Semana de 14 a 20 de março de 2021 IV Domingo da Quaresma – Ano B
Escolhemos um local calmo para acolher Deus, fechamos a porta ao mundo lá fora e colocamos a nossa etiqueta de porta (se tivermos). Estamos com a família que amamos, num recanto aconchegante e isso é que interessa. Precisamos de uma vela, uma Bíblia (que podemos preparar para as leituras de Efésios 2, 4-7 e João 3, 14-17) e uma cruz e um pano roxo (já que estamos na quaresma). Quando estivermos prontos, acende-se a vela.
Na presença de Deus que nos ama com um amor total, incondicional e desmedido, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor.
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Relaxamos, aproveitamos para parar, para recolher e para estar com Jesus… ouvindo esta música
Deus procura-nos constantemente. Por vezes, nem damos conta disso… Agora, cada um de nós é convidado a agradecer, em voz alta, as bênçãos e as graças que a misericórdia de Deus fez acontecer na nossa vida.
Irmãos: Deus, que é rico em misericórdia, pela grande caridade com que nos amou, a nós, que estávamos mortos por causa dos nossos pecados, restituiu-nos à vida em Cristo – é pela graça que fostes salvos – e com Ele nos ressuscitou e nos fez sentar nos Céus com Cristo Jesus, para mostrar aos séculos futuros a abundante riqueza da sua graça e da sua bondade para connosco, em Cristo Jesus.
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem será elevado, para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna. Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.
Vamos tentar aprofundar o texto com esta reflexão…
De uma forma genérica, o ser humano mede a riqueza, e em alguns casos o valor das pessoas, com base nos bens, no ter, no dinheiro. Este é muitas vezes o grande padrão de avaliação de riqueza e esta mede-se em números. A riqueza também pode ser medida pela estima, prestígio, bom nome, aplausos, fama, poder.
A riqueza de Deus como se mede? Qual será? Deus mede a sua riqueza em amor. As leituras dizem-nos que Deus é “rico em misericórdia” (Ef 2, 4) e que “amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito” que veio, não para condenar, mas para salvar. (Jo 3, 16) Esta é a riqueza de Deus: amor infinito, perdão e misericórdia infinita. É por causa desta riqueza que Deus procura o Homem para o salvar e que leva São Paulo a afirmar que a salvação é “dom de Deus”. A primeira leitura deste domingo fala-nos de Deus que procura o seu povo no exílio da Babilónia para fazer regressar à sua terra. O povo multiplicou-se em infidelidades e recebeu o exílio como castigo mas Deus fez suscitar Ciro, rei Persa, para libertar o seu povo e fazê-lo regressar à sua terra. Deus fez tudo isto para salvar o Homem do caminho errado e trazê-lo até si. No Evangelho, Deus procura o seu povo enviando o Seu Filho. São Paulo diz-nos que, quando o Homem estava perdido pelo jugo do pecado, sem norte, sem bússola, no meio da noite, Deus enviou o Seu Filho para nos procurar de novo, nos tirar das trevas e salvar. Esta salvação vai operar-se na cruz, diz Jesus a Nicodemos. Como o povo foi salvo no deserto do ataque das serpentes ao olhar para a serpente de bronze colocada no poste, assim será a salvação que Jesus oferece: quem olhar para a cruz e acreditar em Jesus será salvo. Esta é a constante da história: Deus procura o Homem para o trazer até si e o reconciliar consigo por causa da sua misericórdia infinita. Deus vem ao encontro do homem para o salvar, libertar, reconciliar, como o pastor foi ao encontro da ovelha perdida. Apesar desta procura constante de Deus por nós, nem tudo são rosas porque muitas vezes amamos mais as trevas do que a luz, isto significa que muitas vezes afastamo-nos da luz que veio ao mundo, Jesus Cristo. No início da quaresma, São Paulo dizia: “reconciliai-vos com Deus” (2 Cor 5, 21). O perdão e a reconciliação, fruto da imensa misericórdia, são os meios que Deus oferece a cada um de nós para nos voltarmos para ele. Saibamos acolher Deus que vem ao nosso encontro, reconciliando-nos com Ele. Aprendamos com o nosso Deus a ser ricos de misericórdia porque esta é a única riqueza que permanece, as outras riquezas são passageiras.
Reflitamos nas seguintes pistas, na presença de Deus que ama o Homem e lhe oferece a vida:
O perdão é fonte de alegria e paz para quem o dá e recebe. Quais são as maiores dificuldades que tenho em perdoar a quem me ofende?
Tento reconciliar-me com Deus, pedindo perdão das minhas falhas?
O que é melhor e o que é mais difícil no Sacramento da Reconciliação?
Estou a conseguir progressos naquela minha atitude que estou a mudar nesta Quaresma?
Refletindo na Sagrada Escritura descobrimos o amor e a misericórdia de Deus. É Ele quem procura, chama, perdoa e renova o Seu amor connosco. Vamos invocar a Sua misericórdia para que se compadeça de nós e nos conceda o Seu perdão.
Rezemos todos juntos: Perdoa-nos, Senhor, porque não soubemos corresponder ao imenso amor com que nos amas e não fomos misericordiosos e compassivos com os nossos irmãos. Amén
De mãos dadas, cientes de que Deus vem ao nosso encontro, pedimos a Sua divina intervenção sobre aquilo que mais nos preocupa.
Continuamos de mãos dadas e rezamos:
Senhor, nosso Deus, que és rico em amor, perdão e misericórdia, salva-nos das trevas e leva-nos ao encontro da luz que é o Teu Filho, Jesus Cristo, para que o caminho que percorremos nos leve até Ti
E benzemo-nos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo