Semana de 14 a 20 de novembro de 2021 XXXIII Domingo do Tempo Comum – Ano B
Sem pressas ou imposições, preparemos um lugar harmonioso do nosso lar, sem ruído. Procuremos na Bíblia, a passagem de Mc 13, 24-32 e tenhamos uma vela. Demos lugar ao nosso silêncio interior e iniciamos a oração acendendo a vela.
Cativados pelo amor do Pai, cheios de confiança e esperança, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor.
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
De forma a aproveitarmos esta oração, sentimos Jesus no meio de nós e relaxamos…
Nós não nos pregamos a nós, mas ao Senhor, E apenas o fazemos por Seu Amor. Das trevas, resplandece a Luz, disse Deus, E foi Ele quem brilhou no coração dos seus.
Trazemos, porém, este Tesouro em vasos de barro, Para que se possa ver vir de Deus esse poder.
Em tudo somos atribulados e perseguidos, Mas não desamparados e nunca vencidos. No nosso corpo levamos, sem cessar, A morte de Jesus, p’rá Sua Vida manifestar.
Sabemos que Aquele que O ressuscitou Também ressuscitará aqueles para quem olhou. E assim, jamais iremos perder a alegria. Grande é o peso da Glória que nos espera um dia.
Chamados a anunciar e a construir com palavras e gestos um caminho de fé e de esperança, saibamos manifestar ao Pai a nossa gratidão pela Sua dádiva, bondade e por tudo o que d’Ele reconhecemos nas nossas vidas.
Atentemos à passagem bíblica de Mc 13, 24-32 que um de nós vai ler em voz alta
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Naqueles dias, depois de uma grande aflição, o sol escurecerá e a lua não dará a sua claridade; as estrelas cairão do céu e as forças que há nos céus serão abaladas. Então, hão-de ver o Filho do homem vir sobre as nuvens, com grande poder e glória. Ele mandará os Anjos, para reunir os seus eleitos dos quatro pontos cardeais, da extremidade da terra à extremidade do céu. Aprendei a parábola da figueira: quando os seus ramos ficam tenros e brotam as folhas, sabeis que o Verão está próximo. Assim também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o Filho do homem está perto, está mesmo à porta. Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão. Quanto a esse dia e a essa hora, ninguém os conhece: nem os Anjos do Céu, nem o Filho; só o Pai».
Recebamos, com o coração desperto, a Palavra de Deus nas nossas vidas e tentemos compreender esta passagem
O Evangelho deste domingo está escrito em género apocalíptico. Este género de escrita era usado em momentos difíceis, quando o povo de Deus era humilhado, oprimido e não via uma saída à vista, quando tudo era escuro e corria mal. Estes escritos serviam para infundir esperança a quem estava a sofrer por causa da sua fé, serviam para incutir perseverança perante o desânimo que pode surgir perante as dificuldades, o sofrimento e a dor. As primeiras comunidades cristãs viviam agitadas por causa da guerra, calamidades, carestias e perseguições. Muitos cristãos eram torturados, eram vítimas de opressão e condenados à morte. As divisões e discórdias iam crescendo nas comunidades cristãs que se sentiam perdidas e sem fé. Surge a destruição do Templo de Jerusalém e com ele surge a ideia do fim do mundo. Perante tudo isto, o Evangelho dá a esperança da vinda de Jesus que vem para reunir todos os seus. A boa notícia do Evangelho é clara: haja o que houver quem tem a última palavra é Cristo porque o resto é passageiro, por isso Jesus afirma: “passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão”. Tudo vai passar. O estado de humor passa, a fama acaba, as agitações e paixões mudam, muitas coisas passam no caminho da nossa vida, muitas dores, deceções, frustrações, problemas que, por mais difíceis que pareçam, não duram para sempre, apesar de termos outra sensação quando estamos no meio deles. O mesmo acontece com as coisas boas na vida que também passam. Onde colocar a nossa segurança e esperança uma vez que tudo acaba e passa neste mundo? A que nos devemos agarrar? É aos ensinamentos do Senhor que nos devemos agarrar. A única coisa que permanece é a Palavra de Jesus. Ela é a fonte da nossa esperança. A esperança transforma-se em empenho e compromisso. A esperança alimenta o nosso viver e peregrinar mesmo nas condições mais adversar e desumanas da vida, dá garra para viver mesmo no mais profundo abismo que a nossa vida possa passar. O que seria da nossa vida sem esperança?
A esperança sustentada nas Palavras de Jesus deve ser vivida em clima de vigilância. Enquanto aguardamos a vinda do Senhor, os discípulos devem preparar a sua chegada de forma ativa, discernindo os sinais dos tempos, e vivendo na fidelidade à vontade de Deus. Se o Senhor tarde em chegar, precisamos de vigiar ainda mais, orar mais, ser cada vez mais santos. Parece que, quanto mais o Senhor retarda a Sua volta, mais vamos relaxando, mais preocupados andamos com as coisas deste mundo, com os negócios, lutas disto e daquilo, perdidos nos labirintos da vida e não nos preparamos para a volta do Senhor. De ano para ano, deveríamos acender, no nosso coração, esta expetativa da volta do Senhor e esta vigilância. Não é medo, é vigilância. O tempo de procurar os sacramentos é agora, o tempo de amar os irmãos é agora, o tempo de amar o Senhor é agora, o tempo de semear sementes de bondade, paz, verdade, misericórdia, compaixão é agora, o tempo de cumprir os ensinamentos do Senhor, as palavras que permanecem, é agora, porque quanto mais se aproxima o fim dos tempos maiores são as dificuldades. Movidos pela esperança da volta do Senhor que tem a última palavra, não percamos mais tempo em preparar a Sua vinda, promovendo uma vigilância ativa em nossas vidas.
Renovados pela esperança no Pai, sintamos coragem para assumir um processo de conversão que nos leve a suprimir aquilo que em nós é egoísmo, orgulho ou injustiça e reflitamos:
Num mundo em que tudo passa, como contribuo para que a Palavra de Deus permaneça?
Nas horas de aflição, onde deposito a minha esperança e segurança? A quem me agarro?
Sabendo que o Senhor pode vir a qualquer momento à vida de cada um de nós, como estou a aguardar e a preparar a Sua vinda?
Qual a esperança que alimenta o meu viver?
Com total esperança, alegria e confiança em Deus, dirigimos-lhE, em voz alta, as nossas preces.
Com o coração revestido de esperança e fé, rezemos com ânimo Pai Nosso…
Senhor Deus que não nos abandonas na nossa caminhada e vens continuamente ao nosso encontro, faz-nos estar atentos à Tua proximidade e reconhecer-Te no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e que buscam a libertação.
Reanimados com a nossa esperança em Deus, benzemo-nos