Semana de 7 a 13 de novembro de 2021 XXXII Domingo do Tempo Comum – Ano B
Preparemos um lugar tranquilo onde, confortáveis e em silêncio, possamos abrir o nosso coração e permitir que Deus entre e opere nele. Tenhamos a Bíblia aberta em Mc 12, 38-44 e uma vela. Quando todos estivermos preparados para começar, acendemos a vela.
Crentes que a generosidade, a partilha e a solidariedade são geradoras de vida em abundância, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor.
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Esta oração só fará sentido se estivermos em paz, se O sentirmos, se nos enchermos d’Ele… Vamos tentar?
Cientes que os bens repartidos se tornam fonte de vida e de bênção para nós e para todos aqueles que deles beneficiam, elevemos a Deus a nossa gratidão, dizendo alto as maravilhas e as bençãos que d’Ele reconhecemos.
Um de nós lê em voz alta, e todos contemplaremos com o coração, a Palavra de Deus em Mc 12, 38-44
Naquele tempo, Jesus ensinava a multidão, dizendo: «Acautelai-vos dos escribas, que gostam de exibir longas vestes, de receber cumprimentos nas praças, de ocupar os primeiros assentos nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes. Devoram as casas das viúvas com pretexto de fazerem longas rezas. Estes receberão uma sentença mais severa». Jesus sentou-Se em frente da arca do tesouro a observar como a multidão deixava o dinheiro na caixa. Muitos ricos deitavam quantias avultadas. Veio uma pobre viúva e deitou duas pequenas moedas, isto é, um quadrante. Jesus chamou os discípulos e disse-lhes: «Em verdade vos digo: Esta pobre viúva deitou na caixa mais do que todos os outros. Eles deitaram do que lhes sobrava, mas ela, na sua pobreza, ofereceu tudo o que tinha, tudo o que possuía para viver».
Desfrutemos de um relacionamento estreito com Deus e busquemos a verdade desta passagem escutando atentamente…
Jesus, como Mestre e Senhor, fala-nos do desprendimento que devemos viver.
Em primeiro lugar, um desprendimento da honra e reconhecimento próprios que por vezes vamos procurando. Neste sentido, partindo do mau exemplo dos escribas e fariseus, Jesus previne-nos de três coisas:
Vaidade Estes senhores gostavam de ostentar na maneira de vestir, buscavam honras para si. O problema não estava na roupa mas no seu coração que era vaidoso e só procurava atenções e glórias para si mesmo. Eles queriam ser reconhecidos como “bons”. Vaidade significa atribuir valor a si mesmo, fundamentado no desejo de que os outros reconheçam e admirem essas qualidades que podem ser físicas, intelectuais ou espirituais. O nosso coração é enganador e deseja ser mais do que pode ser.
Ganância Um coração que procura prestígio, reconhecimento e poder pode tornar-se ganancioso e Jesus fala disso. Estes homens gananciosos “devoram as casas das viúvas”. Este sentimento carateriza-se pela vontade, desejo descontrolado, de possuir tudo ou qualquer coisa que se admira para si próprio sem olhar a meios para o conseguir. É um desejo que está ligado ao apego material mas também pode ser o desejo de poder, status e influência. O nosso coração é enganador e deseja ter mais do que pode ter.
Falta de amor Estes homens não tinham nenhuma compaixão com as viúvas pobres que estavam totalmente desamparadas a nível social. Não conseguiam demonstrar amor nas suas ações. Eles devoravam a casa das viúvas que lhes entregavam o que tinham, levadas por bonitos discursos. Eles não têm nenhuma preocupação com as viúvas mas simplesmente estão preocupados apenas com eles próprios. O nosso coração é enganador e deseja amar mais a si mesmo do que aos outros.
Em segundo lugar, um desprendimento dos bens materiais. Jesus louva a viúva pobre ao mesmo tempo que lamenta a falsidade de outros: “Eles deitaram do que lhes sobrava, mas ela, na sua pobreza, ofereceu tudo o que tinha, tudo o que possuía para viver”. Com a sua sensibilidade aguçada, Jesus vê além das aparências e descobre a generosidade e o desprendimento desta pobre mulher que entrega tudo o que tinha e coloca toda a sua segurança mas mãos de Deus, fazendo a sua vida depender totalmente d’Ele. Quando o gesto de doar implica uma perda, então estamos a fazer o que Jesus nos pede. Não se trata apenas de dar bens materiais, de dar esmola, mas dar tudo aquilo que Deus nos deu, o que somos e temos e que deve ser partilhado com os outros, como por exemplo o nosso tempo, algo tão preciso. Vivemos num corre-corre, alegando falta de tempo quando deixamos de fazer uma boa obra porque só pensamos em nós, nas nossas coisas e nos nossos interesses.
Quem não vive o desprendimento de si e dos bens temporais vive cheio do seu próprio eu e não pode amar. Em tal estado de alma não há espaço para os outros: nem compaixão, nem misericórdia, nem atenção para com o próximo.
Despidos das coisas que podem atravancar o nosso coração e impedir-nos de acolher os desafios e as propostas de Jesus, reflitamos:
O que ofereço a Deus: o tempo que me sobra ou o tempo que tenho?
Será que, por vezes, dou mais importância à aparência do que à essência?
Se eu fosse para um lugar longínquo e só pudesse levar três coisas, quais levaria? E se não pudesse levar nada, como me sentiria?
O que dou de mim mesmo aos meus, à minha comunidade e à minha paróquia?
Certos que Deus vê o nosso coração e chega até nós na humildade, na simplicidade, na debilidade, nos gestos silenciosos e simples de alguém em quem nem sempre reparamos, enderecemos-Lhe os nossos pedidos para nós e para os outros
De coração aberto à verdade do Pai, deixemos que nos toque rezando com fé Pai Nosso…
Senhor, por Vós e em Vós, aceitamos despojar-nos de tudo, prescindir dos nossos interesses e projetos pessoais, para nos entregarmos completa e gratuitamente nas Tuas mãos, com humildade, generosidade, total confiança e amor verdadeiro.
Determinados a um completo despojamento e a uma entrega radical e sem medida, benzemo-nos