Semana de 3 a 9 de outubro de 2021 XXVII Domingo do Tempo Comum – Ano B
Determinemos o melhor local para usufruir com tranquilidade e bem estar do nosso momento de oração. Busquemos o silêncio… Tenhamos junto de nós uma Bíblia aberta em Mc 10, 2-12 e uma vela. De coração inquieto, iniciamos a oração acendendo a vela.
Empenhados em sermos testemunhas de um amor estável e indissolúvel, reflexo do amor de Deus, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor.
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Com a certeza da presença de Cristo no meio de nós, louvemo-Lo
Tanto que esperámos, Tanto que sonhámos, Estar aqui os dois, Tão perto de Ti
Cheios de esperança E de confiança Seremos um só Unidos no Teu amor
Deus olha por nós, Nunca estaremos sós, Dá-nos Tua mão Aceita esta oração
Só a Ti seguimos, Só a Ti pedimos, Unidos até ao fim, Abençoa o nosso sim
Escuta Senhor, Dá-nos um futuro E faz-nos viver, Sempre em amor
Pelo sonho vamos Por isso aqui estamos Faz brilhar Tua luz, Muito obrigado Jesus
Não vamos temer O que a vida trouxer Viver cada dia, Com fé e alegria
Só a Ti seguimos, Só a Ti pedimos Unidos até ao fim Abençoa o nosso sim
Ansiamos viver em comunhão, buscando a unidade, igualdade, partilha, respeito e entreajuda, numa realização plena de amor conjugal, em Deus… Por isso, sejamos capazes de agradecer em voz alta, os dons que d’Ele reconhecemos nas nossas vidas.
Com entusiasmo, um de nós pode ler em voz alta, de preferência da Bíblia
Naquele tempo, Aproximaram-se de Jesus uns fariseus para O porem à prova e perguntaram-Lhe: «Pode um homem repudiar a sua mulher?» Jesus disse-lhes: «Que vos ordenou Moisés?» Eles responderam: «Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio, para se repudiar a mulher». Jesus disse-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso coração que ele vos deixou essa lei. Mas, no princípio da criação,‘Deus fê-los homem e mulher. Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa, e os dois serão uma só carne’. Deste modo, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu». Em casa, os discípulos interrogaram-n’O de novo sobre este assunto. Jesus disse-lhes então: «Quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira. E se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério».
Genuinamente empenhados em compreender este trecho bíblico, escutemos atentamente
No evangelho, entram em cena os fariseus, não para escutar Jesus e viverem melhor o seu casamento mas para O experimentar e apanhar em alguma declaração comprometedora. Diante da questão posta pelos fariseus, Jesus evoca Moisés e começa por lhes recordar o estado da questão na perspetiva da Lei. Isto não quer dizer que Jesus se identifique com o posicionamento da Lei a propósito da questão do divórcio. Na realidade, a Lei permite o divórcio, conforme podemos ler no livro do Deuteronómio 24, 1. Esta condescendência da Lei não resulta do projeto de Deus para o casamento mas é o resultado da “dureza de coração” dos homens. As prescrições de Moisés não definem o quadro ideal do amor do homem e da mulher, mas apenas regulam o compromisso matrimonial, tendo em conta a mediocridade humana. Em contraste com a Lei, Jesus apresenta o projeto primordial de Deus para o amor do homem e da mulher. De forma livre, citando Génesis 1, 27 e 2, 24, Jesus explica que, no projeto original de Deus, o homem e a mulher foram criados um para o outro, para se complementarem, para se amarem, para se ajudarem. Jesus vai à fonte e, na fonte, o casamento é um compromisso de amor estável, duradouro e indissolúvel. Ser “uma só carne” implica viver em comunhão total um com o outro, dando-se um ao outro, partilhando a vida um com o outro, unidos por um amor que é mais forte do que qualquer outro vínculo. Jesus reitera que a relação entre o homem e a mulher deve-se enquadrar no projeto inicial de Deus e não nas facilidades concedidas pela Lei de Moisés. Este projeto de Deus é concretizável e possível: há muitos casais que, dia a dia, no meio das dificuldades, lutam pelo seu amor e dão testemunho de um amor eterno e que nada consegue abalar. À partida, o compromisso de amor não deve ser uma realidade efémera, sujeito a projetos egoístas e a planos superficiais, que terminam quando surgem dificuldades ou quando um dos dois é confrontado com outras propostas. Os casais cristãos devem esforçar-se por realizar a sua vocação de amor, apesar das dificuldades, das crises, das divergências e dos problemas que, diariamente, a vida lhes vai colocando, não tendo a separação como proposta em cima da mesa. Nem sempre o projeto corre bem. Apesar de tudo, a vida dos homens e mulheres é marcada pela debilidade própria da condição humana. Nem sempre as pessoas, apesar do seu esforço e da sua boa vontade, conseguem ser fiéis aos ideais que Deus propõe. A vida de todos nós está cheia de fracassos, de infidelidades e de falhas. Como cristãos, devemos usar de muita compreensão para aqueles que falharam na vivência do seu projeto de amor. Como cristãos devemos acolher, integrar, compreender e ajudar aqueles a quem as circunstâncias da vida impediram de viver o tal projeto ideal de Deus. Não se trata de renunciar ao “ideal” que Deus propõe; trata-se de testemunhar a bondade e a misericórdia de Deus para com todos aqueles a quem a partilha dum projeto comum fez sofrer e que, por diversas razões, não puderam realizar esse ideal que um dia, diante de Deus e da comunidade, se comprometeram a viver.
Dispostos a compreender a exigência da unidade e da fidelidade do amor humano e determinados a viver com sinceridade e verdade transparentes o amor que o Pai nos oferece, reflitamos juntos sobre as seguintes pistas:
O matrimónio é um sacramento. O que é que o sacramento acrescenta ao casamento?
O que ajuda mais o casal a viver e a crescer no amor?
O que impede, cria obstáculos ou destrói o amor no casal?
Qual a minha postura perante aqueles que devido a várias circunstâncias da vida não conseguiram viver o projeto de amor conjugal proposto por Deus?
Somos convidados a viver na escuta atenta e na obediência às propostas de amor que Deus nos faz. Entreguemo-nos pois, confiadamente, nos braços do Pai e esperemos no Seu amor para que atenda as preces que lhE vamos dirigir, em voz alta.
Revestidos do amor de Deus, que nos une como família, digamos juntos, de mãos dadas
Senhor Deus, caminho gerador de vida verdadeira, estamos dispostos a escutar e a acolher os Teus desafios, para assim aprendermos a amar, a partilhar, a servir, a perdoar e a tornar-nos fontes de bênçãos para todos aqueles que caminham ao nosso lado.
Empenhados em oferecermos àqueles que amamos a benção do Senhor, digamos uns aos outros “Que o Senhor te abençoe” e benzamo-nos no final