Semana de 24 a 30 de outubro de 2021 XXX Domingo do Tempo Comum – Ano B
Procuremos um lugar da nossa casa que nos pacifique; onde a calma e a paz se possam instalar no nosso coração, preparando-nos interiormente para este momento de troca de amor entre nós e Deus. Abramos a Bíblia em Mc 10, 46-52 e tenhamos uma vela que acendemos, quando estivermos prontos a iniciar.
Conduzidos pela mão e o amor do Pai, busquemos a luz e a verdade em nossos corações, benzendo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor.
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Com a garantia que Deus não nos deixa sozinhos perante os nossos sofrimentos, sintamos regozijo e alegria, louvando-O
Do Salmo 125 (126): Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião, parecia-nos viver um sonho. Da nossa boca brotavam expressões de alegria e dos nossos lábios cânticos de júbilo. Diziam então os pagãos: «O Senhor fez por eles grandes coisas». Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor, estamos exultantes de alegria. Incentivados pelas palavras do salmista, manifestemos em voz alta a nossa gratidão pelas grandes ou pequenas coisas que o Senhor faz por nós.
Cheios de esperança e fé em Deus, escutemos as Suas palavras, que um de nós vai ler em voz alta, em Mc 10, 46-52
Naquele tempo, quando Jesus ia a sair de Jericó com os discípulos e uma grande multidão, estava um cego, chamado Bartimeu, filho de Timeu, a pedir esmola à beira do caminho. Ao ouvir dizer que era Jesus de Nazaré que passava, começou a gritar: «Jesus, Filho de David, tem piedade de mim». Muitos repreendiam-no para que se calasse. Mas ele gritava cada vez mais: «Filho de David, tem piedade de mim». Jesus parou e disse: «Chamai-O». Chamaram então o cego e disseram-lhe: «Coragem! Levanta-te, que Ele está a chamar-te». O cego atirou fora a capa, deu um salto e foi ter com Jesus. Jesus perguntou-lhe: «Que queres que Eu te faça?» O cego respondeu-Lhe: «Mestre, que eu veja». Jesus disse-lhe: «Vai: a tua fé te salvou». Logo ele recuperou a vista e seguiu Jesus pelo caminho.
Interessados em perceber o caminho que Deus nos aponta neste texto bíblico, escutemos e reflitamos
A oportunidade. Oportunidade é coisa que não se pode perder, não se desperdiça, porque perder uma oportunidade pode, em último caso, significar perder a própria vida e até a própria alma. Não sei quantas oportunidades cada um de nós já teve e não sei quantas iremos ter pela frente. Não sei qual é o tempo de Deus, não sei quando o relógio vai parar de bater para a nossa vida. Não sei se a oportunidade que estamos a ter hoje não será a última da nossa vida. O texto do Evangelho fala dum homem que não desperdiçou a última oportunidade da sua vida. Jesus vai a caminho de Jerusalém onde vai ser crucificado e morto e é a última vez que passa em Jericó. Nunca mais o volta a fazer. Bartimeu é um cego e mendigo que estava sentado à beira do caminho. Ele não estava no caminho, não estava entre a multidão que seguia Jesus para Jerusalém. Estar à beira do caminho é um lugar de derrota, é estar separado, desprezado, esquecido. Ninguém lhe dirige a atenção a não ser para dar umas moedas. Mesmo nesta situação, Bartimeu tomou atitudes que lhe salvaram a vida e por isso não perdeu a oportunidade da salvação. O Evangelho oferece-nos um convite a permanecermos, como o cego, atentos à passagem do Senhor que vem constantemente ao nosso encontro e passa nas nossas vidas. Ante a presença do Senhor, renasce a esperança de se ver livre da cegueira. Surge assim o grito que reclama compaixão e expressa a sua fé e esperança. Tudo isto fruto duma atenção ao Senhor que passa.
A capa. Para agarrar a oportunidade não chega clamar é preciso mudar e por isso Bartimeu “atirou fora a capa, deu um salto e foi ter com Jesus.” O facto de ter lançado fora a capa tem um grande significado porque era o seu único pertence. Ao atirar fora a capa é como quem diz: “vou-me desenvencilhar de qualquer coisa para poder ir ter com Jesus”. A capa pode significar as escassas seguranças que o cego tinha e das quais teve de se libertar para ir ter com o Senhor. Para não perder a oportunidade da sua vida, Bartimeu estava disposto a abrir mão de qualquer coisa que fosse um estorvo para se encontrar com Jesus, até da capa que era o seu bem mais precioso e com a qual se cobria e protegia do frio. Quantas pessoas procuram Jesus e querem viver os Seus ensinamentos e o Evangelho mas em primeiro lugar precisam de acertar a sua vida nisto e naquilo ou precisam de mudar isto e aquilo e está sempre alguma coisa primeiro. Falta coragem para lançar fora a “nossa capa”. É altura de parar de encontrar desculpas. Adiamos, transferimos a responsabilidade para todos e mais alguns mas na verdade falta-nos abnegação e decisão para seguir Jesus e o Evangelho. Não queremos abrir mão do que temos, da nossa vida, das nossas seguranças e tranquilidades para nos dedicarmos ao seguimento de Jesus. Falta-nos coragem para dar o salto, como Bartimeu e por isso perdemos a oportunidade de nos encontrar com o Senhor e de mudarmos a nossa vida.
Precisamos de largar a capa da instalação, do desencanto, do comodismo e do aburguesamento cristão que nos invade e nos impede a dar o salto para Jesus. Só assim poderemos ser curados na nossa cegueira espiritual e de fé e percorrer o caminho da conversão com o Senhor que passa na nossa vida.
Convocados por Jesus que continua hoje a cruzar-se, de forma continuada com cada um de nós, nos caminhos da vida e nos oferece sem cessar, uma proposta de libertação a quem procura a luz e a vida verdadeira, reflitamos:
Vejo na provação uma oportunidade para fortalecer a minha fé?
Do que estou disposto a abdicar para encontrar Jesus?
Desperdicei alguma oportunidade para me encontrar com o Senhor? Qual e porquê?
Em que circunstância me encontro: no caminho com Jesus ou à beira do caminho?
Bartimeu foi atendido por causa da sua insistência. Cheios de confiança e esperança em Jesus, nosso intercessor junto do Pai, que entende as nossas dificuldades e que, apesar das nossas falhas, olha para cada um de nós com bondade e misericórdia, dirijamos-Lhe, em voz alta, os nossos pedidos para nós e para os outros.
Sob o olhar atento de Deus, com os olhos fechados e o coração iluminado, digamos confiadamente, a oração que Jesus nos ensinou Pai Nosso…
Senhor, conscientes das nossas debilidades, faz-nos sentir a inquietação e o desafio imperativo de clamar pela Tua misericórdia e responder ao chamamento de começar uma vida nova ao Teu serviço.
Almejando curar a nossa cegueira física para vermos mais longe, profundamente, com o olhar interior da fé, benzemo-nos