Semana de 30 de janeiro a 5 de fevereiro de 2022 IV Domingo do Tempo Comum – Ano C
As orações propostas pelo Orar em Família têm como base o encontro familiar e com Deus. Não chega cada um, individualmente, preparar-se para orar, mas sentirmo-nos, todos juntos, preparados para receber o Senhor em nossa casa, no meio de nós. Isto faz-se com silêncio, com calma, com respeito e, sobretudo, com amor. Preparemo-nos…
Escolhidos, consagrados e guiados pelo amor de Deus, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Certos que a Palavra de Deus é amor e salvação, louvemos o Pai
Deus fiel, p’ra sempre és fiel Para o órfão tu és pai Tu susténs o desamparado Tu és Deus Fiel
Deus fiel, p’ra sempre és fiel Os feridos amas Defensor dos pobres e esquecidos Tu és Deus Fiel
Canto a Ti, criador da Terra e dos Céus Ao que reina p’ra sempre, teu amor durará Verdadeiro e fiel é o nome do Senhor Tu és Deus Fiel,
Deus fiel, p’ra sempre és Fiel Para o fraco abrigo és Nos levantas e manténs unidos Tu és Deus fiel
Tu estás lá em cada fase da minha vida Tu estás lá, âncora que me sustém Tu estás lá, se passar p’lo vale da sombra Tu és Deus Fiel
De olhos postos em Deus e magnetizados pelo Seu amor gratuito, desinteressado, sincero e fraterno, sintamo-nos impelidos a mostrar-lhe a nossa gratidão, dizendo-Lhe em voz alta, tudo o que reconhecemos como Sua dádiva nas nossas vidas
Deixemo-nos edificar com a Palavra de Deus, que um de nós vai ler em voz alta, no trecho de Lc 4, 21-30
Naquele tempo, Jesus começou a falar na sinagoga de Nazaré, dizendo: «Cumpriu-se hoje mesmo
esta passagem da Escritura que acabais de ouvir». Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que saíam da sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?» Jesus disse-lhes: «Por certo Me citareis o ditado: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum». E acrescentou: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua terra. Em verdade vos digo que havia em Israel muitas viúvas no tempo do profeta Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a terra; contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma viúva de Sarepta, na região da Sidónia. Havia em Israel muitos leprosos no tempo do profeta Eliseu; contudo, nenhum deles foi curado, mas apenas o sírio Naamã». Ao ouvirem estas palavras, todos ficaram furiosos na sinagoga. Levantaram-se, expulsaram Jesus da cidade e levaram-n’O até ao cimo da colina sobre a qual a cidade estava edificada, a fim de O precipitarem dali abaixo. Mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho.
Tentemos compreender o significado destas palavras e deixemo-nos surpreender e converter por elas
O preconceito Santos da casa não fazem milagres e Jesus não é exceção. Depois da admiração inicial, em que “todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que saíam da sua boca”, surge a dúvida radical sobre as origens humildes do grande profeta, “filho de José”. Eles estranharam que, depois de ter lido o texto de Isaías, Jesus se tenha atrevido a dizer-lhes que se cumpria n’Ele aquela passagem que acabaram de escutar. Esta ousadia de chamar-se a si mesmo o “ungido do Senhor” foi demasiado para eles. Como pode alguém nosso, alguém do nosso meio ser o Messias? Como pode Deus manifestar-se por “este” que viveu e cresceu entre nós? Não é fácil acreditar, sobretudo quando Deus nos visita de modo humilde, vulgar, nas coisas pequenas e banais. Por isso, rapidamente, os conterrâneos de Jesus passam do entusiasmo à agressão. Depressa muda o coração em Nazaré. Os conterrâneos de Jesus não estão dispostos a acreditar em Jesus se não virem milagres que confirmem a sua missão de Messias, por isso Jesus tinha de fazer algo mágico, uma demonstração de força, uma exibição hábil para os vencer e convencer e Jesus não faz nada! Cegos por esta convicção, com profundas raízes nos seus preconceitos, presos aos seus interesses, são incapazes de confiar no que veem e no que foram testemunhas, porque as emoções que despertam neles estes preconceitos e o medo de perder os seus privilégios são maiores e mais fortes. Mesmo os milagres que tinham presenciado em Cafarnaum não interessavam. Não estavam dispostos a ouvir nem a ver nada. Estavam cegos pela ira, pelo orgulho e pela soberba. Quanto prejuízo nos podem causar os preconceitos se nos deixamos levar e cegar por eles.
A expulsão O que aconteceu para que “todos” na sinagoga ficassem “furiosos” e decidissem expulsar Jesus da cidade e “lançá-lo no precipício”? Jesus decidiu provocar e, corajosamente, referiu-se à rejeição sofrida pelos profetas na própria terra e recordou a manifestação de Deus e o acolhimento da salvação entre os que não pertenciam ao povo eleito, nos tempos de Elias e Eliseu: a viúva de Sarepta e o leproso Naamã, que era sírio. Jesus diz que a misericórdia de Deus é oferecida a todos os que creem e acolhem a Sua palavra, sejam membros do povo eleito, sejam de outros povos. Jesus disse que a salvação de Deus manifestou-se mais aos estrangeiros pagãos do que ao povo de Israel, a quem Jesus acusa de ser religioso mas, ao mesmo tempo, frio diante da ação de Deus. Jesus constata que os seus compatriotas são muito devotos mas gente de pouca fé. É fácil vê-los na sinagoga para ouvir as antigas profecias e promessas feitas aos seus antepassados mas ficam-se por preceitos e tradições religiosas. São incapazes de dar o passo que leva da prática religiosa à fé. O preconceito deixa-os bloqueados. Eles têm medo de ter de se converter, medo de acreditar de verdade que Deus está presente no meio deles, medo de apostar a sua vida sobre a Palavra de Deus. Há que eliminar quem quer destabilizar a nossa forma de pensar e as nossas ideias e expulsam Jesus, eliminam todas as formas de contacto.
Que a força dos nossos preconceitos não nos conduzam à falta de fé e a expulsar o Senhor Jesus do nosso coração mas tenhamos um coração aberto à novidade de Deus na nossa vida.
Como rejeitar a serenidade majestosa do rosto de Jesus que brota do amor de Deus Pai e que se derrama nos nossos corações, através do Espírito Santo? Deixemo-nos converter por esse amor de Deus vivo em nós, que está acima da nossa capacidade, que está em nós, mas não vem de nós. Reflitamos:
Tenho alguns preconceitos em relação a Jesus Cristo e em relação à Igreja? Quais?
Quero um Jesus à minha maneira e com minha forma de pensar?
As ideias pré-concebidas já me levaram a afastar ou excluir alguém da minha vida?
Como vejo as pessoas que não pensam e agem como eu?
Como aos seus conterrâneos, Jesus também me pode dizer que sou muito religioso mas não tenho fé?
Ao Deus fiel e paciente, que nos conhece melhor que ninguém, entreguemos o nosso coração e demos voz aos pedidos que Lhe queremos fazer para nós e para os outros.
Rezemos fervorosamente ao Pai, com Jesus no nosso coração Pai Nosso…
Senhor, queremos aproximar-nos de Ti e sermos profetas do Teu amor desinteressado, puro e gratuito, que se preocupa com o outro, que sofre pelo outro e que procura o bem do outro sem esperar nada em troca.
Com regozijo em sermos profetas do Deus connosco, benzemo-nos
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
Para quando houver um tempinho, fica a sugestão de “O Vídeo do Papa. Este é o de janeiro de 2022: