Semana de 16 a 22 de janeiro de 2022 II Domingo do Tempo Comum – Ano C
Escolhamos um local tranquilo, confortável e sem ruídos ou distrações para nos encontrarmos com Deus. Procuramos na Bíblia, a passagem de Jo 2, 1-11 e, sem pressas, convidemos o Senhor a entrar na nossa casa e nos nossos corações… Quando nos sentirmos prontos a começar, acendemos uma vela.
Dispostos a acolher o Senhor, com um coração puro e irrepreensível, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Certos que o espírito de Deus ilumina a nossa vida, nos enche de paz e nos guia em segurança, louvemos a Deus
Sei Senhor, que na vida Nem sempre temos tudo, tudo dado Por isso, aqui estou Pronto para ser, ser ajudado
Senhor a Ti me entrego Com todo o coração Eu nunca fui tão sincero Não sei mais o que fazer, sem Ti eu não sei viver Ouve a minha oração, Senhor dá-me a Tua mão
Sei Senhor, que não posso Ter tudo o que quero, ou que gosto Por isso, peço-Te a Ti Que me leves sempre, sempre contigo
Com o coração nutrido de paz, vida e felicidade, fruto do amor inquebrável e eterno de Deus, expressemos-Lhe, com alegria e em voz alta, tudo aquilo pelo que nos sentimos gratos.
Fortaleçamos o nosso relacionamento pessoal com o Deus, escutando na voz de um de nós, a passagem de Jo 2, 1-11
Naquele tempo, realizou-se um casamento em Caná da Galileia e estava lá a Mãe de Jesus. Jesus e os seus discípulos foram também convidados para o casamento. A certa altura faltou o vinho. Então a Mãe de Jesus disse-Lhe: «Não têm vinho». Jesus respondeu-Lhe: «Mulher, que temos nós com isso? Ainda não chegou a minha hora». Sua Mãe disse aos serventes: «Fazei tudo o que Ele vos disser». Havia ali seis talhas de pedra, destinadas à purificação dos judeus, levando cada uma de duas a três medidas. Disse-lhes Jesus: «Enchei essas talhas de água». Eles encheram-nas até acima. Depois disse-lhes: «Tirai agora e levai ao chefe de mesa». E eles levaram. Quando o chefe de mesa provou a água transformada em vinho, – ele não sabia de onde viera, pois só os serventes, que tinham tirado a água, sabiam – chamou o noivo e disse-lhe: «Toda a gente serve primeiro o vinho bom e, depois de os convidados terem bebido bem, serve o inferior. Mas tu guardaste o vinho bom até agora». Foi assim que, em Caná da Galileia, Jesus deu início aos seus milagres. Manifestou a sua glória e os discípulos acreditaram n’Ele.
Envolvidos num silêncio meditativo, tentemos compreender as palavras que escutámos.
Um conselho Não sei qual a razão mas o vinho faltou nas bodas de Caná e isto é sinal de tristeza. Maria percebe a dificuldade em que os noivos estão metidos e, de certa maneira, assume o problema com discrição e age sem demora. Maria não fica a olhar e muito menos se demora a fazer juízos. Depois de falar com o Seu Filho, Maria dirige-se aos serventes e dá-lhes um conselho: “fazei tudo o que Ele vos disser”. Estas palavras deviam ter parecido misteriosas e confusas. Jesus não era o noivo nem o chefe de mesa, Ele era apenas mais um convidado naquela festa. Que tinha o Filho de Maria a ver com a boda, que autoridade para mandar fazer alguma coisa, que poder para resolver a situação que preocupava aquela gente? Os serventes poderiam pensar: por que devemos obedecer-Lhe? Além disto, “fazer tudo” parece um conselho demasiado exigente, sobretudo por se tratar de Alguém que não parecia ter ali nem autoridade nem competência, pois era carpinteiro. Apesar disto tudo, os serventes resolveram seguir o conselho dado por Maria e dispuseram-se, sem quês nem porquês, a fazer tudo aquilo que Jesus lhes dissesse. Este conselho de Maria é também para cada um de nós, para que façamos o que o Seu Filho nos ensinou. Precisamos da mesma disponibilidade e sentido de escuta dos serventes para acolher as palavras de Jesus, mesmo que os seus ensinamentos nos pareçam descabidos ou sem sentido, mas são caminho, verdade e vida.
Uma ordem Os serventes decidiram obedecer às palavras de Jesus e cumprir aquilo que Ele tinha para lhes dizer. E qual foi a ordem? “Encher as talhas de água”. Esta ordem parece absurda. Os serventes poderiam ter questionado, dizendo: “nós não estamos a precisar de água. O que está a faltar é vinho”. Os serventes colocaram mais de 500 litros de água nas talhas. Este serviço foi feito balde a balde pois não havia camião cisterna. Não terá sido um serviço fácil mas os serventes escolheram fazer tudo o que o Jesus lhes pedisse. Por isso, de forma diligente, rápida e discreta os serventes realizaram este serviço, quase sem sentido, pois encher as talhas com água até cima não parecia em nada remediar a situação embaraçosa da boda. Se Jesus já tivesse feito outros milagres, se a sua fama já fosse conhecida, ainda compreenderíamos a prontidão mas foi aqui que Jesus “deu início aos seus milagres”. Assim, quase sem sentido, com uma ordem aparentemente sem nexo, a atitude dos serventes ainda ganha mais encanto. Esta ação é fruto da humildade e da simplicidade em aceitar as palavras e o conselho de Maria para seguir o que o Seu filho diz. Com os serventes aprendemos que precisamos de obedecer às ordens de Jesus e fazer o que Ele nos manda, mesmo que isso não faça sentido para nós. Para que os “milagres” aconteçam é preciso haver a audácia própria dos simples, mesmo se não sabem bem o que se vai passar.
O milagre da transformação da nossa vida acontece quando nos dispomos a crer e confiar. Quando fazemos o que Jesus ordena, mesmo que a nossa razão não consiga explicar. Tudo muda com a presença de Jesus na nossa vida e quando agimos em obediência à sua palavra, seguindo o conselho de Maria. Que bom seria que soubéssemos aprender com os serventes da boa de Caná. Haveriam mais milagres nas nossas vidas.
Dispostos a sermos sinais vivos de Deus, “profetas do amor” e a darmos testemunho de obediência e humildade para fazermos “o que Ele nos disser”, reflitamos juntos:
De quem aceito e a quem peço conselhos?
Aceito e vivo o conselho que Maria deu aos serventes das bodas de Caná?
Obedeço às ordens, isto é, à Palavra de Deus mesmo que seja contra a minha vontade e pareça não ter sentido no mundo de hoje?
Com a presença de Jesus o milagre aconteceu. Convido e deixo Jesus entrar na minha vida e da minha família?
Considerando os nossos limites e defeitos e interessados em despir-nos de todas as cadeias que nos impedem de acolher o Pai, enderecemos-Lhe, com confiança e em voz alta, as nossas preces e pedidos para nós e para os outros.
Com a alegria que brota em nós, de um Pai bondoso e terno, façamos uma “aliança” de amor com Ele, rezando Pai Nosso…
Senhor, toma a nossa vida, com as nossas alegrias, amores, conquistas, tédios, dias sem gosto e sem cor, fracassos e mesmo os nossos pecados! “Trabalha-nos” com o Teu amor e faz brotar em nós a vida que tem o sabor do vinho do Reino.
Revestidos pelo amor de Deus, que produz alegria e nos leva à festa do encontro com o Pai e com os irmãos, benzemo-nos