Semana de 17 a 23 de outubro de 2021 XXIX Domingo do Tempo Comum – Ano B
Escolhamos um lugar do nosso lar, onde possamos sentir conforto e nenhum ruido perturbe a nossa necessidade de concentração pois desejamos que a nossa oração seja agradável ao Pai e nos enterneça a alma. Preparamos a bíblia em Mc 10, 35-45. Quando estivermos preparados, acendemos a vela.
Motivados a fazer da nossa vida um dom de amor e de serviço, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor.
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Aproximemos o nosso coração de Deus, louvando-O, com o cântico
Convidados a seguir Jesus com total gratuidade, sem esperar nada em troca, acolhamos as graças e os dons de Deus como dádivas e digamos em voz alta as que reconhecemos nas nossas vidas
Um de nós lê alto a Palavra de Deus que nos transforma e indica caminhos, no trecho de Mc 10, 35-45
Naquele tempo, Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: «Mestre, nós queremos que nos faças o que Te vamos pedir». Jesus respondeu-lhes: «Que quereis que vos faça?» Eles responderam: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda». Disse-lhes Jesus: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu vou beber e receber o batismo com que Eu vou ser batizado?» Eles responderam-Lhe: «Podemos». Então Jesus disse-lhes: «Bebereis o cálice que Eu vou beber e sereis batizados com o batismo com que Eu vou ser batizado. Mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem está reservado». Os outros dez, ouvindo isto, começaram a indignar-se contra Tiago e João. Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os que são considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós: Quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo, e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos; porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos».
Um pedido ambicioso. O Evangelho começa com um pedido atrevido de Tiago e João. Jesus tinha feito revelações sobre o sofrimento, morte e ressurreição que enfrentaria em Jerusalém mas os discípulos estavam mais interessados em conversar sobre o poder e o prestígio no Reino de Deus. É interessante verificar que os apóstolos não ambicionavam partilhar os sofrimentos de Cristo, não almejavam ser grandes anunciadores do Evangelho, não ambicionavam a própria conversão, nem estavam a planear servir o próximo. Os seus corações e mentes estavam dominados pelo sonho das honras e poder que poderiam receber se ficassem sentados ao lado de Cristo na sua glória. Na verdade, Tiago e João não tinham entendido que a glória de Cristo consistia em passar pela cruz, em agir como servo, como fala a primeira leitura, em negar-se a si mesmo para que a vontade do Pai fosse consumada e não a vontade de Jesus. Como cristãos, a nossa glória não será obtida se construirmos grandes coisas, se realizarmos grandes eventos, se recebermos inúmeros reconhecimentos sociais ou muitas honras ou se formos autores de grandes projetos. Se queremos glória, ela tem de ser encontrada no caminho da humildade, da obediência à Palavra de Deus, da auto-negação do eu, isto é, do nosso egoísmo, e no compromisso em servir a causa do reino. O coração ambicioso dos apóstolos impedia-os de escutar Jesus e o que Ele lhes queria transmitir.
Uma reação competitiva. Os outros ficaram indignados porque Tiago e João de forma descarada e à frente de todos colocaram uma “cunha” ao mestre. A reação mostra que havia entre eles sentimentos de competição por cargos e privilégios. Como tantas pessoas, os discípulos seguiam os exemplos errados porque tinham motivações erradas. Em vez de imitarem o Cristo, eles admiravam a glória e autoridade dos governantes romanos, de homens que amavam a fama e o poder. Os seus conceitos de poder e grandeza eram ainda conceitos deste mundo. Os outros dez ficaram com inveja e ciúme porque os outros chegaram primeiro. Estes sentimentos projetam-se na Igreja, corpo de Cristo, e dão um ambiente de competição, disputa, levando mesmo a rotura. “Eu é que deveria ser honrado. Há tanto tempo a fazer isto e ninguém me reconhece. Por que foi escolhida aquela pessoa?” Perante sentimentos deste género, parecem oportunas as palavras de S. Paulo aos filipenses: “não façais nada por rivalidade ou vanglória mas por humildade considerai os outros superiores a vós mesmos” (Fil 2, 3).
Uma resposta que indica abnegação. Num mundo dominado pela competição e rivalidade, Jesus diz: “não deve ser assim entre vós”. Esta frase resume a ética revolucionária do Reino de Deus, uma nova forma de autoridade, um novo paradigma. A grandeza e o poder são caraterizados por atitudes de serviço generoso, doação, solidariedade, amor ao próximo, cuidar dos mais fracos, sair de si mesmo, partilhar os bens, dons e talentos recebidos, ser misericordioso. Este novo paradigma tem Jesus como modelo e exemplo por isso o maior é o que serve e aquele que está ao serviço de todos. Aqui não há competição mas crescer juntos.
Como o mundo seria melhor se vivêssemos para servir e não para competir, se fôssemos ambiciosos mas no serviço, na doação e na entrega, tendo Jesus como modelo.
Chamados a compreender, a assumir e a testemunhar com atitudes de humildade e simplicidade o amor do Pai, esforcemo-nos por fazer da nossa vida uma entrega ao serviço aos irmãos e reflitamos:
Os pedidos que faço ao Senhor são para satisfazer os meus instintos egoístas ou têm um bem maior?
Sinto ciúme e inveja quando alguém é escolhido para um lugar ou trabalho que eu ambicionava?
Quando, no dia a dia, tenho de estabelecer as minhas prioridades e de fazer as minhas escolhas, deixo-me conduzir pela lógica de Deus ou pela lógica dos homens?
De que forma me coloco ao serviço dos outros, seja na paróquia, na escola, no trabalho ou na família?
Nem sempre capazes de repetir o exemplo de Cristo que recusou as tentações da ambição, do poder, da grandeza e dos aplausos das multidões, invoquemos o Seu amor e digamos em voz alta os pedidos que Lhe queremos fazer.
Na certeza que somos acolhidos por Deus, como filhos muito amados, digamos com reverência: Pai Nosso…
Jesus, que por amor vestiste a nossa fragilidade e Te colocaste ao nosso serviço, concede-nos a audácia de nos despirmos do nosso egoísmo, da nossa acomodação, preguiça e indiferença, para irmos ao encontro dos nossos irmãos e vestir as suas dores, fragilidades, sermos solidários com eles e partilhar as suas lágrimas, sofrimentos, alegrias e esperanças.
Movidos pela vontade de servir e partilhar com os irmãos os dons que Deus nos concedeu, benzemo-nos
O Papa propôs para a Igreja uma caminhada sinodal que começa em todas as dioceses no dia 17 de outubro. Tentemos perceber o que o Papa Francisco nos pede, como Igreja, no caminho que traçamos juntos: Vatican News.