Semana de 31 de outubro a 6 de novembro de 2021 XXXI Domingo do Tempo Comum – Ano B
Preparemos um ”cantinho” cómodo e longe de distrações, onde possamos acalmar o nosso coração e a nossa mente, de forma a conseguirmos concentrar-nos na nossa oração. Preparemos a Bíblia em Mc 12, 28-34 e tenhamos uma vela que acendemos quando estivermos prontos a começar.
Convidados a amar a Deus e aos irmãos com todo coração, toda alma e todas as forças, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor.
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Com vontade de sermos “construtores da nova humanidade”, com um coração grande e forte, louvemos o Pai
Maravilhados com o exemplo de vida de Cristo que fez da Sua vida uma escuta atenta e obediente aos mandamentos do Pai, cumprindo incondicionalmente a Sua vontade numa entrega total aos irmãos, mostremo-nos gratos, dizendo em voz alta, o tanto que Lhe queremos agradecer.
Um de nós vai ler em voz alta, preferencialmente da Bíblia, a Palavra de Deus, nossa força e sustentáculo, contida no trecho de Mc 12, 28-34
Naquele tempo, aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-Lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» Jesus respondeu: «O primeiro é este: ‘Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças’. O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não há nenhum mandamento maior que estes». Disse-Lhe o escriba: «Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes: Deus é único e não há outro além d’Ele. Amá-l’O com todo o coração, com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios». Ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente, Jesus disse-lhe: «Não estás longe do reino de Deus». E ninguém mais se atrevia a interrogá-l’O.
Deixemos Deus entrar nos nossos corações e entendamos melhor as palavras de Jesus, escutando
“Qual é o primeiro de todos os mandamentos?” Pergunta feita por um escriba a Jesus. Da resposta de Jesus podemos tirar algumas observações que nos ajudarão a entender melhor o texto.
Primeiro: Jesus não cita os “dez mandamentos” Os dois mandamentos citados por Jesus não fazem parte do Decálogo. Talvez o escriba esperasse que Ele destacasse o sábado ou alguma outra lei sobre o comportamento externo, mas Jesus responde de outra maneira. O primeiro encontra-se em Deuteronómio 6, 5, no famoso “Escuta Israel”, que é frequentemente citado pelos judeus. A instrução de amar a Deus vem dum dos últimos discursos de Moisés. O segundo mandamento vem do Levítico 19, 18, capítulo no qual encontramos uma grande variedade de fórmulas a respeito do amor ao próximo. Jesus começa por realçar a centralidade do amor como mandamento.
Segundo: Jesus junta dois mandamentos: amar a Deus e amar o próximo Estes dois mandamentos, tirados de livros diferentes, são os mais importantes. Ao juntar os dois mandamentos, Jesus ensina-nos que o nosso amor a Deus só pode ganhar forma através do nosso amor ao próximo. Estritamente falando, não são dois mandamentos mas uma única ordem que Jesus compilou e deu aos seus discípulos de todos os tempos e de todas as épocas. Por isso, é impossível amar a Deus sem amar o próximo, como nos diz S. João: “Se alguém disser: «Eu amo a Deus», mas tiver ódio ao seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. E nós recebemos dele este mandamento: quem ama a Deus, ame também o seu irmão.” (1 Jo 4, 20-21).
Terceiro: Jesus declara o amor acima de tudo O duplo mandamento do amor “vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios”, o que equivale a dizer que o culto, o rito não serve para nada se não for expressão e celebração dum amor que no quotidiano seja o motor da vida. Confundimos, facilmente, o amor a que se refere o Evangelho com um simples sentimento de afeto ou com uma atração física, psicológica ou mesmo sexual. O amor bíblico não se trata dum sentimento mas duma atitude que eu tomo para com o meu próximo. Esta ideia é ainda mais evidente e concreta quando entendemos que devemos amar ao próximo como a nós mesmos. Assim como eu me amo e tomo atitudes boas e construtivas para comigo mesmo, do mesmo modo devo agir em relação ao meu próximo. O amor bíblico é algo prático que se vive de verdade e não um mero sentimento. São Paulo, na Carta aos Romanos (13, 8-10), oferece-nos um exemplo prático de como o amor bíblico funciona. S. Paulo diz que o “amor ao próximo é o pleno cumprimento da Lei”. De que maneira posso cumprir a Lei amando o meu próximo? De acordo com S. Paulo, se eu amo o meu próximo eu vou respeitar a sua vida – não matarás; se eu amo o meu próximo não vou tomar aquilo que lhe pertence – não furtarás; se eu amo o meu próximo não vou querer nada do que lhe pertence – não cobiçarás; se eu amo o meu cônjuge não o vou trair – não adulterarás.
Amar a Deus e ao próximo é o maior mandamento que Jesus nos deixou e o cumprimento dele mostra que somos verdadeiros discípulos, como diz S. João: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros.” (Jo 13, 35). É isto que a Lei de Deus exige de nós, que amemos ao nosso Deus e como resultado amemos ao nosso próximo.
Compreendemos que“amor a Deus” e “amor aos irmãos” não são dois mandamentos diversos,mas as duas faces da mesma moeda, intimamente ligadas. Assim, dispostos a “Amar a Deus”, cumprindo o Seu projecto de amor, que se concretiza na solidariedade, na partilha, no serviço e no dom da vida aos irmãos, reflitamos:
Coloco algumas condições para amar o próximo, amando só os que eu gosto, ou não faço distinção e consigo amar sem limites?
De que forma manifesto o meu amor a todos aqueles que são diferentes de mim?
Qual ou quais são os princípios orientadores da minha vida?
Sinto que quando estou a amar e a fazer bem aos outros estou a amar a Deus?
Com o nosso coração cheio de paz, de esperança e de confiança em Cristo, que intercede por nós junto do Pai e com a confiança de que as nossas debilidades e fragilidades nunca nos afastarão, de forma definitiva, da comunhão com Deus, elevemos ao Pai as nossas preces, em voz alta
Procurando ser testemunhas proféticas do amor do Pai, digamos alto, com o coração enlevado Pai Nosso…
Senhor, seguindo o exemplo e o testemunho de Jesus, saibamos reconhecer que o amor aos irmãos passa por prestar atenção a cada homem ou mulher com quem nos cruzamos pelos caminhos da vida, por sentir-nos solidários com as alegrias e sofrimentos de cada pessoa, por partilhar as desilusões e esperanças do nosso próximo e por fazer da nossa vida um dom total a todos.
Capazes de “ouvir” com os ouvidos, “acolher” no coração e transformar em ação concreta os mandamentos de Deus, benzemo-nos
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
De 31 de outubro a 7 de novembro, realiza-se a semana de oração pelos seminários e tem esta mensagem e esta oração.