Semana de 07 a 13 de fevereiro de 2021 V Domingo do Tempo Comum – Ano B
Se fizemos a etiqueta de porta proposta na última oração, agora é a hora de a usar. O momento é de oração e em família, portanto vamos acalmar e fazer tudo o que pudermos para esta oração ser o melhor possível para os outros. Para esta oração vamos precisar da Bíblia e uma vela que podemos acender ao iniciar.
Com a certeza da Sua presença no meio de nós, benzemo-nos
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
Rezar também é carregar baterias; para isso, vamos fazer um pouco de silêncio para nos enchermos d’Ele com este cântico
Ao longo do dia, Deus coloca na nossa vida muitas pessoas que vão cuidando de nós com pequenos gestos e ações. Pessoas que nos fazem a comida, cuidam da roupa, da casa, nos ajudam no trabalho, na escola… Ações que muitas vezes são benefícios que não valorizamos ou agradecemos porque os temos como direitos adquiridos. Podemos complementar com a história que se segue.
Charles Plumb era piloto de um bombardeiro na guerra do Vietname. Depois de muitas missões em combate, o seu avião foi derrubado por um míssil. Saltou de paraquedas, foi capturado e passou seis meses numa prisão. Ao regressar aos Estados Unidos da América, passou a dar palestras relatando a sua odisseia e o que aprendera na prisão. Certo dia, num restaurante, foi saudado por um homem que lhe perguntou se ele era Charles Plumb, o piloto que tinha sido derrubado no Vietname. Charles perguntou: Sim, como sabe? Era eu quem dobrava o seu paraquedas. Parece que funcionou bem, não é verdade? Disse-lhe o interlocutor. Plumb respondeu: Claro que funcionou, caso contrário não estaria aqui hoje, muito obrigado. Naquela noite, Plumb não conseguia dormir, lembrando-se de quantas vezes tinha passado por aquele homem no porta-aviões e nunca lhe disse nem um “bom dia”. Era um piloto arrogante e aquele sujeito, um simples marinheiro. Pensou também nas horas que o marinheiro passou humildemente no barco enrolando os fios de vários paraquedas, tendo em suas mãos a vida de alguém que não conhecia. Agora Plumb inicia as suas palestras perguntando à plateia: Quem dobrou o teu paraquedas hoje? Na realidade, todos temos alguém cujo trabalho é importante para que possamos ir em frente. Quem dobrou hoje o meu paraquedas? Nunca esqueçamos de agradecer.
Agradeçamos ao Senhor por aqueles que, diariamente, vão cuidando de nós e, por certo, alguns estão aqui, ao nosso lado, nesta oração.
Um de nós lê o texto, de preferência da Bíblia: Mc 1, 29-39
Naquele tempo, Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, a casa de Simão e André. A sogra de Simão estava de cama com febre e logo Lhe falaram dela. Jesus aproximou-Se, tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los. Ao cair da tarde, já depois do sol-posto, trouxeram-Lhe todos os doentes e possessos e a cidade inteira ficou reunida diante da porta. Jesus curou muitas pessoas, que eram atormentadas por várias doenças, e expulsou muitos demónios. Mas não deixava que os demónios falassem, porque sabiam qual Ele era. De manhã, muito cedo, levantou-Se e saiu. Retirou-Se para um sítio ermo e aí começou a orar. Simão e os companheiros foram à procura d’Ele e, quando O encontraram, disseram-Lhe: «Todos Te procuram». Ele respondeu-lhes: «Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de pregar aí também, porque foi para isso que Eu vim». E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas e expulsando os demónios.
«Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de pregar aí também, porque foi para isso que Eu vim». Aqui está a missão de Jesus: anunciar o Evangelho, anunciar o Reino de Deus, querendo ir sempre mais além. A vida de Jesus é o Evangelho, o seu anúncio, e faz evangelização com a sua vida. Tudo o que diz e faz tem como finalidade anunciar o Reino de Deus. Paulo, na mesma linha de Jesus dirá: “ai de mim se não anunciar o Evangelho!”. Neste Evangelho, Marcos relata-nos um dia desta ação evangelizadora de Jesus e como ele ocupava o Seu tempo. Há dois aspetos que sobressaem: fazer o bem e rezar. O fazer o bem está relacionado com as curas. Jesus vai a casa dum amigo que tem a sogra doente. Ao saber disso, Jesus aproxima-se, toca e levanta a senhora. O verbo levantar é o mesmo usado com o significado de ressuscitar. Jesus comunica-lhe vida de que ela estava impedida, coloca-a de pé e ela fica completamente restabelecida. Um segundo quadro é a atitude de Jesus em relação ao mal, aqui descrito com a cura de muitos doentes e endemoninhados. Com esta atividade, Jesus quer mostrar que o Reino de Deus não pactua com o mal e quer eliminá-lo. Jesus ensina que devemos fazer tudo o que está ao nosso alcance para eliminar o mal da vida de quem nos rodeia. Fazer o bem no sentido de libertar os que sofrem de todo o género de sofrimento e de dor, para que possam ter vida plena. Rezar é outro aspeto que o Evangelho realça. De manhã, muito cedo Jesus levanta-se e vai rezar, falar com o Pai. No meio da confusão diária – “todos te procuram” – Jesus tira tempo para ir à sinagoga e para rezar. Era a oração que sustentava e dava consistência à vida de Jesus, depois de toda a sua atividade. É onde Jesus “carrega as baterias” para depois anunciar a Boa Nova a todas as pessoas. Jesus escuta a vontade do Pai e transmite-a. Podemos refletir sobre o que fazemos nos nossos dias, como os ocupamos, a que damos prioridade. Com tantos afazeres, com tanta ocupação parece que não temos tempo para o essencial. Será que estamos a fazer as escolhas certas?
A pergunta permanente das nossas vidas, a dúvida persistente, a incerteza da escolha passada e da decisão futura… As perguntas difíceis respondem-se em família e em oração. Vamos experimentar.
Esforço-me por praticar o bem? Faço as pessoas à minha volta felizes? Como?
Rezo todos os dias? Como posso rezar mais e melhor?
Procuro continuar a missão de Jesus de dar a conhecer o Evangelho?
Será que dou a conhecer Jesus aos meus amigos nos meus gestos e nas minhas palavras?
Lembrando que no dia 11 de fevereiro de 2021 é o XXIX Dia Mundial do Doente, ainda para mais no meio desta pandemia, é importante ter presente que «Um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos» (Mt 23, 8). Peçamos ao Senhor por todos os doentes, familiares, seus cuidadores e por tudo o que nos inquieta…
Ensina-nos, Senhor, a descobrir e a viver o Evangelho, começando pela oração do Pai Nosso no meio deste cântico
Jesus, que não Te escondes nem Te ocultas, ajuda-nos a levantar e ir ao Teu encontro e, depois, levar-Te também a quem não Te conhece para que também Te possa descobrir e viver o Evangelho
Se não tivermos mais nada a partilhar, benzemo-nos, com a certeza que Jesus é a nossa referência e quem temos que imitar.