Semana de 28 de fevereiro a 6 de março de 2021 II Domingo da Quaresma – Ano B
Escolhemos este momento para “O Encontro!”, para estarmos reunidos com a nossa família na presença de Deus. Desligamos a TV e estamos tranquilos, sem pressas ou distrações, num lugar confortável da casa. A etiqueta de porta está colocada e preparamos a Bíblia em Génesis 22, 1-2.9-12 e Marcos 9, 2.4-7. Uma cruz (com um tecido roxo) está junto de nós e podemos acender a vela para dar início à nossa oração.
Com vontade de seguirmos juntos ao encontro de Jesus, iniciamos a nossa oração com o sinal da cruz.
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor.
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
A oração exige alguma concentração, algum esforço… Vamos fechar os olhos e esforçarmo-nos por escutar com o coração esta canção.
Sustentados com a força do Teu espírito vamos ao encontro da alegria e da felicidade que a Tua presença radiosa nos dá. Também somos os filhos amados do Pai e por isso agradecemos em voz alta, de olhos erguidos ao céu ou de braços abertos, as bençãos que reconhecemos nas nossas vidas.
Hoje, temos duas leituras pequenas: Génesis 22, 1-2.9-12 e Marcos 9, 2.4-7. Quem de nós se oferece para ler hoje?
Naqueles dias, Deus quis pôr à prova Abraão e chamou-o: «Abraão!» Ele respondeu: «Aqui estou». Deus disse: «Toma o teu filho, o teu único filho, a quem tanto amas, Isaac, e vai à terra de Moriá, onde o oferecerás em holocausto, num dos montes que Eu te indicar. Quando chegaram ao local designado por Deus, Abraão levantou um altar e colocou a lenha sobre ele. O Anjo prosseguiu: «Não levantes a mão contra o menino, não lhe faças mal algum. Agora sei que na verdade temes a Deus, uma vez que não Me recusaste o teu filho, o teu único filho».
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e subiu só com eles para um lugar retirado num alto monte e transfigurou-Se diante deles. Apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus. Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés, outra para Elias». Não sabia o que dizia, pois estavam atemorizados. Veio então uma nuvem que os cobriu com a sua sombra e da nuvem fez-se ouvir uma voz: «Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».
(as primeiras letras designam o livro, o primeiro número indica o capítulo e depois os versículos; o “.” significa que é um salto e que não se leem esses versículos, enquanto que o “-” significa que se leem todos os versículos do número à esquerda até ao da direita)
O encontro com Deus exige esforço. A todos nós é feito o convite de subir ao monte. Jesus convida três dos seus discípulos a subir o monte e convida também Abraão a fazer o mesmo. É preciso subir ao monte. Os “sítios altos” são os locais de encontro com Deus. As igrejas dos santuários são no alto do monte para aí mostrar que o homem fez o seu esforço de encontro com Deus. Uma vez chegados ao alto sabemos que o encontro não depende de nós mas de Deus porque não se pode subir mais. Para que haja encontro com Deus é preciso que saibamos fazer a nossa parte. A subida não se faz por caminho reto e asfaltado, mas por sendas com altos e baixos, com quedas e escarpas, com feridas e dores. A subida exige que levemos só o essencial porque o supérfluo só carrega. As alegrias têm o seu preço e a alegria do encontro com o Senhor exige esforço, exige que me ponha a caminho, como Abraão.
O encontro com Deus exige sacrifício/renúncia. Abraão sobe ao monte para sacrificar o que tem de mais precioso, o seu filho Isaac. Este sacrifício mostra a obediência e a fé de Abraão sem as quais não teria sentido o sacrifício. No entanto, Deus não permitiu que o sacrifício se realizasse e Isaac foi substituído por um carneiro. Jesus sobe ao monte a pedido do Pai, como Abraão. Aqui há uma diferença porque Deus entregou o Seu Filho para morrer por nós. Jesus é o “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, por isso S. Paulo afirma que Deus não poupou o Seu próprio Filho. Abraão e Deus deram e sacrificaram o que tinham de melhor e mais precioso. Em ambos os casos, o sacrifício implica renúncia do melhor bem que se tem. Não se pode disfrutar da união matrimonial, da família, dos amigos e ao mesmo tempo viver sem sacrifícios pelos outros, sem renunciar a algumas coisas para bem dos filhos, dos cônjuges, dos amigos. É impossível.! O mesmo se passa na relação com Deus: se não estou disposto a sacrificar o meu tempo, os meus comodismos, algo de mim próprio para me encontrar com o Senhor, o encontro nunca será possível e nunca O escutarei, como pede o Evangelho. O jejum e a abstinência tão próprios da quaresma têm a ver com isto: sacrificar ou renunciar a algo de mim mesmo para dar espaço aos outros e a Deus na minha vida. Jejuar e abster-me daquilo que me enche de orgulho, de vícios, da prisão às coisas que me enche e me impede de estar disponível para subir o monte e escutar Deus e dar atenção aos outros.
Pois é… Estamos na Quaresma… Tempo de excelência para, a seguir à leitura bíblica e à reflexão, partilharmos em família:
O que estou disposto a abdicar ou renunciar de mim mesmo por um filho, por um irmão, pai, amigo…?
E por Deus?
O jejum e a abstinência são importantes e ajudam me a aproximar de Deus e a amar o próximo ou são coisas doutros tempos?
Que atitude minha estou a mudar esta Quaresma? É difícil?
Depois deste momento de reflexão reconhecemos que precisamos de mudar algo nas nossas vidas, precisamos de conversão. Invoquemos a misericórdia de Deus, que Ele se incline para cada um de nós, porque nem sempre sabemos renunciar, sacrificar e colocar de lado algumas coisas para nos encontrarmos verdadeiramente com o Senhor.
Rezemos todos juntos: Perdoa-nos, Senhor, porque fechando-nos em nós mesmos, não fomos capazes de renunciar àquilo que é supérfluo para caminharmos em direção a Ti e estarmos inteiramente disponíveis para os outros, com o nosso coração aberto à espera de te receber. Amén.
Esforçando-nos por rezarmos a mensagem, rezemos como Jesus nos ensinou
Senhor, que sempre Te encontras connosco no cume da montanha, dai-nos a força de abrir o caminho para que te possamos descobrir sempre e ajudar a que outros sigam esses passos e parta também ao teu encontro
E benzemo-nos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo