Semana de 5 a 11 de dezembro de 2021 II Domingo do Advento – Ano C
Preparemos o nosso momento de oração reunindo a família num espaço do nosso lar, onde estejamos cómodos, em silêncio e sem interferências que perturbem a nossa atenção (telefones e tv desligados, por exemplo). Tenhamos a Bíblia aberta em Lc 3, 1-6. Quando estivermos todos concentrados, iniciamos a oração acendendo uma vela.
Com o coração livre e disponível para acolher a Boa Nova, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor.
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Para falar com Deus, precisamos ser simples, com pouco, sermos apenas nós… e Ele… e deixar fluir…
Preparemo-nos para acolher o Messias que está próximo e deixemos que Ele transforme verdadeiramente os nossos corações, oferecendo-Lhe o nosso reconhecimento pelas graças e bênçãos que Lhe atribuímos.
Somos convidados a preparar os caminhos do coração. Façamo-lo escutando atentamente este trecho de Lc 3, 1-6, que um de nós vai ler em voz alta
No décimo quinto ano do reinado do imperador Tibério, quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia, Herodes tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe tetrarca da região da Itureia e Traconítide e Lisânias tetrarca de Abilene, no pontificado de Anás e Caifás, foi dirigida a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto. E ele percorreu toda a zona do rio Jordão, pregando um batismo de penitência para a remissão dos pecados, como está escrito no livro dos oráculos do profeta Isaías: «Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. Sejam alteados todos os vales e abatidos os montes e as colinas; endireitem-se os caminhos tortuosos e aplanem-se as veredas escarpadas; e toda a criatura verá a salvação de Deus».
Compreendamos a mensagem da Palavra de Deus e deixemos que ilumine o nosso caminho e invada o nosso coração
Deus manifesta-se num contexto histórico concreto a gente simples Lucas apresenta um contexto temporal e nomeia os “chefes” civis e religiosos com os quais Jesus vai enfrentar as maiores dificuldades. O elenco das autoridades, do imperador romano aos sumos sacerdotes de Jerusalém, mostra a totalidade dos poderes vigentes na época. A lista é apresentada em ordem decrescente, isto é, do maior para o menor, até chegar no mais insignificante, aparentemente, João. O objetivo de Lucas com a lista de Tibério a João é mostrar os propósitos e escolhas paradoxais de Deus. A palavra de Deus não é dirigida aos poderosos mas aos simples, pequenos e humildes.
Deus manifesta-se em lugares humildes Depois do contexto temporal não sucede uma referência geográfica “normal”. Não é em Roma. Não é em Jerusalém. O evangelista situa o acontecimento “no deserto”. É fora do “lugar” da religião (Templo) e fora da relação com os “chefes” que tudo acontece. Não é nos palácios esplendorosos nem nos grandes templos que Deus se deixa encontrar mas onde há simplicidade, como no deserto. A palavra de Deus desvia-se dos centros de poder, enquanto se dirige ao deserto. O deserto na Bíblia é o lugar da autêntica relação com Deus, onde se cultiva a confiança no Senhor, como fruto da escuta atenta da Sua palavra mas significa também todas as periferias do mundo. A palavra de Deus dirige-se aos lugares simples e pobres. Deus manifesta-se no silêncio do nosso coração e não na algazarra da vida.
No deserto, Deus fala, interpela, convida e envia Neste encontro prévio com Deus, João bebe a coragem de fazer caminho, de ir ao encontro, de anunciar e denunciar. Neste encontro, João bebe a necessidade de pregar um batismo de penitência que une a mudança de vida à purificação do corpo. É da experiência com Deus que nasce a missão de propor um caminho de salvação, de libertação do que nos aprisiona. Deus continua a falar nas várias circunstâncias e desertos da nossa vida: na solidão, no sofrimento, na injustiça, no desemprego, no desânimo, na incompreensão, no desespero, na escuridão… Nesta altura concreta da nossa vida, como a João Batista, Deus fala e sussurra ao nosso ouvido, com voz mansa: “Prepara o caminho, estou a chegar!”
É preciso preparar Na sua pregação, citando Isaías 40, 3-5, João diz ao povo que não basta aguardar o Messias e deseja-l’O, importa preparar o caminho para a sua chegada. É ele que chega, que toma a iniciativa de vir ao encontro dos nossos desertos, de vir libertar-nos das nossas amarras, de vir iluminar as nossas noites, como libertou os israelitas do exílio da Babilónia. Preparemos os caminhos tortuosos dos nossos corações enrugados; endireitemos as veredas da nossa alma tantas vezes escarpada e que nos leva para longe de Deus; alteemos o que está escondido com os nossos medos e abatamos as colinas do nosso orgulho, para que Deus venha e encontre espaço no nosso coração. Para acolher o Senhor é preciso passar por um caminho de purificação, de penitência e mudança de vida, como nos pede João Batista. Só um coração disponível, simples e humilde, como o de João, poderá acolher o Senhor que teima em nascer de novo em cada circunstância concreta da nossa vida.
Com o propósito de orientar a nossa vida para Deus, de forma a que Ele e os Seus valores passem a ocupar o primeiro lugar no nosso coração e nas nossas prioridades de vida, reflitamos:
Será que procuro a simplicidade em mim para estar mais próximo de Deus?
Sou dado a grandes luxos e exibicionismos, ou prefiro o recato da humildade?
Tenho o meu coração preparado e disposto à escuta da voz de Deus?
Somos nós capazes de preparar o caminho para a vinda de Jesus Cristo?
Com os nossos limites e defeitos, deixemos que o Senhor nos conduza à plenitude do amor e animados pela Sua bondade, direcionemos-Lhe as nossas preces
Preparemos “o caminho do Senhor” rezando ao Pai e confiando-Lhe o nosso coração Pai Nosso…
Senhor, para minha conversão e renovação, quero eliminar todos os obstáculos que me impedem de chegar a Ti. Só assim poderei celebrar, de coração puro e autêntico, a Tua chegada e dar testemunho missionário da Tua Palavra de salvação.
Com o coração revestido de esperança, alegria e amor, benzemo-nos