Semana de 19 a 24 de dezembro de 2021 IV Domingo do Advento – Ano C
Escolhemos um recanto do nosso lar onde possamos desfrutar em plenitude da presença de Deus e da nossa família. Procuremos o excerto de Lc 1, 39-47 na Bíblia. Busquemos o silêncio, aquietemos a alma e quando estivermos prontos, acendemos uma vela.
Certos de que “o Verbo de Deus acampou entre nós”, escutemos este cântico, de mãos dadas, olhos fechados e sintamos a Sua presença
Disponíveis e em júbilo, acolhamos nos nossos corações o “reino” de paz e de amor edificado por Jesus, benzendo-nos: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
Louvemos a Jesus, nossa luz, que nos murmura no silêncio, nos convida à vida verdadeira e se fez Verbo, através de Maria
Maria, tu sabias que teu filho andaria sobre as águas? Maria, tu sabias que o teu bebé salvaria nossos filhos? Sabias que o teu bebé viria te moldar? O ser a quem deste à luz, seria a tua luz?
Maria, tu sabias que o teu bebé visão daria ao cego? Maria, tu sabias que teu filho a tormenta acalmaria? Sabias que o teu bebé com anjos caminhou? E ao beijar o teu filhinho, beijavas o próprio Deus? Maria, tu sabias?
O cego verá O surdo ouvirá E o morto viverá O coxo andará O mudo cantará louvor ao rei
Maria, tu sabias que o teu bebé criou os céus e a Terra? Maria, tu sabias que o teu bebé governará nações? Sabias que o teu bebé dos céus era o cordeiro? E a criança que seguras é o grande “Eu Sou”?
A chegada de Jesus aos nossos corações permite-nos restaurar a tranquilidade, a paz e a abundância da esperança e alegria nas nossas vidas. Manifestemos a nossa gratidão pela Sua vinda, pelo Seu amor e partilhemos em voz alta, as maravilhas que brotam da Sua presença.
Deixemo-nos tocar e deslumbrar pela Palavra de Deus, em Lc 1, 39-47, que um de nós vai ler em voz alta
Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor».
Tentemos compreender a mensagem transformadora contida neste trecho que escutámos
O Natal é a grande visita de Deus ao seu povo. Ao querer visitar-nos, Deus não se dirige aos grandes do mundo nem procurou a porta nos centros de poder e capitais, como Roma ou Jerusalém. Ao eleger gente insignificante aos olhos do mundo, locais desprovidos de poder, Deus expressa que não quer uma visita protocolar nem oficial e manifesta deste modo que cada ser humano é uma grande personagem. O evangelho vem na sequência da visita feita pelo anjo a Maria e que lhe disse que a sua prima Isabel estava grávida. Partindo desta revelação e motivada pela visita do Senhor, Maria decide visitar a sua prima e diz-nos o texto que ela “dirigiu-se apressadamente para a montanha”. Porquê?
Maria tem pressa em anunciar as maravilhas de Deus Depois do anúncio do anjo, Maria ficou tão contente que tem de comunicar a notícia e vai fazê-lo àquela que, por revelação do anjo, sabe que pode entendê-la. Os outros que a rodeiam não acreditariam e seria indiscreto publicar o que o anjo lhe tinha dito de parte de Deus como segredo. Só Isabel é, por agora, a pessoa que pode aproximar-se de Jesus. Nesta viagem, Jesus vai com Maria e ninguém o sabe. Os companheiros de viagem veem Maria como mais uma companheira, incorporada numa caravana, rodeada de camelos e de pessoas e, no entanto, Maria carrega um segredo gozoso. Maria faz o caminho da montanha, impulsionada pelo amor e alegria, e quer partilhar que o Redentor está entre nós e só ela o sabe. Por isso a pressa. É preciso comunicar esta alegria. Não importa que nesta altura só se possa dizer a uma pessoa, nem que esteja a três dias de caminho, por detrás das montanhas. Não importa que a mensageira seja uma jovem de Nazaré. Há que anunciar as maravilhas de Deus e por isso Maria vai com pressa. Aprendamos com Maria a anunciar as maravilhas que Deus realiza na nossa vida. Façamo-lo com a mesma pressa que temos em anunciar e informar ou outros de tantas outras coisas que são meramente banais.
Maria tem pressa em ir ajudar e servir quem precisa O anjo acaba de dizer a Maria que a sua prima a quem chamavam estéril estava grávida de seis meses. Maria acreditou na palavra do anjo e sem tempo a perder foi para a montanha. Esta viagem é um exemplo de quem caminha ao encontro de quem precisa. Assim deve ser o viver do cristão, assim é a atitude de Maria, assim nos ensina o Evangelho, ainda que hoje seja mais fácil rezar a Maria do que imitá-la. Pôr-se a caminho, caminhar à pressa por um caminho de encosta acima e longa, deixar para trás a própria casa e a própria vida sem que ninguém nos chame ou ordene, deixar o sossego do lar, é algo quase que incompatível com o egoísmo da nossa época. Maria faz um caminho até ao outro para lhe oferecer ajuda e por isso vai com pressa. Aprendamos com Maria e deixemo-nos guiar pela partilha, generosidade e sacrifício pelo outro.
Num mundo em que tudo é cada vez mais rápido e não há tempo a perder, aprendamos com Maria a ter pressa em anunciar as maravilhas de Deus na nossa vida e em sair de nós mesmos para ajudar quem precisa.
Decididos a “pôrmo-nos a caminho” como Maria, com a “pressa” de sermos testemunhas e de anunciar a Boa Nova do Pai com alegria, firmeza e coragem, reflitamos juntos:
Qual a pressa que me move?
Sinto necessidade em anunciar aos outros as maravilhas que Deus me concede?
Como Maria, sinto pressa em sair de mim mesmo para ajudar e servir que precisa de ajuda?
Como Maria, deixo que o Senhor visite a minha vida e seja motor da minha pressa?
Partindo das palavras de Isabel, saudemos Maria rezando todos juntos a Avé Maria.
Com os nossos limites e a nossa fragilidade, somos acolhidos pelo amor de Deus. Confiemos-Lhe as nossas preces em voz alta e entreguemos-Lhe os nossos corações, sabendo que nos escuta.
Porque, com Jesus, somos filhos de Deus, oremos com a pureza duma criança: Pai Nosso…
Senhor, tal como Maria, ansiamos a Tua chegada para que Te abrigues nos nossos corações e nos ajudes a estar vigilantes e atentos às necessidades dos irmãos, partindo ao seu encontro e partilhando a nossa amizade e solidariedade.
Fortalecidos pela força do Espírito que nos ajuda a seguir o exemplo de Maria, benzemo-nos