Semana de 20 a 26 de fevereiro de 2022 VII Domingo do Tempo Comum – Ano C
O local para acolher Jesus em família deve ser escolhido com atenção. Não há locais certos nem errados, mas sabemos quais são os melhores e os piores, com certeza… Para este momento, será necessário uma Bíblia (pode estar já aberta em Lucas 6, 27) e uma vela que será acesa quando todos estiverem prontos para iniciar a oração.
Com o coração disponível para perdoar, para acolher e para estender a mão ao outro, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Com fé na bondade, no amor, na ternura e na misericórdia de Deus, louvemo-l’O
São felizes aqueles que repartem os bens com amor e simplicidade com as mãos abertas para que as riquezas conservem a liberdade. São felizes aqueles que sabem ser pontes de concórdia e união, todas as vítimas de ofensa que respondem com perdão.
Tu falavas de paz, de amor e perdão, de pobres e mansos, puros de coração, perseguidos e tristes, todos injustiçados. Eu queria ser como Tu. Caminhaste p’ra mim com Teu jeito de amar, um sorriso no rosto e ternura no olhar. Tu disseste o meu nome e eu não te recusei. Eu queria ser como Tu.
São felizes aqueles mais sensíveis aos outros, ao sofrimento e à dor, os que são solidários com os oprimidos e os servem com amor. São felizes aqueles que são neste mundo testemunhos da verdade, os que entregam a vida e usam o poder em serviço à comunidade.
São felizes aqueles que lutam pela justiça, que carregam com a cruz, que promovem a paz a a liberdade, a boa nova de jesus. São felizes aqueles que são perseguidos, incomodam os poderosos, falam de jesus e amam os irmãos. Sairão vitoriosos.
A alegria e a certeza de que o amor de Deus age em nós, transforma o nosso coração e inflama a nossa gratidão. Sabendo que nos escuta, ousemos agradecer-Lhe, em voz alta, as graças e bençãos abundantes que nos concede.
Escutemos, com um desejo grande de conhecer para amar, as Palavras divinas e eternas de Jesus em Lc 6, 27-38, que um de nós vai ler em voz alta
Naquele tempo, Jesus falou aos seus discípulos, dizendo: «Digo-vos a vós que Me escutais: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam; abençoai os que vos amaldiçoam, orai por aqueles que vos injuriam. A quem te bater numa face, apresenta-lhe também a outra; e a quem te levar a capa, deixa-lhe também a túnica. Dá a todo aquele que te pedir e ao que levar o que é teu, não o reclames. Como quereis que os outros vos façam, fazei-lho vós também. Se amais aqueles que vos amam, que agradecimento mereceis? Também os pecadores amam aqueles que os amam. Se fazeis bem aos que vos fazem bem, que agradecimento mereceis? Também os pecadores fazem o mesmo. E se emprestais àqueles de quem esperais receber, que agradecimento mereceis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, a fim de receberem outro tanto. Vós, porém, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem nada esperar em troca. Então será grande a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo, que é bom até para os ingratos e os maus. Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados. Não condeneis e não sereis condenados. Perdoai e sereis perdoados. Dai e dar-se-vos-á: deitar-vos-ão no regaço uma boa medida, calcada, sacudida, a transbordar. A medida que usardes com os outros será usada também convosco».
Neste texto do evangelho, Jesus dirige-nos palavras exigentes e difíceis. Tendo em conta o padrão de comportamento e de ação que a sociedade nos ensina, Jesus convida-nos a tomar atitudes que podemos de classificar de “estranhas”: amar os inimigos, fazer bem aos que nos odeiam, abençoar quem nos amaldiçoa, rezar pelos que nos caluniam, dar em dobro do que nos pedem, não pedir devolução do emprestado, não reclamar quando alguém fica com o que é nosso, não fazer aos outros o que não queremos que eles nos façam mas fazer o que desejaríamos que eles nos fizessem. Em tudo isto Jesus convida-nos a ser e a viver um amor diferente. Ainda que o ódio, o afastamento, a crítica, a violência possam ser justificados, Jesus indica uma transformação profunda: mudar o que, humanamente, seria lógico e até justificado por uma conversão de vida onde não tenha espaço a violência, a agressividade mas o amor sem limites. Um bom exemplo disto acontece quando Saúl, durante a sua tentativa de prender e matar David, cai nas mãos deste e David não mata mas poupa a sua vida, porque esta é a vontade de Deus. Quais são as motivações para que tenhamos este tipo de relacionamento e atitude “estranhos”?
Primeira motivação: Atuar assim é ser diferente dos pecadores São três proposições condicionais que mostram o amor diferente que deve distinguir os cristãos. Jesus mostra que quem quiser segui-l’O deve passar dum amor filantrópico a um amor ágape. O primeiro é o amor recíproco, o amor que se dá e recebe, recebe e dá. O cristão distingue-se dos outros porque ama sem esperar pela troca e este é o amor ágape. Esta é a grande diferença: o cristão quer o bem do outro e ponto. Jesus convida-nos a superar a atitude dos pecadores, vivendo um amor gratuito, desinteressado, que não está à espera de recompensa. Fazer bem não somente àqueles que nos fazem o bem, como uma retribuição, mas fazer o bem a todos e a todas as que estão ao nosso lado.
Segunda motivação: Os filhos de Deus agem como Ele Quem atua desta forma gratuita, sem cálculos e sem aguardar recompensa recebe uma recompensa que não será dada pelos homens mas pelo próprio Deus: ser chamado “filho do Altíssimo”. Jesus propõe aos seus discípulos a prática do amor livre e criativo que expresse a essência do Evangelho: mostrar a face de Deus. O cristão que ama manifesta e irradia para o mundo a bondade, o amor e a misericórdia de Deus e este amor torna possível que outros também possam entrar na mesma onda e o rosto de Deus espalha-se pela humanidade, através de homens e mulheres que sabem amar como Ele. Fazer aos outros o que gostamos que eles nos fizessem, fazer o bem sem esperar nada em troca, sermos misericordiosos como Deus é misericordioso, é isso que Jesus pede, pois assim seremos filhos de Deus, porque Ele age desta forma misericordiosa e gratuita para com os seus filhos. A bitola não é o amor do outro por mim mas o amor de Deus e é esse que somos convidados a pôr em prática.
Terceira motivação: A medida usada São quatro as ordens: duas na forma negativa: não julgar, não condenar; e duas ordens na forma positiva: perdoar e doar com medida abundante. Quando diz “deitar-vos-ão”, Jesus alude ao tratamento que Deus quer ter para connosco. Mas quando a nossa medida de tratar os outros é mesquinha, Deus não pode usar para connosco a medida abundante que Ele gostaria de usar.
Dispostos a seguir Jesus, queremos aprender com Ele a acolher e a perdoar o outro, mesmo o que nos magoou e ofendeu e a estender a mão para o irmão, com diálogo e compreensão. O amor de Deus em nós, é a única forma de desarmar o ódio, a injustiça e a violência… Reflitamos.
De que forma posso amar os meus “inimigos”? Quem são os meus “inimigos”?
De que forma é o amor de Deus diferente do meu amor?
Como posso converter a minha vida para amar sem limites?
A medida que uso com os outros é uma medida abundante ou apertada? Gostava que essa mesma medida fosse aplicada a mim?
O que dou, faço e empresto espero receber de volta ou faço-o de forma totalmente desprendida?
Deus não ama apenas aqueles que O amam; ama a todos, bons e maus e até mesmo os que O colocam à margem das suas vidas. Certos do Seu amor e da Sua misericórdia para cada um de nós, peçamos-Lhe humildemente, em voz alta, o que desejamos para nós e para os outros.
Como filhos e filhas do Pai, rezemos-Lhe com fervor e devoção Pai Nosso…
Senhor converte-nos e purifica os nossos corações e os nossos espíritos para que, com sinceridade nas nossas atitudes e ações, sejamos construtores de paz e de reconciliação.
Abençoados com o amor que Deus derrama nos nossos corações, benzemo-nos