Semana de 29 de agosto a 4 de setembro de 2021 XXII Domingo do Tempo Comum – Ano B
O local onde vamos fazer a oração deve estar previamente preparado. Pode ser à mesa da refeição (depois de arrumada a louça), no chão da sala ou de joelhos à beira da cama: o sítio onde todos nos sentirmos melhor. Precisamos também de uma vela e de uma Bíblia (que pode estar aberta no capítulo 7 do Evangelho segundo São Marcos). Quando todos já estivermos preparados, acende-se a vela.
Comprometidos e apostados em deixarmo-nos renovar e transformar por Deus Pai, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor.
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Relaxamos, aproveitamos para parar, para procurar o encontro, para estar com Jesus… com esta música
Com humildade e simplicidade, aceitemos os dons de Deus e manifestemos com alegria e em voz alta a nossa gratidão por tanto que recebemos!
Um de nós lê, preferencialmente da bíblia, as palavras edificantes de Jesus, em Mc 7, 1-8.14-15.21-23
Os fariseus e os escribas perguntaram a Jesus: «Porque não seguem os teus discípulos a tradição dos antigos, e comem sem lavar as mãos?» Jesus respondeu-lhes: «Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim. É vão o culto que Me prestam, e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos’. Vós deixais de lado o mandamento de Deus, para vos prenderdes à tradição dos homens». Depois, Jesus chamou de novo a Si a multidão e começou a dizer-lhe: «Ouvi-Me e procurai compreender. Não há nada fora do homem que ao entrar nele o possa tornar impuro. O que sai do homem é que o torna impuro; porque do interior dos homens é que saem os maus pensamentos: imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, cobiças, injustiças, fraudes, devassidão, inveja, difamação, orgulho, insensatez. Todos estes vícios saem lá de dentro e tornam o homem impuro».
(as primeiras letras designam o livro, o primeiro número indica o capítulo e depois os versículos; o “.” significa que é um salto e que não se leem esses versículos, enquanto que o “-” significa que se leem todos os versículos do número à esquerda até ao da direita)
Atraídos por estas palavras de Jesus, tentemos compreendê-las melhor
Deus está interessado no nosso coração mas temos de ter cuidado para que ele não fique cada dia mais longe do Senhor. Como podemos cuidar disso?
Primeiro: Não substituir a Palavra de Deus por tradições A queixa dos religiosos mostra a grande importância que eles davam às suas tradições mesmo sendo elas criadas e definidas por homens. O apontamento negativo que eles fazem não é que os discípulos de Jesus estavam a mentir, roubar, cobiçar ou transgredir algum outro mandamento da lei de Deus. Eles estavam incomodados com a falta de observância das práticas da tradição religiosa. Estes religiosos tinham em maior consideração os “acréscimos” à lei de Deus – as suas tradições – do que os próprios ensinamentos divinos (Mc 7, 8). Para eles o cumprimento dos “seus rituais” era suficiente para se tornarem santos e agradáveis a Deus e desta forma se sentirem “puros”. Como diz o Pe Pagola: “em todas as religiões há tradições que são humanas”. Normas, costumes, devoções que nascem para viver a religiosidade numa determinada cultura podem fazer bem mas fazem muito mal quando nos distraem e nos distanciam da Palavra de Deus. Quando nos apegamos cegamente às tradições humanas, corremos o risco de esquecer o mandamento do amor e desviamo-nos do seguimento de Jesus. Não podemos deixar o essencial cair no esquecimento.
Segundo: Ter um coração sincero e não hipócrita Jesus chama os escribas e fariseus de “hipócritas” porque vivem no fingimento e mascaram a vivência religiosa com cumprimento de preceitos só para se mostrarem “santos” mas a sua vida não corresponde à santidade que mostram. O seu coração está longe de Deus e dos irmãos. Ao trazer à tona a profecia de Isaías, Jesus quer mostrar aos seus discípulos o que verdadeiramente torna o ser humano puro ou impuro diante de Deus. Jesus revela que o problema está no coração, no que sai do seu interior e não nas suas práticas externas. Para Jesus isto era claro: é de dentro do coração que saem os bons e os maus propósitos. O coração é, simbolicamente, o centro donde saem os sentimentos mais nobres: bondade, luta pela justiça, amor generoso, perdão, misericórdia… mas também o coração é, simbolicamente, o centro donde saem os maus propósitos: roubos, homicídios, cobiça, inveja, ódio, fraude, mentira, egoísmo, orgulho… Não interessa estar “puro” por fora, isto é, fazer lindas orações, e por dentro haver maldade no coração. O que importa é que haja autenticidade na nossa vida. Como é difícil ser autêntico e fácil ser hipócrita. Esta é a grande tarefa da nossa vida: mudar o nosso coração. Muitas vezes começamos pelo final: tentamos mudar as nossas ações sem tentar mudar as inclinações do nosso coração. Só na medida em que as inclinações do nosso coração vão mudando, irão também mudando as nossas ações. Quando o nosso coração está longe de Deus, o nosso culto fica sem conteúdo porque a falta de amor a Deus e aos irmãos torna o culto vazio. Numa cultura do faz de conta, da imagem e da aparência, o Senhor diz-nos que quer o nosso coração autêntico, livre de hipocrisia para que a nossa adoração, oração, louvor e amor sejam sinceros e não só lindas palavras e tradições.
Tenhamos coragem para nos despirmos do orgulho, da auto-suficiência, dos preconceitos e, com um coração humilde, puro e autêntico, enamorado por Jesus, reflitamos:
Tento aproximar o meu coração de Deus? Como o faço?
Dou mais importância ao cumprimento de tradições ou ao caminho que a Palavra de Deus me indica?
Sou coerente na minha forma de falar, pensar e agir?
Dou muita importância à minha aparência e ao que os outros pensam de mim?
Senhor Jesus, que nos chamasTe a ser testemunhas de amor, bondade, misericórdia e tolerância, sede misericordioso connosco e escuta as nossas humildes preces.
Rezamos o Pai Nosso tentando aproximarmo-nos de Deus
Senhor, que nos ofereces o Teu amor, a Tua graça e a Tua vida, purifica os corações dos homens e sê a luz que guia os nossos pensamentos, palavras, obras e ações, para que o amor que dirigimos a Ti e aos nossos irmãos seja puro e sincero.
Transformados e renovados pela palavra de Deus, benzemo-nos