Semana de 26 de setembro a 2 de outubro de 2021 XXVI Domingo do Tempo Comum – Ano B
Escolhemos um lugar calmo, tranquilo, onde nos sintamos confortáveis e possamos estar em silêncio. Marquemos na bíblia o texto de Nm (Números) 11, 26b-29 e o de Mc 9, 38-41. Quando estivermos prontos, acendemos a vela.
Dispostos a pormo-nos ao serviço de todos, com os dons que Deus nos concedeu, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor.
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Senhor faz com que olhem para mim, só te vejam a ti, só te vejam a ti.
Não ser eu quem fala mas só tu Eu quem fala mas só tu, Só Cristo em mim.
Desafiados a purificarmo-nos, a procurar novos caminhos para responder aos desafios de Deus e a sermos profetas construtores de uma comunidade aberta, acolhedora e tolerante, saibamos também ser gratos e ter a coragem de partilhar em voz alta, as bênçãos que reconhecemos como dádiva do Pai
Dignamente, um de nós pode ler em voz alta, preferencialmente da bíblia, os trechos Nm 11, 26b-29 e Mc 9, 38-41
O Espírito poisou também sobre eles, pois contavam-se entre os inscritos, embora não tivessem comparecido na tenda; e começaram a profetizar no acampamento. Um jovem correu a dizê-lo a Moisés: «Eldad e Medad estão a profetizar no acampamento». Então Josué, filho de Nun, que estava ao serviço de Moisés desde a juventude, tomou a palavra e disse: «Moisés, meu senhor, proíbe-os». Moisés, porém, respondeu-lhe: «Estás com ciúmes por causa de mim? Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor infundisse o seu Espírito sobre eles!»
Naquele tempo, João disse a Jesus: «Mestre, nós vimos um homem a expulsar os demónios em teu nome e procurámos impedir-lho, porque ele não anda connosco». Jesus respondeu: «Não o proibais; porque ninguém pode fazer um milagre em meu nome e depois dizer mal de Mim. Quem não é contra nós é por nós. Quem vos der a beber um copo de água, por serdes de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa.
Decididos a compreender melhor o texto, escutemos atentamente.
O fanatismo é um comportamento muito perigoso. O fanático é aquele que agride todo o que não pensa como ele ou não pertence ao mesmo grupo; é aquele que fecha os olhos diante do bem que os outros fazem, convencido de que quem não está com ele, quem não partilha as suas ideias e os seus projetos, é mau e, portanto, deve ser combatido. O fanático não se alegra com os gestos de amor feito pelos outros e tem inveja em relação a quem faz algo de bom que ele próprio não tem coragem de fazer. O fanático tem a tentação de separar as pessoas entre as suas e as outras; as da sua família e as outras; as do seu grupo e as outras; as da sua condição social e as outras, as da sua paróquia e as outras; as que pensam, falam e atuam como ele e as outras. Foi esta a tentação de Josué e João, levando este a dizer: “não anda connosco”. Moisés e Jesus não pensam assim. Para eles, o espírito não está encerrado em nenhuma instituição ou grupo. Deus é completamente livre de todos os esquemas e pode suscitar o bem em toda a parte. Onde quer que brote o bem, o amor, a paz, o perdão e a alegria, aí está a operar o espírito de Deus. O Espírito deu o dom da profecia a Moisés e aos anciãos presentes na tenda da reunião e aos dois homens que tinham ficado no acampamento, como diz a primeira leitura. O Espírito deu o dom de expulsar demónios aos discípulos de Jesus e a um homem que não os seguia, como relata o evangelho. Mas, tanto num caso como no outro, logo houve “zelosos” do exclusivo de Deus, isto é, fanáticos, que quiseram impedir e os acusaram de “abuso de exercício”. “Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor infundisse o seu Espírito sobre eles!” – respondeu Moisés. “Quem não é contra nós é por nós” – respondeu Jesus. Como quem diz: se fazem o que o Espírito nos concede fazer, se profetizem como nós, se fazem o bem como nós, são dos nossos e estão a nosso favor. Tomemos para nós este desafio de Moisés: “quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta”. Quem dera que todos fossemos testemunhas duma experiência de fé que transforma a nossa vida; que transmitíssemos esperança a quem anda desanimado e sem forças para lutar; que analisássemos criticamente a realidade e denunciássemos aquilo que não se ajusta com a dignidade humana e com o evangelho de Jesus, como faz Tiago na segunda leitura (Tg 5, 1-6); que lutássemos pelos direitos humanos e assim ajudássemos a criar uma civilização mais digna para todos os seres humanos; que fossemos capazes de promover o bem e o ensinássemos às gerações futuras. Quem dera que todos (avós, pais, filhos, crianças e jovens) profetizassem, não tanto por falarem muito acerca de Deus, mas por deixarem Deus falar, através de uma vida santa, bela e simples. Quem dera que todos fizessem ressoar a alegria do encontro com Cristo, na Eucaristia, e a contagiassem a todos os que estão para além do adro da Igreja, na família, nas ruas e praças da nossa terra, nos ambientes escolares, políticos ou desportivos, no vasto mundo do sofrimento, das redes digitais e sociais. Quem dera…
Querendo ser verdadeiros discípulos, esforcemo-nos, cada dia, por testemunhar os valores de Deus e reflitamos nas seguintes pistas para nos permitirmos sentir também alegria nos sinais da presença de Deus em tantos irmãos que lutam por construir um mundo mais justo e mais fraterno.
Já tive atitudes e sentimentos de fanatismo criticando negativamente os outros só por não serem do “meu grupo”?
Desvalorizo as boas ações que os outros fazem porque não pensam nem agem como eu?
Reconheço a presença e a força do Espírito de Deus em mim?
Tento ser profeta da obra de Deus na minha família, grupo de amigos e comunidade paroquial?
Aceitemos o convite para sermos profetas, pela voz do Papa Francisco
Mesmo que tenhamos dificuldade em libertarmo-nos dos nossos interesses egoístas, dos esquemas pessoais, dos preconceitos ou dos sonhos de grandeza e poder, Deus escuta as nossas preces. Dêmos voz aos pedidos que Lhe queremos dirigir.
Revestidos do dom da profecia concedido pelo Espírito, oremos ao Pai
Senhor, perante a liberdade que nos concedes para fazermos escolhas, queremos aceitar o Teu convite e as Tuas exigências, que se resumem numa única palavra AMAR! Amar com as nossas mãos para partilhar, os nossos pés para reencontrar, os nossos ouvidos para escutar, a nossa boca para Vos anunciar… e com todo o nosso ser.
Dispostos a ser testemunhas duma experiência de fé que transforma a nossa vida, benzemo-nos