois, vemos Jesus a dirigir “decididamente” o seu rosto e os seus passos para a cidade santa (Cf Lc 9, 51), decidido a viver o que na oração compreendeu ser a sua missão. A escuta deve vir acompanhada da obediência. É o caso de Abraão. Ele teve de cortar os laços que o ligavam a tanta coisa e despojar-se de todas as suas seguranças e ir para outra terra. Tudo isto porque percebeu que Deus tinha um projeto diferente para ele. Abraão sai de si mesmo, dos seus critérios e, obedecendo à voz do Senhor, pode possuir uma terra e ter uma descendência. Abraão sai transfigurado porque escutou a voz do Senhor e obedeceu. Por isso, Deus estabeleceu uma aliança com ele.
Aprendamos com o Senhor Jesus e deixemos que a nossa oração nos modifique e transfigure.
Através da entrega total de Si próprio por amor, Jesus, O Filho amado de Deus, anuncia a Vida Nova, de salvação e libertação. Empenhados em intervir na renovação e transformação de nós mesmos e do mundo, convidemos Jesus para nos ajudar na nossa “transfiguração” e reflitamos:
De que forma me transforma a oração?
Quando rezo apenas falo ou também tento escutar Deus?
Quando rezo, crio condições externas ou rezo no meio da algazarra?
Na minha oração, existe disponibilidade de coração para cumprir a vontade de Deus ou rezo para que se cumpra a minha vontade?
De joelhos, aos pés da cruz, façamos um momento de contemplação, de maneira a sermos um “coração a coração” com Cristo transfigurado. Entregues nas Suas mãos e confiantes nos desígnios de Deus, dirijamos-Lhe, em voz alta, as nossas preces.
É bom estarmos aqui, na presença de Deus. Rezemos-Lhe confiadamente, como Jesus nos ensinou
Pai -Nosso
Meu Deus, nesta Quaresma, ajuda-me a mudar. Não para o que eu quero, mas para fazer a Tua vontade. Envia o Espírito Santo para iluminar as minhas orações de modo a que perceba o Teu caminho.
Capazes de um compromisso com Deus e de nos “transfigurarmos” pela oração e pelo amor aos irmãos, benzemo-nos