Semana de 10 a 16 de outubro de 2021 XXVIII Domingo do Tempo Comum – Ano B
Escolhamos um local tranquilo onde, em paz, possamos contemplar a oração desta semana. Tenhamos perto de nós a Bíblia, aberta em Mc 10, 17-30 e uma vela. Com serenidade e calma interior, iniciemos a nossa oração acendendo a vela.
Com coragem para verdadeiramente nos despojarmos dos bens materiais, aspirando assim ao reino de Deus, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor.
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Rendidos ao amor do Pai, entreguemo-nos ao Seu chamado, louvando-O
Naquele tempo, ia Jesus pôr-Se a caminho, quando um homem se aproximou correndo, ajoelhou diante d’Ele e Lhe perguntou: «Bom Mestre, que hei-de fazer para alcançar a vida eterna?» Jesus respondeu: «Porque me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus. Tu sabes os mandamentos: ‘Não mates; não cometas adultério; não roubes; não levantes falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe’». O homem disse a Jesus: «Mestre, tudo isso tenho eu cumprido desde a juventude». Jesus olhou para ele com simpatia e respondeu: «Falta-te uma coisa: vai vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-Me». Ouvindo estas palavras, anuviou-se-lhe o semblante e retirou-se pesaroso, porque era muito rico. Então Jesus, olhando à volta, disse aos discípulos: «Como será difícil para os que têm riquezas entrar no reino de Deus!»
Deixemos que a Palavra de Deus, que é viva, nos renove e tentemos compreender o texto bíblico
O Evangelho fala-nos dum jovem que era rico. Possuía todos os confortos que a vida deste mundo lhe podia oferecer. Além de rico, tinha uma elevada posição social, era uma pessoa de valores éticos e morais elevados, praticando os mandamentos desde a juventude. Apesar disto tudo, faltava-lhe algo que lhe preenchesse o vazio da alma. Este jovem, sedento da salvação e da vida eterna, queria ir mais longe no caminho da santidade, sendo a sua vida uma procura constante. Decidiu procurar Jesus para o ajudar no seu caminho. Jesus percebeu que o coração deste jovem estava preenchido pelo dinheiro e não havia ali lugar e espaço para mais ninguém. Para este jovem o seu deus era o dinheiro, por isso ele vivia na idolatria e não amava a Deus sobre todas as coisas. Era necessária uma troca de senhores e com urgência pois “onde está o nosso tesouro aí está o nosso coração.” A resposta de Jesus é clara: “falta-te uma coisa”. Troca de senhores, liberta o teu coração do dinheiro, da idolatria, dá lugar ao amor a Deus e ao próximo e assim entrarás no caminho da santidade e da vida eterna. Parece absurdo que, para seguir Jesus, tenhamos de abrir mão de muitas coisas que são importantes e que nos dão segurança, no entanto, essas mesmas coisas nas quais nos procuramos apoiar e que na Sagrada Escritura têm o nome de “riquezas”, podem levar-nos a crer nelas e fazer os nossos planos baseando-nos nelas, ocupando assim o lugar de Deus. Para que um navio, amarrado com grossos cabos ao cais dum porto, possa sulcar marés, é necessário, antes, soltar as amarras. Para que o homem possa sentir-se livre e viver a vida plenamente, ele precisa de renunciar, desprender-se dos tentáculos apropriadores. São os desprendidos e despojados de si mesmos que entram em contato com a verdade, isto é, vivem libertos e abertos para Deus. A questão aqui não é se os ricos se podem salvar ou não. A questão é que Deus não divide o seu senhorio no nosso coração com coisa nenhuma. Este era o problema do jovem rico: cumpria os mandamentos mas o seu coração não era ocupado por Deus mas pelas riquezas que tinha. Jesus diz-nos que nos falta algo: “falta-te uma coisa” porque na vida parece que falta sempre algo: motivação, empenho, fé, sorte, saúde… Falta pedir a sabedoria do Espírito, como Salomão, na primeira leitura, para tomar decisões mais sábias e prudentes. Falta a luz da Palavra de Deus que nem sempre nos ilumina porque não queremos. “Ela que é viva e eficaz”, como diz a segunda leitura. Quantas coisas más seriam evitadas e boas potenciadas se a sabedoria da Palavra de Deus iluminasse a nossa vida. Falta sabedoria de atitudes que nos torne capazes de sermos mais generosos e desprendidos. Falta perdoar mais a quem nos ofende, falta pedir perdão a quem ofendemos, falta deixar de mentir, de ter inveja do próximo, de murmurar, de trair, falta deixar de ter amor a tanta coisa material e ter mais amor a Deus e ao próximo que se pode espelhar naqueles que connosco convivem. O que diz o Senhor que me falta para caminhar na santidade?
Dispostos a perceber o que realmente temos de realizar para entrar no reino de Deus, reflitamos:
Como o jovem rico, tenho ânsia e desejo ir mais longe no meu processo de santidade?
Procuro na escuta e no confronto com a Palavra de Deus, como o jovem rico, ajuda e sentido para o meu caminhar?
Quais são as amarras (riquezas) que me prendem e não me deixam seguir verdadeiramente Jesus?
Que aspeto da minha vida preciso e quero mudar para ser melhor seguidor de Jesus?
O texto desta semana leva-nos a refletir sobre o que temos e o que temos de deixar para verdadeiramente sermos dignos de entrar no Reino de Deus. Saibamos, pois, abdicar de tudo, entregando-nos totalmente ao chamamento de Deus, entregando-lhes assim também as nossas preces.
Com humildade e o coração disponível, rezemos juntos
Senhor, ao escutar as Tuas propostas de vida plena, reconhecemos a nossa finitude e debilidade. Queremos comprometer-nos a viver uma fé mais coerente, empenhada e a acolher no nosso coração o dom de entendimento/“sabedoria” que, por verdadeiro amor, nos concedes. Recebe a nossa oração, pois entregamo-nos nas Vossas mãos.
Dispostos a transformar em gestos concretos de vida as propostas de Cristo, benzemo-nos