Semana de 04 a 10 de abril de 2021 Páscoa da Ressurreição do Senhor – Ano B
Procuramos um recanto de conforto e tranquilidade no nosso lar e deixamos Deus entrar… Precisamos duma Bíblia e abrimo-la em Marcos 16, 1-7. Vamos trazer uma cruz (pode ser a que temos na nossa entrada ou outra) e um pano branco (pode ser o da cruz da nossa entrada ou um para lá colocar no final). Quando estivermos todos prontos para começar, acendemos a vela…
A paz esteja connosco! Cristo ressuscitou! Aleluia! Aleluia! Cristo ressuscitado está no meio de nós. Por isso, benzemo-nos…
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
Com a certeza que foi por amor a nós que Jesus padeceu e ressuscitou, vamos fazer um pouco de silêncio para nos enchermos d’Ele com este cântico.
Eis que foge a luz Em vergonha e dor Cristo caminha rumo à cruz Mudo ali sofreu Escárnio suportou Paga a punição
Lá na cruz, meu Senhor Por amor padeceu Sobre si meu pecar Seu sangue nos comprou perdão
Densa escuridão cobre terra e céu Pende sem vida o Criador Parte o véu em dois Consumado está Cristo ressuscitou
Pelo seu sofrer Livre enfim estou Meu nome marca suas mãos Finda a maldição Temos salvação Por seu amor sem fim
O amor que recebemos de Deus é um dom; o dom da vida que Jesus nos ofereceu com o seu exemplo… Agradeçamos em voz alta os dons que reconhecemos em nós, na nossa família e na nossa vida.
“Aleluia” quer dizer “louvai a Deus”. Em tempo pascal, louvamos o Senhor pela sua gloriosa ressurreição. Vamos fazê-lo com este Aleluia.
Quem lê hoje? É festa! Vamos escutar o texto bíblico de Marcos 16, 1-7.
Depois de passar o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para irem embalsamar Jesus. E no primeiro dia da semana, partindo muito cedo, chegaram ao sepulcro ao nascer do sol. Diziam umas às outras: «Quem nos irá revolver a pedra da entrada do sepulcro?». Mas, olhando, viram que a pedra já fora revolvida; e era muito grande. Entrando no sepulcro, viram um jovem sentado do lado direito, vestido com uma túnica branca, e ficaram assustadas. Mas ele disse-lhes: «Não vos assusteis. Procurais a Jesus de Nazaré, o Crucificado? Ressuscitou: não está aqui. Vede o lugar onde O tinham depositado. Agora ide dizer aos seus discípulos e a Pedro que Ele vai adiante de vós para a Galileia. Lá O vereis, como vos disse».
Meditemos sobre alguns aspetos a considerar de aprofundamento do texto…
Três ensinamentos que podemos tirar da celebração da Páscoa.
Primeiro: Deus transforma uma aparente derrota em vitória. O dia seguinte à morte de Jesus deve ter sido o mais difícil para os discípulos de Jesus ao experimentarem, na sua forma mais aguda, a dolorosa ferida da deceção. Todos eles tinham abandonado tudo para seguir aquele que eles acreditavam ser o Messias de Israel. Foram testemunhas de milagres e pregações maravilhosas, contemplaram no rosto de Jesus um amor e uma compaixão nunca vistos e, no entanto, o sonho tornara-se pesadelo, a esperança parecia ter morrido com o último suspiro de Jesus.
Aos olhos naturais aquela situação era uma evidente derrota, porém o que parecia ser uma derrota na realidade era a maior das vitórias porque ao terceiro dia Jesus venceu a morte e ressuscitou. É assim que Deus faz e quer fazer connosco. Ele quer transformar o que na nossa vida parece ser uma derrota em algo de vitória, em algo positivo mas precisa da nossa confiança e esperança. Ressuscitamos quando, pela esperança, transformamos aparentes derrotas em vitórias.
Segundo: Deus transforma a morte em vida. No domingo de madrugada, movidas pelo amor, as mulheres vão ao sepulcro, entram e um anjo disse-lhes: “Ele não está aqui, ressuscitou”. Este caminhar é movido pela tristeza, medo, dúvida, desilusão e temor. Quando Jesus ressuscitou, acabou o choro e o lamento das pessoas que o amavam. É isto que Jesus faz nas nossas vidas: ele vem trazer alegria e renovação da esperança no meio das maiores dificuldades e provações. Quando conseguimos vencer sérios problemas que nos sufocam e nos roubam a esperança é como se vivêssemos de novo. Seja uma doença grave, um desemprego, uma crise familiar, económica… O alívio é indescritível. A alegria é restaurada, o prazer de viver é recuperado e a vida é vista de uma forma mais otimista. Se antes tudo parecia turvo, escuro e sem sentido, agora existe luz, graça e vida. Ressuscitamos quando, na nossa vida, transformamos momentos de enorme dificuldade em motores de vida restaurada.
Terceiro: Deus transforma a escravidão em liberdade. Com Jesus a páscoa ganha um novo sentido. Antes ela celebrava a libertação do povo hebreu da escravidão do Egipto. Depois da morte de Jesus, a páscoa passou a celebrar a ressurreição do Senhor e a sua vitória sobre a morte. Pela sua morte, Ele libertou-nos da escravidão das trevas e conduziu-nos para o reino da luz. Ao vencer a morte, Jesus traz-nos a libertação plena e dá-nos uma nova oportunidade de vida. Ele morreu e ressuscitou para ser o caminho que nos leva ao Pai e para ser a porta de entrada para a salvação. Quando nos libertamos de algum vício, mau hábito, de qualquer coisa que nos oprime ou está a tirar-nos aos poucos a vida, estamos a ressuscitar.
Páscoa é transformação. Aprendamos a transformar as aparentes derrotas, momentos de morte e de escravidão em situações de vitória, de vida e liberdade próprias duma vivência pascal.
A pergunta permanente das nossas vidas, a dúvida persistente, a incerteza da escolha passada e da decisão futura… As perguntas difíceis respondem-se em família e em oração. Vamos experimentar.
Se me pedissem para explicar a importância e o significado da Páscoa para mim, o que diria?
A ressurreição de Jesus tem alguma implicação concreta na minha vida ou é indiferente?
Deixei-me transformar nesta quaresma? Se não, como posso viver melhor a páscoa que agora começa?
Nesta altura, um de nós pega na cruz, coloca o pano branco sobre ela, beija-a e passa à pessoa ao lado para que passe por todos. E vamos pensando na cruz que sustentou Jesus, o Salvador. Não esquecendo que Ele venceu a morte e ressuscitou.
Agora, de mãos dadas, pedimos a Deus o que mais desejamos para os outros, para a nossa família e para cada um de nós, não esquecendo todos aqueles que não têm a coragem necessária para ressuscitar.
Podemos continuar de mãos dadas e rezamos a oração que Jesus nos ensinou…
Senhor, que a paixão, sacrifício e ressurreição de Cristo sejam para nós motivo de renovação, renascimento, esperança e sobretudo amor, e assim, encontres morada plena nos nossos corações.
Se não tivermos mais nada a partilhar, benzemo-nos, com a certeza que Jesus ressuscitou e vive no meio de nós.
Caso ainda não o tenhamos feito, após a oração, vamos colocar a cruz com o pano branco à entrada de nossa casa.